• 16/08/2007

    1ª Assembléia das Guerreiras Mulheres Indígenas do Leste e Nordeste

    Nós, guerreiras mulheres indígenas do Nordeste e Leste, representando 44 Povos indígenas, junto com nossas lideranças que compõem a ARTICULAÇÃO DOS POVOS E ORGANIZAÇÕES INDÍGENAS DO NORDESTE, MINAS GERAIS E ESPÍRITO SANTO – APOINME, e demais organizações indígenas, indigenistas e entidades parceiras, estivemos reunidas em Ribeirão das Neves – MG, nos dias 13 a 16 de agosto de 2007.


     


    Com o objetivo de garantir uma maior intervenção política das mulheres indígenas, visando contribuir para o fortalecimento do movimento indígena, mapeamos os principais problemas que nós mulheres indígenas enfrentamos.  Debatemos sobre nossas demandas específicas e definimos estratégias de mobilização em defesa dos direitos dos povos indígenas do Brasil frente a atual conjuntura política.


     


    O Programa de Aceleração do Crescimento, PAC, um projeto onde as dimensões humana, social e de futuro estão ausentes, desterritorializado, com a previsão de um elenco de obras de infra-estrutura como a transposição das águas do rio São Francisco, a construção das hidrelétricas que atingem terras indígenas, a exemplo do que ocorre nos territórios dos Povos Truká, Pipipã e Kambiwá/PE e Tumbalalá/BA, atendendo a poderosos interesses econômicos, atropela os direitos dos povos indígenas e das populações ribeirinhas, e violenta a natureza.


     


    O agronegócio, apoiado pelas políticas governamentais, que se caracteriza pelos monocultivos para o mercado internacional, pelo uso intensivo de produtos químicos (agrotóxicos, adubos), pela mecanização pesada, pelas tecnologias totalitárias e agressoras à biodiversidade, paralisa a demarcação das terras indígenas e mantém a concentração fundiária. Exemplo disso é a invasão dos territórios dos Povos Tupinikim e Guarani no Espírito Santo e Pataxó, na Bahia, pelo monocultivo de eucalipto das empresas Aracruz Celulose e Veracel; do povo Jenipapo Kanindé, no Ceará, pelo monocultivo da cana de açúcar da empresa Ypióca; dos Potiguara da Paraíba pela Companhia de Tecidos Rio Tinto e outras; do povo Tremembé pela Empresa Ducoco.


     


    O avanço do desmatamento praticado por fazendeiros, criadores de gado e grileiros significa uma ameaça permanente para os territórios  e a vida dos nossos Povos.


     


    Cresce assustadoramente a violência contra os povos indígenas e suas lideranças. Neste cenário destaca-se uma grande vulnerabilidade pelas várias formas de violência que as mulheres e crianças indígenas sofrem: física, moral, psicológica entre outras.


     


    Submetidos a séculos de preconceito e discriminação, fomos expulsos de nossos territórios tradicionais, hoje nos encontramos nas cidades e no campo, reconstruindo nossas identidades e exigindo o reconhecimento e a garantia dos nossos direitos. No entanto, o poder público e setores poderosos da sociedade têm na repetição do preconceito e da discriminação a única resposta às nossas legítimas demandas.


    As políticas indigenistas governamentais têm-se revelado incapazes de assegurar os direitos indígenas. Isso se reflete no Congresso Nacional onde o Estatuto dos Povos Indígenas encontra-se paralisado há mais de 12 anos. Enquanto os recursos orçamentários diminuem para a demarcação e garantia das terras, crescem os recursos para políticas assistencialistas, geradoras de dependência e desmobilização. Continuam as práticas integracionistas. Os desmandos na atenção a saúde, gerados pelo processo de terceirização, loteamento político dos cargos na Funasa, e pela corrupção, resultou no aumento trágico da mortalidade nas aldeias indígenas. Estes desmandos vitimaram a nossa líder Maninha Xukuru-Kariri, coordenadora da APOINME e integrante da Comissão Intersetorial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, CISI, por falta de atendimento no Hospital Regional de Palmeira dos Índios, em Alagoas. Para homenageá-la, nós, mulheres indígenas do nordeste e leste, definimos o dia 11 de outubro como dia de resistência da mulher indígena do nordeste e leste.


     


    No âmbito do Poder Judiciário existe uma avalanche de ações, com decisões liminares, que paralisam a demarcação das terras indígenas, bem como está em curso um processo de criminalização e ameaças à vida das lideranças indígenas em luta pela terra, a exemplo de Zé de Santa, Marcos e Agnaldo Xukuru, Neguinho e Adailson Truká em Pernambuco, Joel Brás Pataxó e Luis Titiah Pataxó Hã Hã Hãe da Bahia, Dourado Tapeba no Ceará e Paulo Tupinikim, Vilson e Vilmar Benedito e Genildo Francisco no Espírito Santo, Domingos e José Nunes Xakriabá, de Minas Gerais.


     


    Destacamos como sinais de esperança a inscrição dos direitos indígenas nas Constituições de muitos países latino-americanos e sua consolidação através de instrumentos internacionais como a Convenção 169 da OIT e a Declaração Universal dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas aprovada pela Comissão de Direitos Humanos da ONU, em 2006.


     


    O crescimento demográfico da população indígena de 10% ao ano, impulsionado pelo processo de auto-identificação, tanto no interior quanto na cidade, a mobilização em torno do Acampamento Terra Livre e a criação da Comissão Nacional de Política Indigenista, CNPI, atestam avanços da luta indígena no Brasil.


     


    Essa realidade nos desafia a enfrentar as políticas governamentais integracionistas e o caos da atenção à saúde indígena; aprimorar e fortalecer o protagonismo da mulher no movimento indígena no Nordeste e Leste através de processos de mobilização e formação.


     


    Nós mulheres indígenas e lideranças dos Povos Anacé, Tapeba, Tremembé, Jenipapo Kanindé, Kanindé, Kalabaça, Tabajara, Potiguara e Pitaguary do Ceará; Potiguara da Paraíba; Atikum, Truká, Kambiwá, Kapinawá, Xukuru, Pipipã e Pankará de Pernambuco; Geripankó, Tingui-Botó, Xukuru-Kariri, Wassu Cocal, Kalankó, Karapotó, Koiwpanká, Katokinn, Karuazu de Alagoas; Xokó de Sergipe; Kiriri, Tuxá, Tumbalalá, Xukuru Kariri, Pankaru do norte e oeste da Bahia; Pataxó e Tupinambá do sul e extremo sul da Bahia; Tupinikim e Guarani do Espírito Santo; Pataxó, Caxixó,  Mukuriñ, Xakriabá, Krenak, Aranã, Xukuru-Kariri, Pankararu de Minas Gerais.


