Frente de Resistência e Luta Pataxó realiza IV Assembléia
Demarcação das terras invadidas por empresas de eucalipto e criminalização das lideranças serão temas do encontro
A Frente de Resistência e Luta Pataxó, realizará sua IV assembléia na aldeia do Guaxuma, localizada no Km 769 da BR-101, no extremo sul da Bahia. O evento acontece entre os dias 19, 20 e 21 de agosto, com a participação de representantes das 12 aldeias que compõem a Frente de Resistência. Estão convidadas lideranças do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe e Tupinambá, entidades de apoio à causa indígena e a Apoinme – Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo.
A Assembléia da Frente acontece num momento de total abandono das comunidades indígenas na região e de uma conjuntura política de ameaça e criminalização da luta indígena no Brasil, agravando a situação de violência vivida pelos povos.
Constata-se que o governo federal vem paralisando os processos de demarcação de terras indígenas. Além de avaliar a política indigenista e os direitos indígenas que se encontram ameaçados, outros temas serão discutidos pelos participantes da assembléia. Entre eles está a demarcação do território do Monte Pascoal, assunto que tem gerado tensão na região do extremo sul da Bahia devido à invasão do território por empresas de eucalipto, ameaças e violências provocadas pelos fazendeiros. A situação é agravada pela omissão da Funai e pela conivência do poder público.
Durante os três dias, as comunidades vão avaliar a luta, intercambiar informações, experiências e principalmente, definir seu planejamento, enfocando aspectos da política indigenista, do atendimento às aldeias, saúde, educação, agricultura e meio ambiente, além do forte clamor pela garantia e demarcação de sua terra. Ao final do Encontro, um Documento será encaminhado às autoridades responsáveis pela questão indígena e amplamente divulgado a toda sociedade nacional.
A Frente de Resistência e Luta Pataxó é um movimento criado há três anos e reúne comunidades do povo Pataxó, reunindo lideranças, jovens e mulheres. O movimento privilegia a voz dessas comunidades, na tentativa de resolver a crise de representação do movimento indígena regional, buscando romper com atitudes isoladas de lideranças. A crise é agravada pelos inimigos dos índios, que usam a estratégia de dividir o movimento organizado. Para os porta-vozes da Frente “é preciso se unir, se organizar para enfrentar os inimigos”.
Eunápolis/BA, 18 de agosto de 2005.
Cimi Leste
Equipe no extremo sul da Bahia
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