Lembrar é resistir: viva Pedro Casaldáliga!
Homenagem pelas redes sociais mobilizou admiradores de várias partes do mundo
Amigos, familiares e movimentos sociais se mobilizaram via internet numa grande celebração a Dom Pedro Casaldáliga nos últimos dias. A jornada culminou na realização da live “Contra Todas as Cercas”, na terça-feira (8), com a participação de admiradores de várias partes do mundo. A data marcou um mês da partida de Pedro – quando foi enterrado à sombra de um pequizeiro, às margens do Rio Araguaia, como desejou em vida.
A homenagem on-line foi assistida por mais de sete mil pessoas – numa prosa que alinhavou política, memória, música, história e poesia sem fronteiras
Transmitida pelo Facebook da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Missionário Indigenista (Cimi) e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) – além de outras organizações parceiras -, a homenagem on-line foi assistida por mais de sete mil pessoas, numa prosa que alinhavou política, memória, música, história e poesia sem fronteiras.
Foram quase duas horas de “fortes emoções”. Elisângela Ribeiro acompanhou o evento virtual e fez questão de manifestar seus sentimentos sobre Pedro: “mexeu muito com os nossos corações e nos encheu de esperança para derrubar todas as cercas que aprisionam o ser, nesse mundo do capital tão injusto. Pedro quer que continuemos na esperança e luta de uma utopia possível à todes”.
Além-fronteiras
Na Alemanha, a homenagem também aqueceu os corações: “divulgamos as informações para as pessoas aqui na Alemanha não só sobre a morte de Dom Pedro, mas também sobre a vida dele, a luta dele em favor do povo oprimido”, escreveu Guenther Schulz.
“A gente chora a morte de Pedro, mas a gente não sente o Pedro como uma pessoa que foi, Pedro é! É maior do que o tempo dele de via aqui na terra, ele permanece conosco”
Os povos indígenas e do campo marcaram presença na live, comentando direto de seus territórios. A missionária do Cimi Eunice Dias de Paula conta que Pedro buscou formas de trabalhar com os povos originários, principalmente na defesa da terra, desde sua chegada ao Brasil, no final dos anos 60. “Isso está em pauta até agora. Infelizmente, nós estamos assistindo a um governo genocida, que quer destruir os povos para tomar suas terras”.
Luiz Gouveia de Paula completou: “a gente chora a morte de Pedro, mas a gente não sente o Pedro como uma pessoa que foi, Pedro é! É maior do que o tempo dele de via aqui na terra, ele permanece conosco”.
Inspirados no exemplo de Pedro, avançamos neste caminhada: de mãos dadas, honrando as virtudes da fidelidade, indignação e rebeldia. Como dizia Pedro: “Os inimigos do povo dizem: a verdade está liquidada, mas nós dizemos: Não está. Nossos inimigos dizem mesmo que se conheça a verdade, ela não pode mais ser divulgada, más nós a divulgamos…”.
Se você perdeu a live, assista aqui – e renove o fôlego para a luta e resistência em defesa da vida!