• 16/03/2017

    Povos indígenas, ribeirinhos e movimentos sociais fecham rodovia de RO contra construção de UHE


    Crédito das fotos: Cimi Regional Rondônia/Equipe Guajará-Mirim


    Com o objetivo de sensibilizar autoridades públicas e comunidades que serão afetadas diretamente pela construção da Usina Hidrelétrica do Ribeirão, a BR-425, próxima à Cachoeira do Ribeirão, trecho incidente no município de Nova Mamoré (RO), foi trancada pelos indígenas, ribeirinhos, comunidade boliviana impactada e movimentos sociais.

    A mobilização contou com a presença, além de indígenas e ribeirinhos da região, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Instituto Madeira Vivo (IMV), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), movimentos sociais de Porto Velho, além de Dom Benedito Araújo e do bispo da diocese de Guajará Mirim, Dom Geraldo Verdier.

    "Representamos os 24 povos de Guajará Mirim e dizemos não, não para a construção da Hidrelétrica do Ribeirão, dizemos não para a construção de hidrelétricas nos rios da Amazônia, dizemos não à violação de direitos, queremos sim justiça social, políticas públicas, igualdade e respeito", disse Eva Kanoé.

    As consequências dos que foram atingidos com a construção das hidrelétricas, conforme os presentes, devem servir de embasamento ao não à construção da UHE de Ribeirão. A ganância e a subserviência do governo ao capital visam o lucro em detrimento dos povos e comunidades tradicionais atingidos.

    Comunidades que moram à margem do rio Madeira e igarapé Ribeirão dependem da pesca, da agricultura, da caça e do meio ambiente como um todo para a sobrevivência. Tirar a floresta, a terra e os rios de tais grupos é a mesma coisa que condená-los a uma vida com futuro incerto e de privações no ambiente urbano.   

    Para Dom Benedito Araújo se trata apenas do começo de uma luta "que teremos pela frente, na atual conjuntura brasileira, para garantir os direitos já conquistados. Que este dia possa ser um dia que nossa voz seja ouvida, e ouvida sobre tudo contra essa cultura que para produzir precisa destruir tudo. Não podemos concordar que "terra não enche barriga", fazendo referência às declarações do ministro ruralista da Justiça, Osmar Serraglio.

    Durante a manifestação foi entregue uma carta para os motoristas e população com o intuito de sensibilizar e conscientizar o conjunto da sociedade sobre as conseqüências e impactos da construção da UHE do Ribeirão.

    Leia na íntegra a carta:

    14 de Março: DIA INTERNACIONAL DE AÇÃO CONTRA BARRAGENS

    PELOS RIOS, A ÁGUA E A VIDA – "NO A LAS REPRESAS"

    "Nós, Entidades e Movimentos Sociais, do campo, das cidades, das florestas e da águas, do Brasil e da Bolívia, da Aliança dos Rios Panamazônicos, vimos neste dia conclamar a sociedade em nível internacional, que abra os olhos e vejam o que as empresas serviçais do capitalismo estão promovendo, provocando a morte de rios, povos e comunidades inteiras na Bacia dos Rios: Madeira, Teles Pires, Juruena, Xingu, Tapajós entre outros como construção de Barragens, com a finalidade única de gerar energia.

    Nós não agüentamos mais a pressão sobre nossas vidas, e aos recursos naturais fundamentais para nossa vida. Nossos rios e florestas estão sendo destruídas sem dó e nem piedade, deixando um rastro de destruição do meio em que vivemos.

    Denunciamos que as Hidrelétricas já construídas no rio Madeira, em Santo Antônio e Jirau desde o início das obras deixou a marca de negação de direitos. A mortandade de peixes com a construção de ensecadeiras dizimou milhares de peixes e inviabilizou o processo de reprodução do pescado rio acima, comprometendo a segurança alimentar e nutricional das pessoas que dele depende para se alimentar e gerar renda. Pescadores tradicionais do Brasil e da Bolívia viram o peixe desaparecer e nada foi feito para evitar tudo isto.

    As promessas de indenizações foram só ilusão, e até hoje milhares de pessoas acionaram as empresas construtoras na justiça na tentativa de garantir o que lhes é de direito.

    Comunidades urbanas como o distrito de Araras, do Município de Nova Mamoré, vizinha da localidade boliviana de comunidade Nova Esperança, até hoje espera por melhorias no atendimento à saúde, saneamento e educação, assim como as indenizações pela perda de terras férteis e áreas de pesca. No lado boliviano os castanhais que contribuam significativamente para a geração de renda para as comunidades, desde 2014 com a grande inundação, não conseguem tirar mais nenhuma safra, já que na região, devido o lago da hidrelétrica do Jirau,  a partir de outubro se encontra toda alagada não permitindo qualquer coleta dos ouriços de castanhas.

    Denunciamos que a Hidrelétrica de Jirau é binacional e sua influência é negativa nestas comunidades brasileiras e bolivianas, e que deve ser tratada dessa forma pelas autoridades competentes, de forma a garantir direito sociais, econômicas e ambientais das comunidades.

    Os povos indígenas atingidos e ameaçados com a construção da possível hidrelétrica da Cachoeira Ribeirão, denunciam que, o rio tem vida conectado com a terra, local de morada dos espíritos e ao afetar o rio está matando os espíritos da terra. Portanto, se declaram contrários a esta insanidade.

    Esse é nosso propósito – nenhuma hidrelétrica mais nos rios panamazônicos. Dizemos sim a vida e aos rios vivos e livres. Não a morte, não às barragens, não às hidrelétricas, não às eclusas

    Direitos iguais aos povos e comunidades da Bacia do rio Madeira".

