Tuberculose ameaça povo indígena Pirahã
Os indígenas do povo Pirahã estão, mais uma vez, às voltas com ameaças de extermínio devido à precariedade na assistência à saúde. Uma equipe de saúde que os atende naõ é suficiente nem tem as condições necessárias para prestar melhor serviço. O Conselho Indigenista Missionário – Cimi, denúncia que o relatório da pesquisa realizada para identificar os portadores de tuberculose só foi conclúído no início de agosto passado, quase um ano depois. Leia na íntegra a nota do Cimi.
No dia 17 de agosto de 2008, o indígena Parente Tchecepoe Pirahã, de 91 anos, faleceu vitimado por tuberculose. Ele era um dos 13 indígenas daquele povo com diagnóstico confirmado da doença, de acordo com levantamento feito pelo Distrito Sanitário Especial Indígenas – Dsei/Manaus, no período de 18/10/2007 a 02/11/2007. Ao longo deste ano, dez outros Pirahã morreram, todos com suspeita de malária.
O Conselho Indigenista Missionário – Cimi, Regional Norte I (AM/RR), alerta que outros óbitos podem acontecer caso não sejam adotadas medidas emergenciais para diagnosticar e tratar os casos de tuberculose entre aquele povo. O levantamento acima citado foi feito por amostragem, em uma população de 52 indivíduos de um total de 190, de sete aldeias localizadas ao longo do rio Maici, no município de Humaitá (AM).
O povo indígena Pirahá é considerado seminômade, razão pela qual os cuidados com a saúde por parte dos profissionais que os atendem precisam ser mais rigorosos.
Em vista dessa situação particular, é urgente que a Fundação Nacional de Saúde – Funasa, crie pelo menos mais uma equipe com profissionais, equipamentos e toda infra-estrutura necessária para realizar levantamento junto ao restante da população não contemplada pelo estudo feito em 2007 e o tratamento dos casos confirmados, pois há suspeita que outros indígenas estejam acometidos de tuberculose sem apresentar os sintomas. O levantamento feito ano passado pela equipe do DSEI deixou de fora indígenas que apresentavam sintomas da doença.
O Cimi estranha e lamenta que o resultado da pesquisa realizada há quase um ano tenha sido concluído somente no começo do mês de agosto passado. Neste intervalo, muitos pacientes poderiam ter iniciado tratamento e, dessa forma, evitado o contágio entre outros indígenas.