     


    E as entidades aliadas: Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Organização das Mulheres Indígenas de Roraima (OMIR), Associação Nacional de Ação Indigenista (ANAI), Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (CEDEFES), Licenciatura Indígena da UFMG, Rede de Mulheres Rurais da América Latina e Caribe (REDE LAC).


     

    Ribeirão das Neves / Minas Gerais, 16 de agosto de 2007.

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  • 15/08/2007

    O índio ameaçador – artigo de Lúcio Flávio Pinto

    O oficial da Marinha esperou pacientemente que eu encerrasse a conversa com colegas jornalistas e se apresentou respeitosamente. Era técnico em informática e fora mandado por sua unidade, no Rio de Janeiro, para ouvir tudo de interessante que encontrasse na reunião anual da SBPC em Belém. Precisava de uma reciclagem e de motivação.


    Falava com os olhos brilhando e toda atenção concentrada no interlocutor. Jovem e entusiasmado. Depois de um circunlóquio muito interessante, fez a pergunta, pela qual já esperava: se eu acreditava que a Amazônia estava realmente ameaçada de internacionalização; se as ONGs eram o principal instrumento dessa ofensiva; se um dos seus focos era as reservas dos índios Yanomami, entre Roraima e o Amazonas; se era verdade que só americanos passavam à noite pelo trecho da rodovia Manaus-Boa Vista em território dos Waimiri-Atroari.

    Eu tinha acabado de abordar esses temas na minha conferência. Antes de voltar a eles, ampliá-los ou especificá-los na argumentação, disse ao tenente, com toda sinceridade, sacando da minha experiência de vida muito mais do que dos conhecimentos aprendidos em livros: nunca encontrei índios que manifestassem o desejo de ser outra coisa que não brasileiros. Mesmo quando revoltados, ressentidos ou irados, nunca nenhum deles disse que pretendia ir para outro país ou se despir de sua nacionalidade.

    Embora essa seja uma condição artificial para tais populações, que já existiam centenas ou milhares de anos antes que suas terras fossem alcançadas por esse conceito e o invasor se apresentasse como dono do território, os índios nunca rejeitaram a condição de brasileiros, por mais pesada que ela lhes seja, nem almejaram uma nova cidadania. Nunca foram, por isso, uma questão geopolítica a sério. Só se tornam um estorvo, nesse enfoque, quando a ótica está distorcida por mitos convenientes aos guerreiros perenes da geopolítica. A “questão indígena” é tudo, menos uma questão de nação. Se algum país, corporação ou entidade pensa de outra maneira e age conforme essa orientação, sua pregação, neste aspecto, fracassou. E fracassará sempre. O “problema indígena” resulta do despreparo dos “brancos” e da incompetência do governo muito mais do que da ingerência externa, cujos efeitos se valem desse vácuo nacional.

    Já vi índios dispostos a matar ou morrer por seus direitos, os consuetudinários da tradição mais do que milenar, mas nunca vi um só índio dizendo que não é nem quer ser brasileiro. O que ele quer é ser índio. De preferência, na aldeia. Se não der, pode ser na cidade também. Num ou noutro local, conforme seu ideal ou como tiver que ser, mas respeitado. Preservada essa condição, o índio, mesmo quando isolado em paragens remotas da fronteira, não é problema: é um dado, que pode ser proveitoso para todos se sua integridade for preservada.

    O atento tenente da Marinha parece ter aceitado o argumento. Foi-se sem as objeções com as quais se apresentou. Espero que tenha levando consigo uma semente de verdade para plantar nessa vasta seara dos absurdos e incompreensões.

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  • 15/08/2007

    MinC, SESC e Associação Guarani Tenonde Porã lançam livro do Prêmio Culturas Indígenas 2006

    São Paulo (SP) – O Ministério da Cultura, o SESC SP e a Associação Guarani Tenonde Porã promovem, no dia 15 de agosto, no Sesc Vila Mariana, a cerimônia de entrega de certificados de premiação para as 82 propostas selecionadas no Prêmio Culturas Indígenas 2006 – Edição Ângelo Cretã. Durante a cerimônia acontece o lançamento da Publicação homônima, que retrata, em mais de 300 páginas com textos, fotos, mapas e quadros estatísticos, as 467 iniciativas inscritas na primeira edição. Na ocasião, o MinC anuncia a Campanha Nacional de Valorização da Cultura dos Povos Indígenas que está sendo desenvolvida pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República.


     


    Estarão presentes ao evento de premiação cerca de 150 lideranças indígenas de todas as regiões do Brasil com destaque para os 82 representantes das iniciativas selecionadas em 2006. Está confirmada a presença do Ministro da Cultura Gilberto Gil. Dando continuidade ao lançamento da publicação e premiação, acontece no SESC, de 16 a 19 de agosto, mostra cultural indígena, aberta ao público, com rodas de histórias, debates, música e oficinas de artesanato.  O SESC Vila Mariana está na R. Pelotas, 141.


     


    Campanha – O Prêmio Culturas Indígenas foi criado no ano passado pelo MinC para incentivar iniciativas de fortalecimento cultural das comunidades indígenas do Brasil. Patrocinado pela PETROBRAS através da Lei Rouanet, o Prêmio foi executado pela Associação Guarani Tenonde Porã em parceria com a Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC) e homenageia postumamente na primeira edição o cacique Ângelo Cretã, líder dos Kaingang (PR).


     


    A parceria entre o SESC SP, o Ministério da Cultura e a Associação Guarani Tenonde Porã dá seqüência a uma série de ações desenvolvidas pela instituição na valorização e revitalização das culturas indígenas, como, por exemplo, as apresentações da tribo Xavante na Temporada SESC Outono 97, a participação de representantes e encontro de lideranças durante o Fórum Cultural Mundial (2004), os espetáculos, oficinas, livro e disco Ponte entre Povos, organizados por Marlui Miranda, com a participação de diversos povos, a exposição, oficinas e o livro Jogos e Brincadeiras do Povo Kalapalo.


     


    Para o diretor regional do SESC São Paulo, Danilo Santos de Miranda, a parceria “reafirma o compromisso da instituição para a construção de uma sociedade mais justa e digna, por meio de uma ação cultural cidadã e educativa, divulgando a riqueza cultural indígena em interlocução com os seus principais representantes, em respeito às identidades e às suas tradições. Riqueza que ora se apresenta em propostas sobre a transmissão de conhecimentos sobre os poderes curativos das plantas, a culinária e a música, e para a permanência das várias línguas nativas, entre outras.”