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  • 16/03/2017

    Não à Secretaria de Pesca no Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços sob o comando do PRB



    Manifestação de pescadores, indígenas e quilombolas em Brasília. Crédito: Tiago Miotto/Cimi


    Os pescadores e pescadoras artesanais no Brasil foram surpreendidos esta semana com a notícia da transferência da pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Tal fato tem como objetivo acomodar interesses políticos do Partido Republicano Brasileiro (PRB), principalmente tendo em vista o processo de votação da Reforma da Previdência no Congresso Nacional.

    Apesar de sua importância social, econômica e ambiental, a pesca no Brasil sempre esteve em segundo plano. Um país com 8 mil km de costa, 13% da água doce do mundo e, com quase dois milhões de trabalhadores e trabalhadoras no setor, não pode persistir usando o ministério ou secretarias de pesca como moeda de troca entre partidos políticos do governo sem medir as consequências que isso implica para a pesca e para as pessoas e comunidades que dela vivem. Outra vez a pesca artesanal corre o risco de ser riscada do mapa do Brasil com a ida da Secretaria de Pesca para o Ministério da Indústria, Comercio e Serviços (MDIC), que acaba de ser decretada pelo governo Temer (DECRETO No – 9.004, DE 13 DE MARÇO DE 2017).

    Desde 2007 que não existem estatísticas da atividade e o ordenamento da pesca se dá de modo  pouco técnico, sem dados que permitam uma gestão pesqueira coerente, havendo pouquíssima participação dos pescadores e pescadoras. A pesca artesanal é uma fonte de renda e alimentação importantíssima para várias cidades brasileiras, abastecendo com cerca de 70% do pescado no mercado nacional.

    Com o fim do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) em 2015, as poucas políticas para os pescadores e pescadoras artesanais foram drasticamente cortadas ou paralisadas e isto gerou um impacto significativo na economia local em muitas cidades. Durante quase um ano, a pesca no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA – ficou inerte, sem recursos, sem pessoal, sem rumo. No final de 2015 e em 2016, começaram a ser encaminhadas algumas poucas propostas e ações. Mas destas, a maioria em prejuízo dos pescadores artesanais, como a suspensão  dos defesos. Tendo como base o pretexto de diminuir a fraude, mas com o real objetivo de realizar ajuste fiscal para diminuir o gasto público com fins sociais, os pescadores e pescadoras artesanais, trabalhadores esforçados que não tem nenhum tipo de privilégio, foram drasticamente penalizados. Os Comitês Permanentes de Gestão da Pesca (CPG’s), que ajudariam a conduzir a pesca a níveis sustentáveis com melhor desenvolvimento, foram retomados muito lentamente, sendo que apenas no segundo semestre de 2016 tiveram os primeiros encaminhamentos.

    A política pesqueira no Brasil tem seguido o rumo oposto ao que se institui no mundo. Recentemente a FAO aprovou o primeiro documento – “Diretrizes Internacionais para a pesca artesanal sustentável” -direcionado exclusivamente à pesca artesanal. Onde ressalta sua grande importância para a seguridade alimentar e erradicação da pobreza no mundo. No documento, a FAO defende ainda que a pesca precisa ser tratada dentro do contexto maior das economias locais e nacionais.

    O extinto MPA (Ministério da Pesca e da Aquicultura) finalizou sua história com um grave escândalo, a Operação “Enredados e Arapaima” que teve como desfecho a prisão de secretários e diretores. As irregularidades nos cadastros e licenças foram investigadas pela Policia Federal e em todas foi constatado o envolvimento de políticos do PRB. Muitos dos quais presos ou foragidos, como foi o caso do ex-presidente da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores – CNPA, o ex-presidente do Sindicato da Indústria da Pesca – SINDIPI, o superintende do IBAMA em Santa Catarina, um Vereador do PRB em Belém, e o presidente da Federação dos Pescadores e Aquicultores do Pará – FEPEPA.

    Portanto, com o envio da Secretaria de Pesca para o Ministério de Indústria, a pesca artesanal poderá voltar para as mãos dos maiores responsáveis pelas fraudes que as mudanças feitas até hoje se propunham a resolver. Isso permitirá a este grupo o controle das emissões de licenças para pesca e de carteiras de pescador. Por consequência, estará sob o controle deles também, o gerenciamento do seguro defeso, tão necessário aos pescadores e pescadoras artesanais nos períodos em que sua atividade produtiva é paralisada visando a manutenção dos recursos pesqueiros. Por parte do governo, isso é voltar a colocar combustível numa máquina de gerar muitos votos. Essa negociata, em detrimento de uma classe que envolve quase 2 milhões de pessoas, prejudicando a vida dos pescadores e pescadoras artesanais do Brasil, tem um interesse imediato, que é tentar garantir votos para a aprovação da reforma da previdência, atualmente em trâmite.

    A pesca continua sendo manipulada como uma mercadoria política em prol de interesses políticos eleitorais e financeiros, às custas da mesma sobrevivência da atividade e dos seus trabalhadores. Nós, dos Movimentos de Pescadores e Pescadoras, pesquisadores, ativistas, entidades e ONG’s de apoio à pesca artesanal, denunciamos e repudiamos esta manobra cruel, irresponsável, eleitoreira e pró reforma da previdência do atual governo. Por toda a situação exposta e em defesa da pesca artesanal, dos pescadores e pescadoras artesanais e de suas comunidades, exigimos que a atividade pesqueira e seus protagonistas sejam respeitados e valorizados e deixem de ser moeda de troca política para interesses particulares, colocando a Secretaria da Pesca em um ministério que a assuma realmente, visando o seu desenvolvimento econômico, com justiça social e sustentabilidade ambiental.

