08/07/2009

Greve Andina-Amazônica começou ontem em várias regiões do país

Começou ontem a greve andina-amazônica em todas as regiões da serra e da floresta do Peru. A paralisação está prevista para ocorrer até a próxima quinta-feira (9). Hoje, acontecerá uma Jornada Nacional de Luta pelos direitos dos povos indígenas e contra os decretos legislativos do Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos.


As ações são lideradas pelas principais organizações sociais, indígenas, camponesas, sindicais e partidos políticos de esquerda da nação andina que compõem a Frente Nacional pela Luta e pela Soberania. Na ocasião, os grevistas pedem, além da derrogatória dos decretos legislativos 982, 983, 988 e 989 do TLC, o fim da criminalização do protesto social, a saída do Gabinete Yehude Simon, a mudança do modelo econômico neoliberal e a convocatória de uma Assembléia Constituinte para construir um Estado Plurinacional.








Para a Aliança Social Continental, o atual governo de Alan García tem aprofundado o modelo neoliberal e entregado as riquezas do Peru para transnacionais, como no caso do TLC com Estados Unidos. “Tanto o governo peruano como seu congresso entregaram a soberania peruana em favor dos interesses vorazes das transnacionais, que destroem a produção de alimentos, envilecem o trabalho, saqueiam os recursos naturais e pretendem fazer o controle da região Amazônica do Peru, não precisamente para cuidar, mas para explorar até seu desaparecimento”, considera em comunicado.


Por isso, o Movimento Cúpula dos Povos acredita que: “A derrogatória de dois ou quatro decretos legislativos não basta: tem que garantir a defesa e o exercício dos direitos dos povos indígenas dando força da lei à Declaração sobre os ditos direitos das Nações Unidas”. Em comunicado divulgado ontem (6), o Movimento ainda pede o retorno do presidente da Associação Interétnica de Desenvolvimento da Selva Peruana (Aidesep), Alberto Pizango, e a promulgação de uma Lei de Anistia para os dirigentes julgados por defender os direitos dos povos.


Governo tenta amenizar efeitos da greve
Consciente da greve nacional que acontece entre os dias 7 e 9 de julho, o governo peruano já promoveu ações para diminuir os prejuízos durante a paralisação. De acordo com informações da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP), o Estado publicou, no dia 6 de julho, no diário oficial “El Peruano”, o Decreto de Urgência N° 072-2009, que garantiu uma série de medidas econômicas e financeiras com o objetivo de não prejudicar a continuidade dos serviços públicos e privados no país durantes os três dias de greve.


Dentre as ações extraordinárias, destaca-se, por exemplo, medidas para garantir o livre trânsito de pessoas. “permite-se que os veículos de transporte da categoria M1 podem realizar o serviço de transporte terrestre de pessoas, desde as 0h até as 24h, nos dias em que se efetivem as paralisações anunciadas entre os dias 7,8 e 9 de julho de 2009”, afirma.


Além disso, ainda garante o não-desconto do pagamento aos profissionais públicos e privados que se atrasarem durante a paralisação, desde que respeitem a tolerância estipulada pelo Decreto: duas horas no departamento de Lima e na província constitucional de Callao, e uma hora no resto do país.

Fonte: Adital
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