     


    Diversidade – Existem no Brasil cerca de 225 povos indígenas que falam 180 línguas distintas. O Prêmio Culturas Indígenas 2006 mobilizou comunidades de 85 povos. Para Timóteo Vera Popygua, cacique da Aldeia Tenonde Porá (SP), a mostra indígena no Sesc será uma experiência muito importante para as comunidades. “Teremos contato com muitas lideranças indígenas de todo o Brasil, conheceremos de perto a realidade de outros povos indígenas e poderemos sentir que as culturas indígenas em todo o Brasil estão vivas, que cada povo está lutando para manter sua forma própria de viver a vida”, conclui.


     


    INFORMAÇÕES À IMPRENSA


    ECOAR – Escritório de Comunicação e Artes


    Informações com Railídia Carvalho


    Tel/Fax: (11)  3571 6489 / 9208 7042


    E-mail: pci.2007@terra.com.br


    SESC Vila Mariana


    Informações com Marimar Chimenes Gil


    Tel: (11) 5080 3042


    imprensa@vilamariana.sescsp.org.br


     


    Dia 15/08, quarta


    20h30 às 22h


    Cerimônia de Premiação e Lançamento da Publicação do Prêmio Culturas Indígenas 2006 – Edição Ângelo Creta


    Teatro


     


    Dia 16/08, quinta


    14h30 às 15h30


    Roda de História Pataxó


    Povo: Pataxó  (MG)


    Contação das histórias tradicionais desse povo como “Origem do povo Pataxó” e “O machado, a Abelha e o Rio” , sobre a origem das plantas,  e a “Hamãy, a Protetora dos Animais”


    Praça de Eventos (capacidade: 300 pessoas)


    Grátis


     


    14h30 às 16h30


    Roda de debate: Terras Indígenas


    Povos: Xukuru (PE) e Kaingang (PR, SC e RS)


    Serão discutidos temas como preservação dos direitos e dos territórios dos povos indígenas, demarcação de terras e situação de comunidades em áreas urbanas. A roda será coordenada pelas lideranças representantes do povo Kaingang e do povo Xukuru, respectivamente homenageados nas edições 2006 e 2007 do Prêmio Culturas Indígenas, enfocando a história de Ângelo Cretã e Xicão Xukuru, que deram a vida por esta luta.


    Sala 1, 5o andar – Torre A


     


    17h às 18h


    Intercâmbio Cultural: Leitura encenada do texto Mandaru no Reino de Ororubá


    Povo Xukuru (PE)


    Apresentada em uma roda de histórias, a ação intercala cenas da ficção e da realidade do movimento de etnogênese e ressurgência étnica entre os povos indígenas no Nordeste do Brasil e depoimentos de lideranças do movimento indígenas nesta região. O grupo é composto de vinte jovens das aldeias Cimbres, Cajueira, Pé de Serra e Pão de Açúcar. Município de Pesqueira/PE


    Praça de Eventos (capacidade: 300 pessoas)


    Grátis


     


    18h às 20h


    Roda de Debate: Registros da Cultura


    Povos: Pankararé (BA), Yawalapiti (MT), Pankará (PE), Guarani Mbya (RS), Karitiana (RO) e Macuxi (RR)


    Discussão sobre o registro da cultura indígena por meio de recursos audiovisuais e textos escritos, sobre museus e espaços destinados à documentação e como essas novas realidades são assimiladas pelas comunidades.


    Sala 1, 5o andar – Torre A


    Grátis. 20 vagas. Retirada de senhas com 1h de antecedência.


     


    18h às 20h


    Roda de debate: Medicina Tradicional


    Povos: Yawanawá (AC), Wassu Cocal (AL), Baniwa (AM), Xacriabá (MG), Irantxe (MT), Jupaú (RO), Kaingang (RS e SC) e Guarani (SP)


    Discussão sobre a manutenção e a revitalização das práticas de cura tradicionais indígenas, e o valor desse conhecimento ancestral vinculado à espiritualidade e à relação com a natureza. A influência e a interferência da medicina dos não índios e o debate sobre os direitos dos povos indígenas sobre os seus conhecimentos tradicionais. 


    Sala 2, 5o andar – Torre A


    Grátis. 20 vagas. Retirada de senhas com 1h de antecedência.


     


    Dia 17/08, sexta

    14h30 às 15h30


    Roda de Histórias Tapiraré (MT)


    Contação das histórias tradicionais desse povo como “Gavião Real” e a “História da Origem do Povo Tapiraré”.


    Praça de Eventos (capacidade: 300 pessoas)


    Grátis


     


     14h30 às 16h30


    Roda de debate: Artesanato Indígena


    Povos: Tremembé (CE), Terena (MS), Guarani Kaiowá (MS), Kaiabi (MT), Umutina (MT), Kambiwá (PE), Xokleng (SC), povos do Rio Negro (AM), povos


    do Oiapoque (AP).


    Discussão sobre o lugar do artesanato e do processo de produção artesanal nas tradições culturais e as mudanças decorrentes de sua transformação em mercadoria voltada para mercados externos às comunidades indígenas, e a relação entre artesanato e arte indígena.


    Sala1, 5o andar, Torre A


    Grátis. 20 vagas. Retirada de senhas com 1h de antecedência.


     


    14h30 às 16h30


    Roda de debate: Religiões Indígenas


    Povos: Yawanawá (AC), Yanomami (AM), Tapeba (CE), Nambikwara (MT), Kaiabi (MT), Bakairi (MT), Yudja (MT), Tembé Tenetehara (PA), Guarani Mbya (RJ) e Paiter Suruí (RO).


    Discussão sobre a manutenção e o fortalecimento das religiões indígenas, apresentando as diferentes visões de mundo de cada povo e a relação com o processo de constituição de suas identidades.


    Sala 2, 5o andar, Torre A


    Grátis. 20 vagas. Retirada de senhas com 1h de antecedência.


     


    17h às 18h


    Intercâmbio Cultural: Apresentação do Povo Terena (SP)


    Dança do Bate-pau e Dança da Chuva


    Na cultura Terena significa dança do Kipaé ( Dança da ema), apresentada por dois grupos que dançam ao som do tambor e da flauta tradicional feita de madeira. Esta dança é apresentada desde os seus antepassados, devido à conflitos que existiam nas aldeias, em defesa das suas terras que eram constantemente invadidas. Quando havia vitórias os terenas dançavam em comemoração.


