16/02/2007

Câmara Municipal no TO repudia preconceito contra vereador indígena

Aconteceu, no dia 15 de fevereiro deste ano, na Câmara Municipal de Lagoa da Confusão, em Tocantins, um ato de repúdio contra o preconceito e a discriminação sofridos pelo indígena José Hani Karajá, vereador daquela casa.


 


No dia 15 de dezembro de 2006, última sessão do ano, foi disputada a eleição para a presidência da Câmara, para a qual concorriam duas chapas. A chapa que saiu vitoriosa tinha José Hani Karajá (aldeia Fontoura/Ilha do Bananal) como vice-presidente. Descontente com o resultado, um vereador (Arione Furtado da Silva, PR) da chapa opositora (que, a propósito, também concorria como vice-presidente) reagiu, proferindo agressões sobretudo direcionadas ao vereador indígena, pois apontava para o mesmo e bradava: “como esta chapa pode ter ganho se índio não é nem ser humano???…esses insetos…”. Parte da agressão está registrada em vídeo.


 


Assim, reforçando o apoio ao vereador indígena estiveram presentes no ato de repúdio lideranças Karajá, Javaé, Apinajé, a Organização Indígena do Tocantins, acadêmicos indígenas, o Cimi, o Centro de Direitos Humanos de Cristalândia, o Bispo da Prelazia de Cristalândia, professoras (es) e líderes comunitários de Lagoa da Confusão. Todos expressaram indignação e revolta diante do episódio e, tendo clareza quanto à natureza criminosa do mesmo, cobraram a punição e cassação do agressor.


 


Ao final, o Presidente da Câmara esclareceu que, através da Comissão de Ética, constituída há pouco, irão avaliar o caso e aplicar a punição necessária.  


 

José Hani Karajá já protocolou a denúncia no Ministério Público Federal e reafirmou que sua intenção não é apenas denunciar um caso isolado, mas sim, denunciar a discriminação e o preconceito que ainda existem contra os povos indígenas e que não podem permanecer impunes, por isso, pretende divulgar o episódio, a fim de encorajar os parentes que possam vir a sofrer violência similar.

Fonte: Cimi - GO/TO
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