    ASSINAM:

    MPP – movimento dos pescadores e Pescadoras Artesanais

    CONFREM – Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas

    Cooperativa dos Pescadores Artesanais da RDS Ponta do Tubarão – Macau

    Colônia dos Pescadores Z 04 de Natal

    Associação dos Pescadores e Pescadores de Macau – APPM.

    Cooperativa de Pescado Artesanal e Beneficiamento de Pescado Ponta do Tubarão – COOPESCAT/RN.

    Associação dos Pescadores e Pescadoras da Praia de Carne de Vaca – Goiana/PE

    Associação das Marisqueiras e Pescadores de Povoação de São Lourenço – Goiana/PE

    Associação Quilombola de Povoação de São Lourenço – Goiana/PE

    Associação de Moradores e Pescadores de A-Ver-o-Mar – Sirinhaém/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 10 de Itapissuma/PE.

    Colônia dos Pescadores Z – 14 de Goiana/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 15 de Atapuz -Goiana/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 25 de Jaboatão dos Guararapes/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 08 do Cabo de Santo Agostinho/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 12 de Porto de Galinha – Ipojuca/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 06 de Barra de Sirinhaém – Sirinhaém/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 07 de Rio Formoso/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 05 de Tamandaré/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 09 de São José da Coroa Grande/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 22 de Barreiros/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 18 de Lagoa do Carro/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 23 de Petrolândia/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 26 de Itacuruba/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 27 de Belém do São Francisco/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 29 de Floresta/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 31 de Serrita/PE

    Colônia dos Pescadores Z – 35 de Cabrobó/PE

    Colônia dos Pescadores Nossa Senhora Aparecida – Serra Talhada/PE

    Colônia de pescadores -74 de PIOXII – MA

    Sindicato dos Pescadores de Cururupu – MA;

    Sindicato dos pescadores de Rosário – MA

    Sindicato de pescadores de Icatú- MA;

    Associação dos pescadores de Cedral – MA;

    Associação de Pescadores de Santa Helena – MA;

    Sindicato dos Pescadores de Igarapé do meio – MA

    Sindicato dos Pescadores Profissionais Artesanais e Criadores de Peixe do Município de Itapecuru Mirim – MA

    Associação Quilombola de Marisqueira de Timbotia Icatu – MA

    APESCA Associação de Pescadores e Pescadoras Artesanais de Amador- Óbidos – PA

    Comunidade de Cucurunã – PA

    Comunidade Juá – PA

    Comunidade São Brás – Santarém – PA

    Associação de Pescadores e Pescadoras Artesanais e Extrativistas de São Sebastião da Boa Vista APAEBV – PA

    Associação de Pescadores e Pescadoras Artesanais de Amador, Auerana e Ourives – APESCA – Curuá -PA

    Associação de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Município de Curuá

    Colônia de Pescadores e Pescadoras  z- 31 Prainha – PA

    Colônia de Pescadores e Pescadoras Artesanais z- 28 de Alenquer – PA

    Colônia de pescadores/as Z-41 Oriximiná – PA

    Colônia de pescadores/as Z- 66 Curuá- PA

    Colônia de pescadores/as Z- 42 Juruti- PA

    Conselho de pesca da região de Cametá, Z- 52 Aveiro – PA.

    Colônia de Pescadores Z 66 de Faro – PA

    Colônia de Pescadores z-05 do Bailique – AP

    Núcleos de base do Maracanã, Mararu, Mapiri, Area Verde todos ligados a Colônia de Pescadores/as Z- 20 Santarém.

    Associação de Pescadores da Pesca artesanal- ASSPEAPA- PI

    Colônia Z-7 de Ilha Grande – PI

    Associação de Moradores e pescadores da Pedra do Sal – PI

    Associação dos  Manjubeiros do Igaraçu- PI

    Associação de Moradores e pescadores de Rancharia – PI

    Comissão Ilha Grande – PI

    Associação dos Catadores de Marisco da Ilha Grande do Piauí

    Associação dos Moradores do Sitio Jardim- AMSJ – CE

    União dos Pescadores da Caponga- UNIPESCA – CE

    Associação dos Moradores de Barra Velha – CE

    Associação dos Pescadores do Batoque – CE

    Associação dos Moradores e Pescadores agricultores de Capim Açú e Barro Preto – CE

    Associação de moradores da Emboaca – CE

    Associação dos Pescadores, Artesãs, Marisqueiras e Barraqueiros da Vila da Volta – CE

    Associação Comunitária de Moradores de Tatajuba- ACOMOTA – CE

    Associação Quilombola do Cumbe/Aracati CE

    Colônia de Pescadores e Aquicultores Z 7 de Cumbuco CE

    MONAPE – Movimento Nacional dos Pescadores

    Associação da Prainha do Canto Verde

    Associação dos Pescadores e Pescadores Frutos do Mar – Santo Amaro – BA

    Associação dos Pescadores e Pescadoras de Ponta de Souza – Maragogipe – BA

    Associação dos Pescadores e Moradores de Bananeiras – Ilha de Maré – BA

    Associação dos Pescadores de Angolá – Maragogipe -BA

    Associação dos Remanescentes de Quilombo Salamina do Putumuju- BA

    Conselho Quilombola de Maragogipe – BA

    Conselho Quilombola de Ilha de Maré – BA

    Associação dos Remanescentes de Quilombo do Boqueirão – São Francisco do Paraguaçu – BA