    Praça de Eventos (capacidade: 300 pessoas)


    Grátis


     


    18h às 20h


    Roda de debate: Transmissão de conhecimento, oralidade e educação indígena


    Povos: Xucuru-Kariri (AL), Pataxó Hã-hã-hãe (BA), Guarani Mbya (ES), Pataxó (MG), Caxixó (MG), Tapirapé (MT), Kurã-Bakairi (MT), Tembé Tenetehara (PA), Potiguara (PB) e Guarani Nhandeva (PR).


    Discussão sobre as formas tradicionais indígenas de transmissão de conhecimento e as conseqüências da relação entre essas e a educação formal diferenciada. Também poderá ser discutida a influência da educação escolar não indígena na formação da identidade dos jovens indígenas.


    Sala 1, 5o andar – Torre A


    Grátis. 20 vagas. Retirada de senhas com 1h de antecedência.


     


    18h às 20h


    Roda de debate: Músicas, Cantos e Danças Indígenas


    Povos: Kaxinawá (AC), Satere Mawê (AM), Ticuna (AM), Pitaguary (CE), Krikati (MA), Kamaiurá (MT), Bóe-Bororo (MT), Kuikuro (MT), Potiguara (PB) e Macuxi (RR).


    Discussão sobre os cantos e as danças indígenas, sua relação com os rituais e as práticas religiosas e também como se dá o processo de “espetacularização” destas expressões culturais quando essas apresentações são realizadas fora das comunidades.


    Sala 2, 5o andar – Torre A


    Grátis. 20 vagas. Retirada de senhas com 1h de antecedência.


     


    Dia 18/08, sábado


     10h às 12h


    Roda de debate: Modos Indígenas de Relação com a Natureza


    Povos: Karapotó(AL), povos do Rio Negro (AM), Arara do Rio Branco (MT),


    Xavante (MT), Paresí (MT), Kaingang (PR), Guarani Mbya (SP) e Krahô (TO).


    Sala 3, 6o andar, Torre A


    Grátis. 20 vagas. Retirada de senhas com 1h de antecedência.


     


     10h às 12h


    Roda de debate: Línguas Indigenas 


    Povos: Kaxinawá (AC), Tuyuka (AM), Tariana (AM), Mebêngôkre Metyktire (MT), Potiguara (PB), Fulni-ô (PE), Xukuru do Ororubá (PE) e Guarani Mbya (RJ)


    Sala 4, 6o andar, Torre A


    Grátis. 20 vagas. Retirada de senhas com 1h de antecedência.


     


     12h às 13h


    Roda de Histórias Fulni-ô (PE)


    Contação das histórias tradicionais desse povo como “A invasão do Homem Branco”, “O coronel sem Divisa”, e “O Índio da Imagem do Rio”, entre outras curiosidades acerca da cultura Fulni-ô


    Praça de Eventos (capacidade: 300 pessoas)


    Grátis


     


     13h30 às 15h30


    Oficina de Artesanato


    Povos: Kambiwá (PE), Kaingang (RS) e Xukuru (AL)


    Confecção de bijuterias feitas de sementes, chaveiros em madeira e vasinhos de cipó.


    Sala 3, 6o andar, Torre A


    Grátis. 20 vagas. Retirada de senhas com 1h de antecedência.


     


     15h30 às 16h


    Banda Wiwirutcha (Povo Tikuna – AM)


    A banda surgiu em agosto de 2001 para resgatar as músicas tradicionais do povo Ticuna, desenvolvendo e fortalecendo o conhecimento dos antepassados como músicas, piadas, histórias, costumes, tradições e modo de viver. Eles mostram a importância das crianças cantarem as músicas em língua ticuna e em português.


    Praça de Eventos (capacidade: 300 pessoas)


    Grátis


     


    Dia 19/08, domingo

    12h às 12h30


    Toré do Povo Pankararu (SP)


    Os ritos denominados Toré são praticados por diversos grupos indígenas no Nordeste. Na apresentação, dançam o Toré de caráter mais lúdico e político.


    Praça de Eventos (capacidade: 300 pessoas)


    Grátis


     


    12h30 às 13h30


    Roda de Histórias Guarani (SC,SP) e Suruí (RO)


    Praça de Eventos (capacidade: 300 pessoas)


    Grátis


     


    14h às 16h


    Oficina de Artesanato


    Povos: Guarani Mbya (ES), Umutina (MT) e Tapeba (CE)


    Trabalho feito com bucha vegetal e confecção de bijuterias de sementes e fibras naturais.


    Sala 3, 6o andar – Torre A


    Grátis. 50 vagas. Retirada de senhas com 1h de antecedência.


     


    15h30 às 16h


    Coral Guarani e Dança do Xondaro (SP)


    Povo: Guarani – SP


    A música guarani possui uma tradição milenar e integra sua concepção religiosa do mundo. Através do canto e da palavra o povo Guarani se comunica com os Deuses.


    O Xondaro é uma arte marcial do povo Guarani em que eles buscam o equilíbrio físico e espiritual. É uma dança praticada em roda, coordenada por um mestre, e praticada pelos Guarani desde a primeira infância.


    Praça de Eventos (capacidade: 300 pessoas)


    Grátis


      


    Acesso para pessoas com deficiência


    Estacionamento: a partir de R$ 5,00


     


    SESC Vila Mariana


    Rua Pelotas, 141


    Informações ao público: 5080-3000


    www.sescsp.org.br

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  • 13/08/2007

    Quilombolas do Espírito Santo são expulsos novamente de sua terra por ação da Aracruz Celulose


    No 20º dia de retomada das terras quilombolas em Linharinho, o Batalhão de Missões Especiais efetivou a ação de despejo das famílias quilombolas lá acampadas. Já no terceiro dia a Aracruz Celulose conseguiu uma liminar de reintegração de posse expedida por juiz de São Mateus, rejeitada pelos quilombolas, criticada pelos apoiadores e questionada por advogados.


     


    Desde o dia 23 de julho, a medida que os quilombolas iam cortando o eucalipto, plantios de mata atlântica, sementes de milho, feijão, abóbora, côco, banana iam ganhando espaço na terra identificada como quilombola. Também casas de estuque estavam sendo construídas com a contribuição de outras comunidades quilombolas do Sapê do Norte.


