23/07/2009

Boff: as CEB’s devem se chamar comunidades ecológicas de base

As comunidades eclesiais de base devem lutar, não mais por um novo mundo possível, mas por um novo mundo necessário. A afirmação é de Leonardo Boff, que participou da análise de conjuntura na manhã do dia 23, durante do 12º Intereclesial, em Porto Velho, Rondônia. Segundo ele, o encontro vem com um tema bastante atual e representa o clamor da amazônia e de todo o planeta.


 


Segundo ele, a escolha da ecologia como o tema do encontro das Comunidades Eclesiais de Base significa um alargamento da consciência das pessoas. “A escolha da Amazônia como local do encontro trouxe a realidade das devastações aqui existentes, das grandes hidrelétricas, da morte de povos originários. Tudo isso leva as pessoas a pensarem e buscarem soluções. Daí vem a importância dessas comunidades: começar lá embaixo, aos poucos, na base da sociedade para que a haja transformação.”


 


Boff ressaltou também a importâncias das comunidades indígenas. “Os analistas que estudam mais em detalhe a lógica da natureza são unânimes em dizer que nós só salvamos o planeta, a Amazônia, o Cerrado, se conseguirmos salvar esses povos originários”. Ele afirma que são essas populações que sabem lidar com a terra da forma correta. “Eles são ecologicamente naturais e sabem, de forma espontânea, como viver com a natureza”, completa.


 


Ele enfatizou também a importância da busca de uma nova sociedade, com um sistema diferente e que as comunidades de base têm papel importante para uma visão ecológica. “As comunidades eclesiais de base devem ser comunidades ecológicas de base, dando o exemplo e construindo o novo mundo necessário, porque o mundo como está hoje não aguenta, está se esgotando. Se ainda quisermos que nossos filhos vivam nesse nosso planeta, precisamos mudar e seguir os exemplos dos povos originários”.


 


Mais de 4 mil pessoas estão participando do 12º Intereclesial, que começou dia 21 de julho e termina dia 24.

Fonte: Cimi
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