    Associação dos Remanescentes de Quilombo da Cambuta – Santo Amaro – BA

    Associação dos Remanescentes de Quilombo de São Braz – Santo Amaro – BA

    Associação dos Remanescentes de Quilombo de Acupe- Santo Amaro – BA

    Associação dos Remanescentes de Quilombo  Porto de D. João – BA

    Associação de Pescadores e Apicultores de Casa Nova- BA

    Associação de Pescadores e Pescadoras de Remanso – APPR – BA

    Associação de Pescadores de Sento Sé – BA

    Associação de Pescadores e Pescadoras de Juazeiro – BA

    Associação de Pescadores de Pescadoras de Conceição de Salinas – BA

    Associação de Pescadores e Pescadoras de São Tomé de Paripe – BA

    Colônia Z-51 de Santa Cruz de Cabrália – BA

    Colônia Z-49 de Pilão Arcado- BA

    Colônia de Pescadores Z-04 de Ilha de Maré – BA

    Colônia de Pescadores da Ilha de Bom Jesus dos Passos z-03 Salvador- BA

    Associação de Pescadores do Veleiro – BA

    Associação de Pescadores de Barra Velha – BA

    Associação de Pescadores de Cumuruxatiba – BA

    Associação de Remanescente de quilombo de Batateira – BA

    Associação dos Remanescentes de Quilombo Rio dos Macacos – BA

    Associação de Pescadores e Pescadoras de Caravelas – BA

    Associação de Pescadores e Pescadoras de Lagoa do Curralinho de Juazeiro – BA

    Associação de Marisqueiros/as e Pescadores/as de Ponte de Itabatinga – Jandaia –BA

    SAMPMASSA- Sociedade Assistencial de Moradores Pescadores  Marisqueiras de São Sebastião- Cova da Onça- Cairu –BA

    Associação Produtiva de Pescadoras e Pescadores Artesanais de Pedreiras e Adjacências – município de Pilão Arcado BA.

    Associação de Pescadores e Apicultores A -123 de Casa Nova BA

    Associação dos Remanescentes do Quilombo Porto da Pedra e Mutamba – Maragogipe Ba

    Associação Mãe dos Extrativistas da RESEX de Canavieiras – AMEX – BA

    Associação dos Pescadores e Marisqueiras de Oiticica – APMO – BA

    Associação das Marisqueiras de Belmonte – APMO – BA

    Associação dos Pescadores e Catadeiras de Camarão de Canavieiras – APESCC – BA

    Associação dos Pescadores e Extrativistas de Barra Velha – APEMBAVE – BA

    Associação dos Pescadores e Marisqueiras do Puxim do SUL – APPS – BA

    Associação dos Pescadores dos Campinhos – APAC – BA

    Associação dos Pescadores e Marisqueiras de Pedras de Uma – APMU – BA

    Associação dos Tiradores e Catadeiras de Caranguejo – ATCCC – BA

    Rede de Mulheres de Comunidades Extrativistas Pesqueiras da Bahia

    Federação das Associações da Reserva Extrativista Marinha do Corumbau (Associação Mãe da RESEX Corumbau) – BA

    Associação dos Pescadores e Agricultores Rurais do Veleiro – BA

    Associação dos Pescadores e Amigos da Costa do Descobrimento – BA

    Associação dos Nativos de Caraíva – BA;

    Associação de Marisqueiros de Ponta de Areia e Caravelas – AMPAC – BA

    Federação das Associações Colônias e Sindicatos dos Pescadores e Aquicultores do Estado da BA

    Associação de pescadores e pescadoras de lagoa do Curralinho de Juazeiro BA

    Associação de Pescadores e Marisqueiras, do Bem Estar Social, Ambiental do bairro dá Quitéria Velha- Apembaq – Madre de Deus-BA

    FAPESCA-BA – Federação das Associações, Colônias e Sindicatos dos Pescadores e Aquicultores do Estado da Bahia

    Colônia de Pescadores da Ilha de Bom Jesus dos Passos Z03 – Salvador/BA

    Associação  de Marisqueiros/as e Pescadores/as de Ponte de Itabatinga-Jandaira/BA

    Colonia de Pescadores Z 66 do Thain – BA

    Associação de pescadores e pescadoras de lagoa do Curralinho de Juazeiro BA

    FAPESCA-BA – Federação das Associações, Colônias e Sindicatos dos Pescadores e Aquicultores do Estado da Bahia

    Colônia de Pescadores da Ilha de Bom Jesus dos Passos Z03 – Salvador/BA

    Associação  de Marisqueiros/as e Pescadores/as de Ponte de Itabatinga-Jandaira/BA

    Colonia de Pescadores Z 66 do Thain – BA

    Associação dos Maricultores e Pescadores de Mangaratiba-RJ

    Associação de Pescadores de Sepetiba – RJ

    Associação Homens e Mulheres do Mar da Baía de Guanabara –  AHOMAR -RJ

    Associação de Pescadores e Aquicultores de Pedra de Guaratiba – RJ

    Associação dos Pescadores da Baía de Sepetiba – RJ

    Associação da Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo – RJ

    Associação dos Maricultores e Pescadores de Mangaratiba – RJ

    APESCA – Associação de Pescadores da Ilha da Madeira- RJ

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  • 16/03/2017

    Repam leva casos de violações dos direitos humanos da Pan-Amazônia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos


    Rosildo da Silva, indígena Jaminawa Arara, vai à CIDH denunciar a demora nas demarcações de terras no Acre. foto: Tiago Miotto/Cimi

    Osnilda Lima, da Coordenação de Comunicação da Comissão Episcopal para a Repam

    Nesta sexta-feira, 17 de março, junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), em Washington, nos Estados Unidos, será realizada uma audiência sobre o Direito do Território de Comunidades Indígenas e Comunidades Rurais da Pan-Amazônia. A audiência foi solicitada pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), Confederação Latino-Americana de Religiosos (CLAR), Caritas da América Latina e do Caribe, Conferência Episcopal dos Estados Unidos, lideranças indígenas e campesinas.