     


    Apesar de Linharinho ter tido o direito reconhecido na Portaria publicada no Diário Oficial da União por 9.542,47  hectares de terra , a Aracruz Celulose contou com todo apoio da Polícia de Paulo Hartung para fazer valer liminar de posse. No dia 11 de agosto, sábado, pela manhã mais de 100 policiais fortemente armados e protegidos com colete a prova de balas estiveram no local para fazer o despejo. Rejeitando novamente a liminar, os quilombolas se negaram a assinar o documento expedido por juiz substituto da Vara federal de São Mateus, Leonardo Marques Lessa, e evitaram o enfrentamento físico ao Batalhão. A polícia junto com  homens da Aracruz Celulose desfizeram as construções e apreenderam todos os materiais e pertences dos quilombolas que estavam na área.


     

    Os quilombolas afirmam: “não desistiremos de lutar por nossos direitos!”   

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  • 13/08/2007

    MPF promove audiência no Vale do Javari (AM) para discutir crise da saúde indígena na região


    Nos dias 14 e 15 de agosto, ocorrerá em Atalaia do Norte, no Vale do Javari, sudoeste do Amazonas, uma audiência pública para discutir a grave situação de saúde dos povos indígenas da região.


     


    No fim de julho, o Conselho Indígena do Vale do Javari (Civaja) divulgou a notícia do falecimento do indígena Kutxu, do povo  Kulína, por febre-amarela, e destacou que era 19ª morte por doença que atingia a comunidade em 2007. Ainda no primeiro semestre, um relatório da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) revelou que, de 309 indígenas examinados no Vale do Javari, 24,9% estavam contaminados pelo vírus da hepatite Delta, a forma mais perigosa da doença que ataca o fígado. O levantamento também diagnosticou que 85,11% dos índios examinados tiveram contato com o vírus da hepatite A e 14,2% estavam contaminados com o tipo B da doença.


     


    A audiência, promovida pela 6ª Câmara do Ministério Público Federal (6ª CCR/MPF), foi uma demanda de liderança indígenas que, em abril, vieram a Brasília apresentar dados sobre a situação de saúde da região a diversos órgãos, como Fundação Nacional do Índio (Funai), Funasa e Ministério da Saúde.


     


    Entre as questões apresentadas, constam denúncias de corrupção na Coordenação Regional da Funasa e na Prefeitura Municipal de Atalaia do Norte. As lideranças indígenas apontam que os recursos para a contratação pessoal, atualmente gerenciados pela Prefeitura, aumentaram de R$  31.600 para R$  211.050,00 ao mês. Enquanto isso, muitas aldeias do Vale do Javarí não dispõem de técnico de saúde, sob o argumento de falta de recursos.


     


    Confirmou presença na audiência, a Diretora de Assuntos Fundiários da Funai, Maria Auxiliadora. Também foram convidados o presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Danilo Fortes; o Coordenador Regional da Funasa, Francisco Aires; o Administrador Regional da Funai, Jean de Sales; o prefeito de Atalaia do Norte, Rosário Conte e representantes da Controladoria Geral da União, Polícia Federal e Ministério da Educação entre outros órgãos.


     


    Das organizações indígenas irão Gecinaldo Barbosa, pela Coordenação de Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab) e Clovis Marubo, pelo Civaja. Representando a 6ª CCR/MPF, irão a sub-procuradora Déborah Duprat, coordenadora da Câmara, e o sub-procurador Brasilino dos Santos.


     


    A audiência será na Câmara Municipal de Atalaia do Norte


     


    Informações para a imprensa


    J.Rosha – (92) 8111-1219 ou 5435


    Marcy Picanço – (61) 2106-1650 e 9979-7059

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  • 13/08/2007

    I Assembléia de Mulheres Indígenas do Leste e Nordeste acontece em Minas de 14 a 16 de agosto

    Entre 13 e 16 de agosto, ocorre, em Minas Gerais, a I Assembléia das Guerreiras Mulheres Indígenas do Leste e Nordeste. São esperadas cerca de 120 mulheres de mais de 50 povos de PE, AL, PB, SE, BA, CE, PI, RN, MG, ES.


     


    O evento, realizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), será um espaço de diálogo entre essas mulheres, para que elas fortaleçam sua organização e definam estratégias para sua intervenção política nos âmbitos local, regional e nacional.


     


    Os debates darão visibilidade à importância da mulher nas lutas do movimento indígena por terra, saúde, educação… A partir das exposições na Assembléia, será produzido um diagnóstico com os principais problemas vividos pelas mulheres indígenas em suas regiões e serão definidas estratégias de mobilização e articulação para superá-los.


     


    Mulheres indígenas


    As mulheres, sozinhas ou acompanhando os filhos, são as principais usuárias do subsistema de saúde indígena no Brasil. Entretanto, são poucas as que participam dos Conselhos Locais de Saúde e, menos ainda, as eleitas para os Conselhos Distritais. As mulheres indígenas também sofrem violência doméstica, no entanto, quase não há registros oficiais sobre as agressões.


     


    Mobilização


    A Assembléia terminará com um ato contra a transposição do Rio São Francisco e contra a violência e criminalização que atingem os povos indígenas. Entidades de mulheres indígenas de outros lugares do país e entidades feministas também participarão do encontro.


    A Assembléia das Guerreiras da Apoinme tem o apoio do DED, Inesc, Cese, Oxfam, Cimi e Fundação Redistribuir.


     


    Serviço:


    I Assembléia de Guerreiras da Apoinme


    Local: REMAR (Sítio Marista). Avenida Principal, 205 – Areias – Ribeirão das Neves – MG


     


    Informações para a imprensa:


    Ana Célia Floriano – (81) 99244575 (florianoaccioly@uol.com.br) – DED


    Marcy Picanço – (61) 2106 1650/ 9979 7059 – Cimi


     

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  • 10/08/2007

    Info-brief 778 Internationaler Tag der Indigenen Völker

    Amnesty International fordert mehr Einsatz von Bundespolizei


     


    Der 9.8. ist der Internationale Tag der Indigenen Völker. Acht Monate davor


    wurde die Guarani Julite Lopes (73 Jahre), bei einer Rückgewinnung in Kuru Ambá, Mato Grosso do Sul ermordet. Ein Monat ist seit dem gewaltsamen Tod des Guarani Ortiz Lopes vergangen. Angesichts dieser Aggressionen als Folge von Landkonflikten forderte Amnesty International von der Bundespolizei und der Bundesregierung mehr Aufmerksamkeit und einen besonderen Einsatz für die Situation der indigenen Völker.


     


    Am 7.8.2007 wurden vier indigene Vertreter aus Kurussu Ambá verhaftet. Das Verfahren läuft noch immer auf Ebene des Bundesstaates, obwohl Bundesautoritäten verantwortlich wären. Bislang hat die Bundespolizei noch keine Ermittlungen zur Verfolgung der Verbrecher im Mordfall Ortiz Lopes angestellt.


