O agendamento é visto como resultado das articulações e mobilizações dos povos indígenas e de seus aliados, que, agora, darão continuidade a incidência para conseguir os votos necessários para derrubar, de uma vez por todas, a tese inconstitucional do marco temporal, defendida por ruralistas e outros setores econômicos interessados na exploração e apropriação dos territórios indígenas.
Reflexo da prática de um governo alicerçado na antipolítica, na contramão da Constituição Federal de 1988 que, em seus artigos 231 e 232, já havia superado o paradigma integracionista e reconhecido aos povos indígenas os seus direitos.
Genocídio indígena é minimizado em relatório final da CPI da Pandemia: indígenas cobraram investigação do governo federal, na disseminação da covid-19 entre os povos originários, mas não foram ouvidos.
“Estamos em busca da garantia de nossos territórios, das que nos antecederam, para as presentes e futuras gerações, defendendo o meio ambiente, este bem comum que garante nossos modos de vida enquanto humanidade. Para além de mero recurso físico é igualmente morada dos espíritos das florestas, dos animais e das águas da vida com um todo, fonte de nossos conhecimentos ancestrais”.
Lideranças indígenas de mais de 170 povos estiveram mobilizadas, no acampamento Luta pela Vida, confiantes que a Suprema Corte sacramentasse o direito originário à terra, dando fim ao marco temporal.
PL 490 é aprovado em Comissão da Câmara e segue para votação em plenário. Se aprovado, inviabilizará as demarcações, permitirá a anulação de Terras Indígenas e irá escancará-las a empreendimentos predatórios, como garimpo, estradas e grandes hidrelétricas. Movimento indígena continua na luta contra a agenda anti-indígena no Congresso.
Ataques armados a indígenas contrários à mineração ilegal podem se repetir, alerta Ministério Público Federal. Omissão ativa do governo Bolsonaro e incentivo à mineração em terras indígenas fortalece grupos criminosos. Segue violenta a realidade enfrentada pelos indígenas no Brasil: furtos, destruições nas comunidades, ataques violentos e armados de garimpeiros contra os povos originários, morte de crianças indígenas, entre tantas outras brutalidades e injustiças....
“O Estado brasileiro denominou como Dia do Índio para comemoração, mas usamos como dia da luta”, diz Kaingang. Momento ideal para denunciar os vários erros na condução da política indigenista no país: um governo que erra na escolha da administração da Funai, negligencia a pandemia e afeta negativamente os povos indígenas em todas as suas decisões.
Em um cenário desolador, com mais de mil mortes entre indígenas e um mês de março com média diária de quase 3 mil mortes gerais no país, os povos indígenas, ao lado do Cimi e da Apib, denunciam às Nações Unidas a política genocida do governo Bolsonaro
Após medida do governo federal, Terras Indígenas Bacurizinho, Kanela Memortumré e Porquinhos dos Canela Apanjekra, no Maranhão, são cobertas por certificações de propriedades privadas