    Entre os dias 21 e 24 de março de 2017, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) representada pelo seu presidente, dom Cláudio Cardeal Hummes, também presidente Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), terá uma reunião com membros da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para dialogar sobre os casos de violações dos direitos humanos ocorridos na Pan-Amazônia. Na ocasião da viagem, o cardeal também participará de encontros e reuniões com o Episcopado Norte Americano, políticos, universidades e a sociedade civil dos EUA.

    À Comissão Interamericana de Direitos Humanos serão apresentados dois casos brasileiros:  O “caso mineração” da comunidade Rural de Vila União, município de Buriticupu, no Maranhão, que vem sofrendo impactos pela concessão de suas terras à atividade ferroviária e à extração de minerais. E o “caso Acre”, do povo indígena Jaminawa Arara, que vem sendo impactados pela não demarcação de suas terras, invasões e exploração de madeira, projetos de exploração de petróleo e gás natural e constante presença de narcotraficantes na fronteira com o Peru.

    O Cardeal Hummes ressalta que essa ação junto à CIDH faz parte de um dos eixos de atuação da Repam: Direitos Humanos e Igreja de Fronteira. “Esse eixo é uma espécie de escola em que trabalha na formação e conscientização das pessoas. E assim vão aparecendo casos de violação dos direitos humanos, seja das comunidades ou de lideranças. São mais de dez casos apresentados à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, e praticamente todos, ligados à questão da mineração”, afirma dom Cláudio. O cardeal ainda lembra de ter a Repam, um espaço de cooperação junto à CIDH. 

    José Horlando da Silva Araújo, liderança da comunidade Rural Vila União, em Buriticupu no Maranhão, relata a criminalização das comunidades ou lideranças que se posicionam contra os impactos sofridos pela exploração de minério na região. “Hoje a gente não pode fazer reivindicação reclamando dos impactos em nossas vidas, casas, rios, estradas. A justiça deles é muito forte, logo os advogados vão para cima da de quem reivindica e aí as pessoas ficam com medo e se calam”, conta. Outra realidade que as comunidades vêm sofrendo se dá devido o assoreamento do Rio Pindaré, um dos mais importantes rios do estado do Maranhão. “O Rio está seriamente assoreado e com suas margens destruídas, em consequência da exploração da mineradora e a duplicação dos trilhos e do desmatamento desenfreado”, relata Horlando.


    Lindomar Padilha e Rosildo da Silva estarão na audiência da CIDH, em Washington, nesta sexta (17). Foto: arquivo pessoal

    A liderança indígena Rosildo da Silva, do povo indígena Jaminawa Arara, pede urgência na demarcação de seus territórios, no estado do Acre. “Nós estamos sendo violados em nossos direitos como um todo, sobretudo, pela não demarcação de nossas terras e dos companheiros indígenas que são isolados e que se ouve proposta de alguns órgãos para serem contatados. Não tomaram conta nem de nós que fomos ‘civilizados’ há tantos anos”, reclama Rosido.

    Lindomar Padilha, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) do Acre, detalha o caso do povo Jaminawa Arara. “As terras indígenas do Acre estão com os processos de demarcação paralisados, assim como a terra dos povos isolados. Com isso, eles sofrem constantes invasões por parte de fazendeiros. Existe, também a questão das terras indígenas nas fronteiras em que há uma forte presença de narcotraficantes e madeireiros. Além dos projetos de exploração de petróleo e gás natural no Cale do Juruá, essa é uma área de nascedouro de grandes rios que compõem a bacia Amazônica, a maior bacia hidrográfica de água doce da superfície do mundo”. 

    Também serão apresentados mais dois casos: da Amazônia Equatoriana, indígenas e comunidades rurais de Tundayme, que vêm sendo afetados pela exploração de mineradoras na extração de ouro e cobre em suas terras. Essa realidade causa a poluição de rios e força a expulsão de seus lugares de habitação. Da mesma forma será apresentado o caso das comunidades indígenas do departamento de Wampis e Awajún Amazonas, no Peru, que vem sendo impactados pela alienação ou concessão de suas terras para fins de exploração de minérios.

    A audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) faz parte de um processo de formação, promoção, defesa e exigência de Direitos Humanos que a Repam acompanha nos países amazônicos. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) é uma das entidades do sistema interamericano encarregado da promoção e proteção dos direitos humanos no continente americano.

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  • 15/03/2017

    Assassino do pequeno Vitor Kaingang é condenado a 19 anos de prisão em regime fechado

    Por Roberto Liebgott – Cimi Regional Sul, de Imbituba (SC), e Renato Santana, da Assessoria de Comunicação – Cimi  

    Matheus Ávila Silveira foi condenado a 19 anos de prisão, em regime fechado, pelo assassinato do pequeno Vitor Kaingang, de apenas dois anos, em 30 de dezembro de 2015, na rodoviária do município de Imbituba (SC). A criança amamentava no colo da mãe, que vendia artesanatos ao lado do marido, quando Silveira se aproximou e degolou Vitor com um estilete. O Júri acatou integralmente as teses do Ministério Público (MP).

    O promotor de Justiça Cláucio José Souza Alberton defendeu que o homicídio qualificado ocorreu por motivo torpe, com impossibilidade de defesa, crime contra menor de 14 anos e pelo fato da vítima ser indígena aumento de ⅓ da pena, conforme o Estatuto do Índio. O Júri ocorreu nesta terça-feira, 14, na Câmara de Vereadores de Imbituba e foi acompanhado pelos pais de Vitor, Sônia Silva e Arcelino Pinto (na foto acima).

    Sônia e Arcelino choraram durante vários momentos do julgamento, que teve a sentença lida pela juíza Taynara Goessel perto das 19 horas. Sônia carregava a camisa do pequeno Vitor, informando aos presentes que se tratava de um símbolo da resistência indígena. "Era isso que o povo Kaingang esperava", declarou Sônia ao término do julgamento para o jornal Diário Catarinense.

    Desde o crime, Silveira estava preso em um hospital psiquiátrico de Florianópolis. A defesa do assassino justificou, durante a parte da manhã, que o então acusado possui doença mental – era perturbado por vozes que diziam que ele deveria matar alguém. Por orientação da defesa, que pleiteou ainda tratamento psiquiátrico e redução de pena para o criminoso, Silveira pediu perdão aos pais de Vitor.  

    Um laudo foi apresentado pela defesa onde o assassino é considerado semi-imputável por conta do vício em drogas consideradas pesadas – não por conta de distúrbios mentais. Com o plenário lotado – o caso teve repercussão internacional –  a juíza, ao ler a sentença, determinou ainda que Silveira cumpra a pena em presídio comum. A defesa afirmou à imprensa que irá recorrer.

    Na ocasião do assassinato, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) – Regional Sul divulgou uma nota defendendo se tratar de "um crime brutal, ato covarde, praticado contra uma criança indefesa, que denota a desumanidade e o ódio contra outro ser humano". Para sobreviver, indígenas costumam vender artesanatos nas cidades do entorno das aldeias. Atos de violência e racismo contra eles não são incomuns.



    Manifestação indígena depois do assassinato de Vitor. Crédito: Jacson Santana/CimiSul

    A família de Vitor é da Aldeia Kondá, localizada em Chapecó, oeste de Santa Catarina. Em janeiro de 2016, um protesto com cerca de 500 indígenas tomou as ruas de Imbituba. “Esperamos que haja justiça, que exista respeito e menos discriminação contra o nosso povo”, afirmou Idalino Kaingang, presente no ato, liderança da aldeia Toldo Chimbangue, também em Chapecó.


    Justiça, para este caso, ocorreu. Resta saber se o brutal assassinato servirá para que a sociedade rompa com o racismo e a discriminação contra os povos indígenas.

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  • 15/03/2017

    Na luta contra a reforma da previdência, movimentos ocupam Ministério da Fazenda em Brasília

    Mais de 1.500 pessoas ocuparam na madrugada desta quarta-feira (15/03) a sede do Ministério da Fazenda, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A ação faz parte do Dia Nacional de Mobilização e Paralisação Contra a Reforma da Previdência, organizada por movimentos sociais do campo e da cidade que integram as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

    A perda de direitos e os retrocessos promovidos pelo governo Temer são os principais motivadores da ocupação, que tem sua centralidade na luta contra a reforma da previdência, enviada pelo presidente Michel Temer em dezembro do ano passado.

    O governo alega que existe um rombo na previdência fiscal, o que já foi desmentido pelo DIEESE e também por especialistas em auditoria, como a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil. Enquanto o governo justifica a reforma com o déficit, aplica desonerações fiscais às empresas, não combate efetivamente sonegação fiscal e perdoa a dívida de centenas de empresas que devem três vezes o valor do déficit ao INSS.

    A ocupação é realizada por movimentos da Via Campesina Brasil, MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens, MMC – Movimento das Mulheres Camponesas, CONAQ – Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Quilombolas, MTD – Movimento dos Trabalhadores por Direitos, MLT – Movimento de Luta pela Terra, MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e conta com o apoio de professores da base do Sinpro/DF e de trabalhadores de diversas categorias da base de sindicatos da CUT.

    A Contag – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura também se somará à ocupação com mais de 2 mil trabalhadoras e trabalhadores rurais.

    Dia Nacional de Mobilização

    As atividades contra a reforma da previdência proposta pelo presidente Michel Temer mobilizam nesta quarta-feira (15/03) milhares de pessoas em todo o Brasil. O tema foi o eixo principal das mobilizações do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e é o mote do dia de mobilização e paralisações que acontece em todas as capitais e diversas cidades.

    Em Brasília, a concentração do ato se iniciou a partir das 8 horas, na Catedral, onde os manifestantes seguiram até o Ministério da Fazenda e se somar à ocupação.

    Este é o primeiro ato do ano realizado em conjunto pela Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo e o fórum das centrais sindicais.

    Diversos sindicatos também realizarão assembleias e atos nas categorias, sendo que a maior mobilização prevista será a dos professores e trabalhadores da educação que, segundo a CNTE, deve contar com a participação de milhões de trabalhadores em todo o Brasil.

    Informações à imprensa: 61-9.83364399/ 61-9.96846534

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  • 15/03/2017

    Parecer Jurídico: Cimi analisa impactos da Reforma da Previdência nos direitos dos povos indígenas

    Reforma da Previdência proposta pelo governo Temer por meio da PEC 287/2016 terá impacto ainda maior sobre os povos indígenas, caso seja aprovada se encontra. Cabe ressaltar que em nenhum momento, seja no texto legal, seja na justificativa, as palavras “índios” ou “povos indígenas” são mencionadas. Continue reading Parecer Jurídico: Cimi analisa impactos da Reforma da Previdência nos direitos dos povos indígenas

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  • 14/03/2017

    Indígena é atropelada no MS e motorista foge sem prestar socorro


    Dia do enterro de Alessandra na retomada Tajasu Iguá. Foto: Regional Cimi MS

    Por Assessoria de Comunicação do Cimi e Regional Cimi MS

    A Guarani Kaiowá Alessandra Sanabrio, de 36 anos, foi atropelada no final da tarde da última sexta-feira (10) às margens da BR-163, no município de Rio Brilhante (MS). O motorista do caminhão que atropelou a indígena fugiu sem prestar socorro à vítima.