     


    Im Schreiben an die Behörden verweist Amnesty International auf die angespannte Lage der Guarani. „Es wurden Marcos Veron (Januar 2003), Dorvalino Rocha (Dezember 2005) Dorival Benites (Juni 2005) sowie Julite Lopes (Januar 2007) ermordet. Keines dieser Verbrechen wurde strafrechtlich verfolgt. Die lange Geschichte der Straffreiheit geht wie die gerichtlichen Verzögerungen weiter“.


     


    Betont werden muss auch, dass die Tendenz besteht, Mordfälle im Zusammenhang von Landkonflikten wie allgemeine Verbrechen zu behandeln, die in der Kompetenz der Gerichte der Bundesstaaten liegen.


     


     


    Initiativen zur Durchsetzung der indigenen Rechte


     


    Die Gewalt und fehlendes Land für die indigenen Völker in Mato Grosso do Sul mobilisiert viele Sektoren und Institutionen in Brasilien und international. Ganz besonders aber fordern die Guarani ihre Rechte. Im August wenden sich die Indios besonders an Abgeordneten in den Bundesstaaten sowie an nationale und internationale Menschenrechtsorganisationen. Es finden auch Seminare mit indigenen Vertretern aus dem ganzen Land statt.


     


    Die Kommission für Indigene Rechte der Brasilianischen Anwaltskammer (Region MS) war in Kurussu Ambá und forderte in ihrem Bericht sofortige Maßnahmen hinsichtlich der Verhaftungen und der Ermordungen von Indios dieser Gemeinschaft.


     


    Viele Initiativen sollen die Situation dieser Indios verbessern. Unverzichtbar ist aber die politische Entscheidung der brasilianischen Regierung, die indigenen Territorien zu demarkieren und der herrschenden Straffreiheit ein Ende zu setzen.


    (Egon Heck)


      


    Energieversorgung für Insel Assunção eingestellt


     


    Für die mehr als 1000 Familien Truká auf der Insel Assunção, nahe von Cabrobó, Pernambuco, gab es von 7.-8.8.2007 keinen Strom. Heute, 9.8. hat CELPE, der Energieversorger in Pernambuco die Stromlieferung wieder aufgenommen.


     


    CELPE reklamiert ausständige Zahlungen während die Truká keine Entschädigung von COELBA, dem Energieversorger von Pernambuco erhalten haben, dessen Stromleitungen durch indigenes Land führen.


     


    Seit 2000 besteht das Problem mit der elektrischen Energie, als die Fazendeiros vom Gebiet dieses Volkes abgezogen wurden. Damals hat CELPE einen einzigen Stromzähler eingerichtet. Drei Jahre später wurden dafür von der FUNAI Zahlungen gefordert, die nicht erfolgten.


    Danach wurde bei Verhandlungen der Bundesstaatsanwaltschaft Pernambuco mit der FUNAI und indigenen Vertretern vereinbart, individuelle Stromzähler auf der Insel einzurichten. Auch sollte CELPE dem Volk eine Entschädigung für die durch das indigene Gebiet führenden Stromleitungen zahlen. Diese Vorschläge wurden nicht erfüllt.


     


    Ohne Ankündigung hat CELPE am 6.8. die Energielieferung für die Insel Assunção eingestellt. In der Schule und im Gesundheitsposten gab es keinen Betrieb und die Gemeinschaft hatte kein Trinkwasser.


     


    Auf Vermittlung der Bundesstaatsanwaltschaft von Pernambuco hat CELPE die Stromlieferung wieder aufgenommen. Eine Versammlung der indigenen Vertreter Truká mit der FUNAI, dem CELPE und der Bundesstaatanwaltschaft ist für den 10.8. geplant. Die Indios wollen, dass auch COELBA vertreten ist.


     


    Flussregulierung


     


    Der Kazike Neguinho Truká glaubt, dass die Einstellung der Energieversorgung auf den Protest der Gemeinschaft gegen das Projekt der Regulierung des São Francisco zurückzuführen ist. Rund 500 Indios Truká sind noch immer in dem von ihnen zurück gewonnenen Gebiet. Sie drängen auf den Abschluss der Erhebungen zur Identifizierung des Territoriums. Das geforderte Land wird von der Flussregelung betroffen sein. Falls es zur Verwirklichung des Projekts kommt, ist das ganze Volk auf der Insel Assunção betroffen.


     


    CIMI – Indianermissionsrat


    Brasília, 9. August 2007

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  • 10/08/2007

    Newsletter No. 778: On International Indigenous People’s Day, Amnesty International asks for effort from the Federal Police

    Today, it is International Indigenous People’s Day (9 August), and it is eight months since the murder of the Guarani Julite Lopes (73 years old), during the repossession of Kurussu Ambá, in Mato Grosso do Sul. It is also a month and a day since the murder of Ortiz Lopes, from the same community. Because of these murders of indigenous people who are fighting for their land, Amnesty International has asked the Federal Police and the federal and state authorities to pay special attention and concentrate on this situation.


                           


    Today, it is also eight months and a day since four Kurussu Ambá leaders were imprisoned. The criminal proceedings faced by these indigenous people are being dealt with at the state level, when it is the Federal Police (PF) that should be looking into the case. Up to the present time, the PF has also not yet opened up an inquiry into identify the people who murdered Ortiz Lopes.


     


    The document that Amnesty International (AI) has sent to the authorities recalls that the situation faced by the Guarani is still precarious. “The murder of Marcos Veron, in January 2003, was followed by the murder of Dorvalino Rocha, in December 2005 [Dorival Benites was also murdered in June 2005 during the repossession of Sombrerito], and the shooting to death of Xuretê (Julite) Lopes in January this year. In none of these cases have the murderers been brought to justice, thus continuing the long history of impunity and judicial tardiness that affects indigenous cases”, says the document.


     


    On International Indigenous People’s Day, it is worth remembering that not only do these murders remain unpunished, there is also a tendency to consider murders that are committed in the fight for land as common crimes and thus, have them judged by State Courts.


                           


    Task Force and the urgent need for Land


     


    The violence and the failure of indigenous peoples in Mato Grosso do Sul to have their own land are mobilizing many sectors and institutions in Brazil and the world. However, it is, above all, leading the Guarani to mobilize and demand their rights. In August, commissions of Federal Deputies and domestic and international human rights bodies are programmed to visit the state. There will also be seminars with the presence of indigenous representatives from the country.


