27/06/2022

Articulação Ecumênica Latino-americana de Pastoral Indígena manifesta solidariedade aos Guarani e Kaoiwá, do tekoha Guapo´y

Em comunicado a AELAPI destaca preocupação com a vida e segurança dos indígenas, e cobra justiça; a comunidade foi alvo de uma violenta e ilegal ação de despejo praticada pela PM, resultando em mortos e feridos

Povo Guarani Kaiowá sofre ataques após retomarem território Guapoy, em Amambai (MS). Foto: povos Guarani Kaiowá

Por Assessoria de Comunicação do Cimi

Em Comunicado Oficial, a Articulação Ecumênica Latino-americana de Pastoral Indígena (AELAPI), se manifesta solidaria aos povos Guarani e Kaoiwá, do tekoha Guapo´y, em Amambai, no Mato Grosso do Sul.  A Comunidade foi alvo de uma violenta e ilegal ação de despejo praticada pela Polícia Militar (PM) do estado de Mato Grosso do Sul no dia 24 de junho de 2022.

“As graves notícias que circulam nos meios de comunicação nacional e internacional, sobre o ataque violento à comunidade Guarani e Kaiowá do tekoha Guapo´y, Amambai – MS, nos enchem de tristeza e preocupação pela vida e segurança desta comunidade”, lista o comunicado.

“As graves notícias que circulam nos meios de comunicação nacional e internacional, nos enchem de tristeza e preocupação pela vida e segurança da comunidade Guarani e Kaiowá”

Para a Articulação Ecumênica Latino-americana o ataque “revela uma vez mais, a violência instalada no país contra os povos originários, que os criminaliza e ameaça de morte ao não demarcar seus territórios”. E cobra das autoridades brasileiras e às entidades de direitos humanos que “seja garantida a integridade física e a segurança da comunidade, a fim de evitar novos ataques, seja feita a devida investigação e se faça justiça, responsabilizando aos responsáveis deste ataque a este povo tão sofrido que só busca ter seu território garantido e viver em paz e harmonia”, destaca o comunicado.

A solidariedade e o pedido de justiça também se estendem à comunidade Kurupi/Santiago Kue, no município de Naviraí/MS, que foi atacada pela Polícia Militar, no mesmo dia que Guapor´y. “Os povos indígenas Guarani e Kaiowá são povos pacíficos, de uma profunda espiritualidade”, assegura AELAPI.

Confira o comunicado na íntegra, em português e em espanhol

 

COMUNICADO

“Ninguém é dono da terra, ninguém pode ser dono do vento,

Ninguém pode ser dono do céu, a terra não pode ter dono,

Como pode matar a quem faz parte da terra?”

Valdelice Veron- Pueblo Kaiowa

 

A Articulação Ecumênica Latino-americana de Pastoral Indígena – AELAPI, vem à público manifestar sua solidariedade ao povo Guarani e Kaiowá no Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil, que sofreu um grave ataque nesta madrugada de 24 de junho.

As graves notícias que circulam nos meios de comunicação nacional e internacional, sobre o ataque violento à comunidade Guarani e Kaiowá do Tekoha Guapo´y, Amambai –MS, nos enchem de tristeza e preocupação pela vida e segurança desta comunidade.

Os povos Guarani e Kaiowá, após retomar novamente uma parte do território de Guapo´y, território que segundo eles, faz parte do território tradicional, sofreram uma terrível violência por parte de policiais militares e fazendeiros. Que invadiram o local retomado pelos indígenas, com a finalidade de expulsá-los. Os indígenas relatam que não há nenhuma ordem judicial que ampara esta ação truculenta conta eles.

A comunidade indígena de Guapo´y, denuncia que a violência contra a comunidade foi de forma covarde e cruel, já que, na sua maioria são crianças, jovens, mulheres e idosos, famílias, que só querem o território para viver em paz, e clamam às autoridades para que seja regularizado.

Ainda não se tem os dados exatos deste ataque, mas, já há a confirmação da morte de Vitor, indígena Guarani Kaiowá de 42 anos, e mais de 09 feridos. A comunidade está muito aterrorizada e apreensiva com tanta violência que vem sofrendo na luta pela terra.

Nesse sentido, pedimos respeitosamente ao Supremo Tribunal Federal – STF, a mais alta corte do país, possa garantir aos povos o direito originário, votando em favor da vida e direito dos povos indígenas, e contra o Marco Temporal que tramita nesta corte como Recurso Extraordinário – RE 1.017.365/SC.

Repudiamos este ataque ao povo Guarani e Kaiowá do tekoha Guapo´y, que revela uma vez mais, a violência instalada no país contra os povos originários, que os criminaliza e ameaça de morte ao não demarcar seus territórios.

AELAPI se solidariza com o povo Guarani e Kaiowá do tekoha Guapor´y, e pede as autoridades brasileiras e às entidades de direitos humanos que seja garantida a integridade física e a segurança da comunidade, a fim de evitar novos ataques, seja feita a devida investigação e se faça justiça, responsabilizando aos responsáveis deste ataque a este povo tão sofrido que só busca ter seu território garantido e viver em paz e harmonia.

AELAPI também envia sua solidariedade e pede justiça para a comunidade Kurupi/Santiago Kue, município de Naviraí – MS, que foi atacada pela polícia militar, no mesmo dia que em Guapor´y.

Os povos indígenas Guarani e Kaiowá são povos pacíficos, de uma profunda espiritualidade. Pedimos a Nhanderu que seja sua luz, força e resistência, para conquistar para sempre a Terra Sem Males.

EQUIPO COORDINADO

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