    “Eu estava voltando com a mãe do trabalho de reciclagem de Rio Brilhante, cada uma em sua bicicleta e a mãe estava na minha frente. Vínhamos no acostamento do asfalto. Próximo do radar da ponte do Rio Brilhante, reduzimos a velocidade, quando fomos surpreendidas por um caminhão baú de cor prata, que invadiu nossa pista, atropelou mamãe e fugiu de imediato”, conta Adriele Sanabrio, filha da vítima.

    “Não prestou socorro. Eu gritei desesperada pedindo socorro, mas ninguém parou para nós. Puxei o corpo da mamãe por medo que outros carros ainda passassem por cima da cabeça dela.  Logo depois chegou Dona Susana que vinha atrás de nós”, continua a indígena.

    Após o atropelamento, que ocorreu na proximidade do tekoha Laranjeira Ñanderu, os indígenas bloquearam a rodovia por algumas horas, em protesto, até a chegada da Fundação Nacional do Índio (Funai). A Polícia Rodoviária Federal (PRF), CCR Vias, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil também compareceram ao local.


    Acima, pai e mãe de Alessandra. Fotos: Regional Cimi MS

    “Agora os homens brancos não usam arma de fogo para matar indígena. Usam o trânsito para causar acidente e ainda culpa os indígenas de estarem bêbados”, lamenta o Guarani Kaiowá Roselino, irmão da vítima.

    Alessandra Sanabrio trabalhava em uma associação de reciclagem em Rio Brilhante e era moradora do tekoha – lugar onde se é – Tajasu Iguá, área de retomada localizado no município de Douradina (MS), a poucos km de Rio Brilhante, e parte da Terra Indígena (TI) Lagoa Rica/Panambi. Identificada, delimitada e reconhecida pelo Estado brasileiro em 2011, a demarcação da TI foi suspensa pela Justiça Federal de Dourados em outubro de 2016, por uma decisão judicial baseada na tese do marco temporal.

    “Enquanto não demarcarem nossas terras, os problemas por aqui continuam. É urgente a demarcação das nossas terras, pois viver na beira da rodovia, continuamos correndo risco de vida”, critica Dona Adelaide, mãe de Alessandra.

    O corpo de Alessandra foi enterrado pela comunidade no domingo, dentro da retomada.

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  • 14/03/2017

    Suspensa a reintegração de posse de imóveis rurais ocupados por indígenas em Dourados (MS)

    A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, suspendeu os efeitos de decisão da Justiça Federal que determinou a reintegração de posse contra indígenas das etnias Guarani, Kaiowá e Terena

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  • 14/03/2017

    Ruralista pede prorrogação da CPI Funai/Incra e interfere em demarcação de quilombo


    Indígenas são barrados às portas da Câmara Federal de entrar em sessão da CPI Funai/Incra. Crédito: Renato Santana/Cimi



    Por Renato Santana, da Assessoria de Comunicação – Cimi

    Com o prazo regimental se encerrando no próximo dia 27, o deputado ruralista Alceu Moreira (PMDB/RS) protocolou requerimento na Mesa Diretora da Câmara Federal solicitando a prorrogação – por 60 dias – dos trabalhos da CPI da Funai/Incra 2. "Todos os esforços deste Presidente, Deputado Alceu Moreira, (…) não se revelaram suficientes para o cumprimento das metas pretendidas", justifica o parlamentar ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ).

    Pouco satisfeito com o campo raso da CPI, o parlamentar ruralista tenta barrar a demarcação do quilombo Morro Alto, entre os municípios de Osório e Maquiné, no Rio Grande do Sul. O presidente do Incra, Leonardo Góes, abriu Sindicância Interna para investigar o processo de regularização fundiária do quilombo após denúncia de Moreira sobre supostas ilegalidades ocorridas. A demarcação envolve terras de interesse do parlamentar. Conforme fontes ligadas ao órgão, fato desse tipo é inédito no Incra.  

    "O mais estarrecedor nesse caso é o fato de a Presidência do Incra abrir uma sindicância baseada em denúncias infundadas e sem provas, que já foram amplamente respondidas nos autos do processo e no âmbito da CPI Funai/Incra. Desta forma, foi desconsiderado todo o processo de análise das contestações relacionadas ao procedimento de regularização fundiária do território quilombola de Morro Alto", diz trecho da nota da Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra.   

    A primeira versão desta CPI foi concluída por força regimental, depois de oito meses de ‘investigações’, sem ao menos um relatório final. Chegou a ser prorrogada por três vezes. O presidente também foi Alceu Moreira; o relator é o mesmo da atual, o ruralista Nilson Leitão (PSDB/MT). Em agosto do ano passado, Rodrigo Maia deu autorização para a criação da CPI que corre: são 15 meses somados entre a primeira e a segunda, com dois posicionamentos do Supremo Tribunal Federal (STF).

    Instada a se pronunciar sobre a quebra dos sigilos fiscais e bancários de entidades indigenistas (ABA, Cimi, CTI e ISA), a Corte Suprema proibiu a CPI de fazê-lo; tanto na primeira como na atual CPI, em primeiro requerimento de quebra aprovado envolvendo o Centro de Trabalho Indigenista (CTI). Como a Comissão foi instaurada para investigar demarcações da Funai e Incra, as entidades não são objetos de investigação dos parlamentares – tampouco para terem dados sigilosos expostos.