     


    The Indigenous People’s Rights Committee of Brazilian Bar Association (MS Branch) was in Kurussu Ambá and will send a report asking for urgent measures to be taken with respect to the imprisonment and murder of members of this community.


     


    Several initiatives are underway to reverse this situation. Nevertheless, one thing is of fundamental importance: the political decision of the Brazilian government to demarcate the lands and put an end to the impunity that is rife in the region.


     


     


    IN THE MIDDLE OF THE FIGHT AGAINST TRANSPOSITION, CELPE CUTS OFF THE POWER SUPPLY TO THE TRUKÁ PEOPLE’S ISLAND


     


    The 1200 Truká families that live on Assunção Island, near Cabrobó, in Pernambuco, spent 7 and 8 August with no electricity supply. This morning (9 August), Celpe, the Pernambuco Power Company switched the supply to the island back on again.


     


    On the one hand, Celpe claims that it has not been paid. On the other hand, the Truká have not received compensation from Coelba, the Bahia Power Company, which has power transmission lines in the indigenous land.


     


    Electric power has been an issue for the Truká since 2000, when the ranchers were removed from the people’s land. At that time, Celpe installed a single electricity meter. Three years later, they invoiced the National Foundation for Indigenous People (Funai), who didn’t pay. 


     


    Later, after discussions between the Public Prosecutor’s Office (MPF/PE), Funai and Truká leaders, it was decided that Celpe would install individual meters on the island. At the time, it was also said that Coelba should compensate the people for using their land to house its transmission lines. These proposals were, however, not carried out.



    On 6 August, without any prior warning, Celpe completely cut off the supply of electricity to Assunção Island. As a result of this, the school and the health post did not operate. The people also went without drinking water.


     


    After receiving a request from the MPF/PE, Celpe restored the supply, but the solution to the problem will be discussed tomorrow (10 August) in a meeting between the Truká leaders, Funai, Celpe and MPF/PE. The indigenous people also want Coelba to be present.


     


    Transposition


    The leader Neguinho Truká believes that the power may have been cut off as a form of retaliation, because of the people’s protests against the São Francisco River transposition project. Around 500 members of the Truká people remain in a repossessed part of their land. They are demanding that the conclusion of the studies to identify the area. The land that they are claiming may be affected by the transposition. This project, if it is carried out, will affect the lives of the people on Assunção Island. 


     


    Indianist Missionary Council


    (www.cimi.org.br)


    Brasília, 9 August 2007

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  • 09/08/2007

    Informe no. 778: No dia dos Povos Indígenas, Anistia Internacional pede empenho da Polícia Federal

    No Dia Internacional dos Povos Indígenas (9/8) completa-se oito meses do assassinato da Guarani Julite Lopes (73 anos), durante uma retomada em Kurussu Ambá, no Mato Grosso do Sul. Completa um mês e um dia do assassinato de Ortiz Lopes, da mesma comunidade. Por causa dos assassinatos de indígenas na luta pela terra, a Anistia Internacional pediu à Polícia Federal e autoridades federais e estaduais especial atenção e empenho para essa situação.


     


    Hoje, também completa oito meses e um dia da prisão de quatro lideranças de Kurussu Ambá. O processo criminal destes indígenas corre em nível estadual, quando a Polícia Federal (PF) deveria tratar do caso. Até o momento, a PF também não abriu inquérito para identificar os assassinos de Ortiz Lopes.


     


    O documento enviado às autoridades pela Anistia Internacional (AI) lembra que a situação Guarani continua precária. “O assassinato de Marcos Veron, em janeiro de 2003, foi seguido pelo homicídio de Dorvalino Rocha, em dezembro de 2005 [em junho de 2005 também foi assassinado Dorival Benites na retomada de Sombrerito] e pela morte a tiros de Xuretê (Julite) Lopes em janeiro deste ano. Em nenhum dos casos, os assassinos foram levados à justiça, continuando a longa história de impunidade e morosidade judicial em casos indígenas”, diz o documento.


     


    No Dia dos Povos Indígenas é oportuno lembrar que além dos assassinatos continuarem impunes, há uma tendência de tratar os assassinatos ocorridos na luta pela terra como crimes comuns e, como tal, julgados pela Justiça Estadual.


     


    Forças Tarefa e a urgência da Terra


     


    A violência e falta de terra dos povos indígenas no Mato Grosso do Sul está mobilizando muitos setores e instituições no Brasil e no mundo. Mas, sobretudo, está levando os Guarani a se mobilizarem e exigir seus direitos. No mês de agosto, está prevista a ida ao estado de comissões de Deputados Federais e organismos nacionais e internacionais de direitos humanos. Também ocorrerão seminários com a presença de representantes indígenas do país.


     


    A Comissão de Direitos Indígenas da OAB (regional MS) esteve em Kurussu Ambá e enviará um relatório pedindo providências urgentes com relação às prisões e assassinatos de membros dessa comunidade.


     


    Diversas iniciativas estão em curso para reverter essa situação. Entretanto, uma é fundamental: a decisão política do governo brasileiro de demarcar as terras e por fim à impunidade que reina na região.


    (Egon Heck – ver texto completo)


     


     


    EM MEIO A LUTA CONTA A TRANSPOSIÇÂO, CELPE CORTA ELETRICIDADE DA ILHA DO POVO TRUKÁ


     


    As 1,2 mil famílias do povo Truká que vivem na Ilha de Assunção, próximo a Cabrobó, em Pernambuco, passaram os dias 7 e 8 de agosto sem energia elétrica. Na manhã de hoje (9/8), a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) restabeleceu o fornecimento de energia para a Ilha.


     


    De um lado, a Celpe reclama da falta de pagamento. De outro, os Truká não recebem indenização da Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba), que tem linhas de transmissão de energia na terra indígena.


     


    A energia elétrica é uma questão para os Truká desde 2000, quando os fazendeiros foram retirados da terra do povo. Na época, a Celpe instalou um único contador de energia elétrica. Três anos depois, fizeram uma cobrança à Fundação Nacional do Índio (Funai), que não pagou. 


     


    Em seguida, após discussões entre Ministério Público Federal (MPF/PE), a Funai e lideranças Truká foi definido, que a Celpe iria colocar contadores individuais na Ilha. Na ocasião, também foi dito que a Coelba deveria indenizar o povo por usar a terra destes para suas linhas de transmissão. As propostas, no entanto, não foram cumpridas.



    No dia 6, sem aviso prévio, a Celpe cortou por completo o fornecimento de energia elétrica da Ilha da Assunção. Por conta disso, a escola e o posto de saúde não funcionaram. O povo também ficou sem água potável.


