23/10/2023

Recurso de um dos acusados do assassinato de Paulino Guajajara será julgado nesta terça-feira (24) pelo TRF-1

O julgamento será realizado a partir das 14h – horário de Brasília; o trágico episódio ocorreu na TI Arariboia, no Maranhão, no dia 1º de novembro de 2019

Paulo Paulino Guajajara, Guardião da Floresta assassinado na Terra Indígena Arariboia. Foto: Sarah Shenker/Survival International

Paulo Paulino Guajajara, Guardião da Floresta assassinado na Terra Indígena Arariboia. Foto: Sarah Shenker/Survival International

Por Marina Oliveira, da Assessoria de Comunicação do Cimi

Na tarde desta terça-feira (24), a partir das 14h – horário de Brasília –, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) irá julgar o recurso de um dos envolvidos no assassinato de Paulino Guajajara – integrante do grupo dos Guardiões da Floresta –, na Terra Indígena (TI) Arariboia, localizada no Maranhão. O trágico episódio ocorreu na noite do dia 1º de novembro de 2019 e, apesar da sentença de pronúncia, até hoje o caso não teve um desfecho final.

Após decisão de pronúncia do juiz substituto da 1ª Vara Criminal Federal do Maranhão, Luiz Régis Bomfim Filho, a 4ª Turma do TRF-1 irá julgar, na tarde desta terça (24), o recurso de um dos acusados de homicídio da liderança indígena, que alega não haver indícios suficientes para comprovar sua acusação. Ele afirma também que o caso não é de competência da Justiça Federal – embora a instância seja responsável por julgar casos envolvendo conflitos de terras e povos indígenas.

A equipe do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), incluindo assessores jurídicos e de Comunicação, além de missionários do Cimi Regional Maranhão, acompanham o caso desde o começo. Inclusive, estarão presentes nessa próxima etapa do julgamento.

 

Entenda

Na madrugada do dia 31 de outubro de 2019, Paulino Guajajara – conhecido como Lobo – e Laércio Souza Silva partiram da aldeia Lagoa Comprida, norte da TI Arariboia, para caçar. Na cacimba, enquanto tomavam água e se banhavam, no dia 1º de novembro, foram surpreendidos por cinco madeireiros armados.

Sem chance de defesa, os indígenas foram atingidos por tiros de armas de fogo dos madeireiros: Paulino foi alvejado no rosto, e não resistiu. Laércio foi atingido no braço e nas costas, sobrevivendo ao ataque, tendo ainda uma bala alojada na coluna. Com apenas 26 anos de idade, Paulino deixou a esposa e um filho.

À época, Laércio relatou que os dois não tiveram tempo de fugir ou se proteger. Após notar que Paulino estava caído, já sem vida, ele escapou pela mata – debaixo de tiros – e conseguiu regressar à aldeia, onde pediu ajuda.

Após indígenas e policiais retirarem o corpo de Paulino do local do crime, com o auxílio de um jumento, o batalhão da Polícia Civil de Amarante se dirigiu à aldeia e levou o corpo para perícia com o apoio de um helicóptero.

Share this:
Tags: