28/08/2009

CPT abre sua assembléia para difundir a Campanha Guarani

Em assembléia Regional realizada no Mato Grosso do Sul, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) defendeu a necessidade urgente de demarcação de terras indígenas e foi um espaço de divulgação da campanha “Povo Guarani, Grande Povo”. A assembléia foi realizada entre os dias 17 e 19 de agosto em Dourados – MS e reuniu 40 lideranças camponesas de todo o estado. A entidade deu um espaço privilegiado para a questão indígena em MS, especialmente em função ao drama vivido atualmente pelo povo Guarani- Kaiowá.


 


No encontro foi exibido o documentário “Semente de sonhos” e posteriormente houve debate. Sem dúvida foram momentos importantes para levar mais informação e compreensão ao camponês em relação ao movimento dos povos nativos, que também lutam por terra e território. A ação foi importante, sobretudo porque os setores vinculados ao latifúndio e o agronegócio fazem forte campanha para desinformar e para voltar os pequenos camponeses contra os indígenas. Lideranças camponesas ligadas a CPT reivindicaram a necessidade de buscar a unidade com o movimento indígena, assim como uma postura mais clara da igreja e dos movimentos sociais em relação ao drama e aos ataques que suporta o povo Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul.


 


Durante a reunião da CPT ficou claro que o agronegócio, juntando capital agroindustrial com estrutura fundiária, formou verdadeiros territórios de soja, cana e eucalipto dentro do Estado. Este fator arrasou não só com os territórios tradicionais da classe camponesa, dos quilombolas e os indígenas, com também com a cultura e o modo de viver e produzir desses povos. Igualmente, já foi demonstrado mediante pesquisas cientificas que o agronegócio em todo o Brasil e especialmente em Mato Grosso do Sul é “incompetente”.


 


Até agora, com todo o apoio em recursos financeiros que recebe do Estado Brasileiro, com dinheiro público, a agricultura familiar é quem coloca 70% dos alimentos na mesa dos brasileiros. Embora, sendo os pequenos agricultores familiares os que, em comparação com o agronegócio, sejam os que recebem migalhas. Foi denunciado, nesse sentido, que “por conta de um Estado inoperante, os camponeses, indígenas, quilombolas e outros setores da população ficam reféns do terrorismo de mercado”.


 


Homens e mulheres que fazem militância e trabalho social junto com a CPT disseram estar dispostos a ajudar os indígenas, conhecendo melhor sua cultura e suas reivindicações. Também querem difundir os materiais da campanha “Povo Guarani, Grande Povo” que foram entregues na oportunidade. Com a campanha se esta apresentando também o mapa Guarani. Segundo o caderno que acompanha o mapa “os Guarani vêem seu mundo como uma região de matas, campos e rios, como um território onde vivem segundo seu modo de ser e sua cultura milenar. Mas o mapa mostra também os problemas que afetam os povos Guarani. As cores do material indicam onde ainda existem as matas e onde não sobrou árvore sequer, devido às plantações de soja e cana de açúcar”.

Fonte: Cimi MS
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