     


    Após pedido do MPF/PE, a Celpe restabeleceu o fornecimento, mas a solução para a questão será discutida amanhã (10/9) numa reunião entre lideranças Truká, Funai, Celpe e MPF/PE. Os indígenas querem a presença da Coelba.


     


    Transposição


    O cacique Neguinho Truká acredita que o corte de energia pode ser uma retaliação, por causa dos protestos do povo contra o projeto de transposição do rio São Francisco. Cerca de 500 pessoas do povo Truká pernamecem na retomada de parte de sua terra. Eles exigem que sejam concluídos os estudos de identificação da área. A terra reivindicada pode ser afetada pela transposição. O projeto, se realizado, afetará a vida do povo na Ilha de Assunção.


     


    Conselho Indigenista Missionário


     


    Brasília, 9 de agosto de 2007

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  • 09/08/2007

    Ministério da Justiça mostra primeiros dados sobre indígenas presos

    Cristiano Navarro – Cimi MS


     


    Os dados coletados em 2006 pelo Ministério da Justiça, por meio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), apresentam pela primeira vez um retrato da população indígena que vive nos presídios. No levantamento, feito em 71% dos presídios, o Depen incluiu como reposta para questão “qual é sua cor de pele/etnia” a opção indígena, além das alternativas que já existiam: branca, negra, parda, amarela e outros. Responderam ser indígenas 602 pessoas, sendo 534 homens e 68 mulheres.


     


    Os dados não trazem informações de todo País e têm problemas devido à falta de critérios mais claros para aplicação do questionário, ainda assim, o número de presos é bastante expressivo. Principalmente, se considerarmos que tanto a Constituição Federal por meio do Estatuto do Índio, quanto a convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) são claras quanto as punições: os indígenas devem, preferencialmente, cumprir pena fora dos presídios.


     


    “As penas de reclusão e de detenção serão cumpridas, se possível, em regime especial de semi-liberdade, no local de funcionamento do órgão federal de assistência aos índios mais próximo da habitação do condenado”, determina a Constituição Federal por meio do parágrafo único do artigo 56 do Estatuto do Índio. Mais claro ainda é o parágrafo 2 do artigo 10 da Convenção 169 da OIT. “Se deve dar preferência a tipo de punição outros que o encarceramento”, reforça a Convenção.


     


    Em casos importantes envolvendo os povos Guarani Kaiowá, Pataxó e Truká, a assessoria do Cimi se empenhou para que a lei fosse cumprida. A Justiça transferiu a pena de regime em cárcere para a semi-liberdade em terra indígena. “Não se trata de impunidade, o fato é que a lei não está sendo cumprida. Não sei se por falta de defensores para atender os presos ou por desconhecimento da legislação”, afirma a a advogada Irmã Michael Mary Nolan, que presta assessoria jurídica ao Cimi. 


     


    A defesa dos réus indígenas é responsabilidade da Funai e da Defensoria Pública da União. Atualmente, a Funai tem 25 advogados em seu corpo jurídico. A minoria destes advogados trabalha com questão criminal.


     


    Sendo 600 ou mais, a quantidade de indígenas presos certamente não está apenas ligada a erros cometidos na defesa dos réus. É conseqüência também de pressões políticas sobre o judiciário, feita pelos que têm interesses econômicos em terras indígenas.


     


    Questionários nos estados


     


    O pedido de incluir na pesquisa do Depen a categoria indígena foi feito pelo Cimi ao Ministério da Justiça, em 2005. A pesquisa não inclui informações de um grande contingente de presos que estão detidos ou ilegalmente cumprindo pena em delegacias.


     


    Os questionários do levantamento de 2006 foram aplicados pelas administrações penitenciárias estaduais. Em muitos casos, os estados não seguiram a determinação vinda do Ministério Justiça ou cumpriram apenas uma parte. Isto faz acreditar que a população carcerária indígena seja muito maior do que a apresentada.


     


    Em Estados como Rio Grande do Sul, Paraíba e Sergipe, a quantidade de indígenas surpreende negativamente. O Mato Grosso do Sul é o estado com maior população indígena carcerária no Brasil: 117. Surpreendentemente a Paraíba aparece com o maior número de mulheres indígenas presas: 17 no total. 


     


    A pesquisa é falha, pois apresenta apenas dados parciais de estados com grande população indígena como Roraima e Pará. Há ainda estados como Paraná, onde existem indígenas presos que não aparecem na pesquisa.


     


    Mais do que imprecisão


     


    Na soma de todos os estados, o Depen totalizou 400 mil presos em todo País. Por outro lado, a Pastoral Carcerária afirma que esta contagem estaria 40% abaixo dos números reais.


     


    Segundo Kenia Lima, assessora de imprensa da Pastoral Carcerária Nacional, os números oficiais do Depen não expressam de fato a realidade brasileira. “Existem problemas com estas informações. Só no Rio de Janeiro, nós da Pastoral Carcerária, contamos 10 mil presos a mais do que o número apresentado pelo Depen”, contesta Kenia.


     


    Em reunião da Pastoral Carcerária Nacional, no dia 2 de agosto, foi solicitado que as pastorais no estados fiquem atentas a existência de indígenas presos. Também decidiram propor que nas fichas de abertura de inquérito haja um quesito que idenfique se a pessoa é indígena. Um representante do Depen estava presente na reunião. Perguntado sobre que propostas o Departamento tem para os indígenas presos, ele respondeu: nenhuma.


     


    MINISTÉRIO DA JUSTIÇA


    DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL


    Sistema Integrado de Informações Penitenciárias



























































































































    Estado



    Homens



    Mulheres



    Total


    Porcentagem de penitenciárias que afirma terem fornecido dados


    AC


    14


    1


    15


    100%


    AL


    0


    0


    0


    100%


    AM


    61


    13


    74


    100%


    AP


    5


    2


    7


    100%


    BA


    2


    0


    2


    94%


    CE


    0


    0


    0


    13%


    DF


    0


    0


    0


    100%


    ES


    2


    2


    4


    93%


    GO


    13


    2


    15


    59%


    MA





    Não informou


    MG


    3


    0


    3


    85%


    MS


    111


    6


    117


    100%


    MT


    10


    0


    10


    96%


    PA


    61


    7


    68


    55%


    PB


    78


    17


    95


    95%


    PE


    3


    0


    3


    92%


    PI


    5


    0


    5


    100%


    PR


    0


    0


    0


    95%


    RJ

    Categories Arquivo

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