Indigenista Egydio Schwade recebe título de Doutor Honoris Causa da Unimontes
Na noite de segunda-feira (08), aconteceu a sessão solene do Conselho Universitário (Consu) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) para a entrega do título de Doutor Honoris Causa ao filósofo, teólogo e indigenista Egydio Schwade.
A cerimônia, realizada no auditório do Centro de Ciências Humanas (CCH), prédio 2 do campus-sede, foi presidida pelo vice-reitor, professor Dalton Caldeira Rocha, representando o reitor, professor Wagner de Paulo Santiago. Além de conselheiros do Consu, participaram integrantes da gestão superior da universidade, autoridades, professores, servidores técnico-administrativos, acadêmicos e outros convidados.
“Aqui na Unimontes, o outorgado Egydio Schwade, já contribuiu em muitas oportunidades para os acadêmicos do curso de Geografia”
A proposta de concessão da honraria a Egydio Schhwade foi apresentada pelo professor Gustavo Henrique Cepolini Ferreira, do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Geografia da Unimontes, tendo sido aprovada pelo Conselho Universitário em março de 2021, no período da pandemia da COVID-19.
Ao presidir a solenidade, o vice-reitor Dalton Caldeira Rocha enalteceu as qualidades e a trajetória do homenageado. “Aqui na Unimontes, o outorgado Egydio Schwade, já contribuiu em muitas oportunidades para os acadêmicos do curso de Geografia e segue lutando por direitos para todos.
“Trata-se de uma pessoa plural, cuja simplicidade revela sua riqueza. Seu arsenal etnográfico, histórico e político construído com os povos contribui para a educação indígena e para uma outra história do Brasil. Esse breve histórico é mais do que suficiente para afirmar que o legado do homenageado Egydio Schwade, enquanto educador que segue contando e registrando histórias, lutas e saberes”, enfatizou o professor Dalton Caldeira Rocha.
Em seguida, o homenageado Egydio Schwade recebeu a epitoche e o diploma de Doutor Honoris Causa e realizou seu discurso. “Quero agradecer a reitoria da Unimontes pela alegria que me causaram ao me conceder esse título. E, também, por esse momento em especial quero agradecer a todos os mineiros que desde os anos de 1960 me acompanham e apoiam minha missão. Muito obrigado!”
“Seu arsenal etnográfico, histórico e político construído com os povos contribui para a educação indígena e para uma outra história do Brasil”
Presenças
A sessão solene do Conselho Universitário da Unimontes contou ainda com as presenças dos pró-reitores de Pesquisa, professora Maria das Dores Magalhães Veloso e de Extensão, professor Rogério Othon Teixeira Alves; da presidente do Conselho Curador, professora Claudiana Aparecida Leal de Araújo; e do pró-reitor substituto de Pesquisa e Inovação do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), professor Gustavo Henrque Silva de Souza, representando a reitora da instituição, professora Joaquina Aparecida Nobre da Silva.
Currículo
Filósofo, teólogo e indigenista, Egydio Schwade, 87 anos, é gaúcho da cidade de Feliz (RS). A partir do início da década da 1960, ele começou a se dedicar ao trabalho com os povos indígenas da Amazônia. Em 1969, criou a Operação Amazônia Nativa (Opan). Em 1972, Egydio Schwade foi um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ao lado, entre outros, do padre jesuíta Antônio Iasi Júnior, Dom Pedro Casaldáliga e Dom Tomás Balduíno. Foi também o primeiro secretário executivo da entidade. Em 1973, foi um dos redatores do documento “Y-Juca-Pirama – o Índio, aquele que deve morrer”, sobre a espoliação dos povos originários, e que foi assinado por um grupo de bispos e missionários.