    Para a sessão da CPI desta terça-feira, 14, uma nota da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) anunciou que a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e o Instituto Socioambiental (ISA) são os próximos alvos dos ruralistas. O presidente da FPA, não por coincidência relator da CPI, Nilson leitão, comunicou que os requerimentos para as quebras de sigilos fiscais e bancários das entidades serão colocados em votação.


    Na última sessão os ruralistas não conseguiram atingir quórum necessário para seguir adiante com os ataques. Pouco mais de uma semana depois, um dos integrantes da CPI – o deputado ruralista afastado Osmar Serraglio (PMDB/SC) – foi nomeado como ministro da Justiça. Dias atrás, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o agora ministro declarou que os indígenas "devem esquecer" as demarcações porque "terra não enche a barriga de ninguém".  


    As declarações geraram reações, incluindo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e entidades na alça de mira dos ruralistas, caso do Cimi e ISA. Como retaliação ao rechaço às palavras do ministro, a FPA publicou a nota informando que nesta terça haveria sessão e nela os requerimentos seriam votados para que os ruralistas tenham acesso às contabilizações fiscais e bancárias de ABA, Cimi e ISA – enfrentando assim duas decisões contrárias do STF.

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  • 14/03/2017

    Povo Xukuru-Kariri sofre novo ato de violência e jovem indígena acaba morto; é o segundo episódio em cinco meses



    Por Renato Santana, Assessoria de Comunicação – Cimi

    O jovem Xukuru-Kariri Damião Lima da Silva, de 28 anos, mais conhecido como Dão, foi assassinado na última quarta-feira, 08, em uma área sobreposta à terra indígena ocupada por posseiros, no município de Palmeira dos Índios (AL). Os autores do crime, executado com requintes de crueldade, ainda não foram identificados.

    De acordo com lideranças ouvidas, Dão trabalhava em uma lavoura do Sítio Bernadete quando foi morto – a área faz parte da Aldeia Coité. Ao anoitecer, a família do indígena estranhou a demora e ao chegar no local avistou o corpo com perfurações de bala e golpes de facão. O crime surpreendeu as cerca de 600 famílias Xukuru-Kariri.

    "Não tínhamos notícias de que Dão tivesse algum tipo de problema pessoal que levasse alguém a querer matá-lo. Também a região em que ele morreu, mesmo com posseiros presentes ali, estava pacificada. Mas de qualquer forma Dão era uma liderança atuante no povo Xukuru-Kariri", explica um indígena ouvido.

    O corpo de Dão foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca, que confirmou as características peculiares atribuídas aos assassinos. A família registrou Boletim de Ocorrência. A equipe local da Fundação Nacional do Índio (Funai) acompanha o caso. Neste mês os Xukuru-Kariri estão no ritual do Ouricuri.

    Violência e demarcação

    Há cinco meses, João Natalício dos Santos Xukuru-Kariri, histórica liderança dos povos indígenas do Nordeste, também era assassinado a facadas na Aldeia Fazenda Canto. Não é possível fazer conexão entre os crimes, mas a violência na terra indígena envolve fatores como a demarcação paralisada e os vícios inerentes ao entorno.

    “A região tem um histórico de violência por conta da luta pela terra. Seu João era uma liderança antiga do povo”, afirmou è época uma liderança Xukuru-Kariri. Ele explicou que a aldeia Fazenda Canto é composta pelos 72 hectares demarcados em 1952 e por uma retomada – parte da demarcação em curso pela Funai, todavia paralisada.

    A luta pela terra é uma das principais pautas do povo. "Dar continuidade ao Levantamento fundiário, homologação e desintrusão da terra do Território Tradicional Indígena Xukuru-Kariri", por exemplo, foi a primeira deliberação da Assembleia geral do povo em 2014. O procedimento demarcatório teve início em 1988.

    O ano foi marcado pelo enfrentamento às mesas de diálogos instituídas pelo então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Já em fase de levantamento fundiário para o pagamento de indenizações, a Funai foi obrigada a paralisar o procedimento porque Cardozo, sem consultar os Xukuru-Kariri, estabeleceu uma destas mesas.

    No território Xukuru-Kariri existem, além de posseiros, fazendeiros com influência política reverberada em Brasília nas figuras dos senadores Fernando Collor e Renan Calheiros – e eles pessoalmente pediram ao ministro a paralisação dos trabalhos da Funai. Tal intervenção trouxe novamente insegurança aos indígenas.  

    Em março de 2015, o juiz federal titular da 8ª Vara Federal em Arapiraca, Antônio José de Carvalho Araújo, determinou um prazo de seis meses para a União Federal e a Funai conceder a posse definitiva da Terra Indígena, com 6.927 hectares, inclusive com a desintrusão dos atuais posseiros da área. A decisão ainda não foi cumprida.

    Andanças

    Segundo os estudos antropológicos citados na decisão do juiz, os "Xukuru teriam migrado da aldeia Cimbres, atual município de Pesqueira (PE) em 1740, e se estabelecido nas margens do ribeirão da Cafurna, entre as terras da Fazenda Olho d’Água do Acioly e a Serra da Palmeira, enquanto que os Cariris teriam vindo posteriormente da Aldeia do Colégio de São Francisco, atual município de Porto Real do Colégio, do povo Wakonã. Os sobreviventes Wakonã ou Aconã da Serra da Cafurna, em Palmeira dos Índios, já em 1938 atribuíram-se o nome Shucuru-Karirí".


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