Sob o olhar conivente do estado, invasões de terras indígenas tiveram novo aumento em contexto de violência e ofensiva contra direitos. O Relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2021 retrata agravamento das investidas contra os povos originários no Brasil, com ataques a direitos e desmonte dos órgãos de fiscalização e assistência.
O tempo está contra os povos indígenas, que esperam há anos pela demarcação de seus territórios ancestrais: no Mato Grosso do Sul, a resistência Guarani e Kaiowá pulsa nas retomadas de seus tekohas, ocupados até então pelas espinhosas cercas dos latifundiários do agro, onde prevalece a ação violenta e ilegal da polícia e a omissão do Estado.
30 Anos da demarcação da Terra Indígena Yanomami e a iminência de um massacre: Antropóloga Luísa Molina explica como o garimpo ilegal incentivado pelo presidente está promovendo destruição sem precedentes nos territórios indígenas.
GRANDE MOBILIZAÇÃO INDÍGENA “RETOMA O BRASIL”: 8 mil lideranças indígenas, de 200 povos originários, tomaram conta da capital federal durante o Acampamento Terra Livre 2022, em defesa de seus territórios, contra o garimpo que mata e desmata, pelo compartilhamento de suas vivências e pelo compromisso de Aldear a Política brasileira.
Mês de conscientização: março tem Dia Internacional da Mulher, Dia da Água, das Florestas e mais. “O minério em terras indígenas viola o direito das mulheres. Ele causa diversos transtornos, como estupros, abuso sexual e afeta também a nossa saúde. Não podemos deixar mais isso acontecer”, frisou Samêhy Pataxó em mobilização na Câmara dos Deputados
No governo Bolsonaro o Baixo orçamento para demarcação e fiscalização de terras indígenas e proteção de indígenas isolados expõe opção política claramente contrária aos povos originários.
O agendamento é visto como resultado das articulações e mobilizações dos povos indígenas e de seus aliados, que, agora, darão continuidade a incidência para conseguir os votos necessários para derrubar, de uma vez por todas, a tese inconstitucional do marco temporal, defendida por ruralistas e outros setores econômicos interessados na exploração e apropriação dos territórios indígenas.
Reflexo da prática de um governo alicerçado na antipolítica, na contramão da Constituição Federal de 1988 que, em seus artigos 231 e 232, já havia superado o paradigma integracionista e reconhecido aos povos indígenas os seus direitos.
Genocídio indígena é minimizado em relatório final da CPI da Pandemia: indígenas cobraram investigação do governo federal, na disseminação da covid-19 entre os povos originários, mas não foram ouvidos.
“Estamos em busca da garantia de nossos territórios, das que nos antecederam, para as presentes e futuras gerações, defendendo o meio ambiente, este bem comum que garante nossos modos de vida enquanto humanidade. Para além de mero recurso físico é igualmente morada dos espíritos das florestas, dos animais e das águas da vida com um todo, fonte de nossos conhecimentos ancestrais”.