População hondurenha ajuda Zelaya a garantir consulta popular no domingo
Adital
No próximo domingo (28), hondurenhos e hondurenhas irão às urnas para decidir se querem ou não uma quarta urna nas eleições gerais de novembro. Com a proximidade do dia da enquete, o clima de tensão aumenta no país. Ontem (25), movimentos organizações sociais deram apoio ao presidente Manuel Zelaya diante da tentativa de golpe técnico perpetrada por seus opositores.
A consulta popular marcada para acontecer no domingo será para decidir se os cidadãos hondurenhos querem uma quarta urna nas eleições gerais de novembro. Se aprovada, a urna perguntará à população se é a favor ou contra a convocatória de uma Assembléia Nacional Constituinte para elaborar uma nova Constituição para o país.
A iniciativa do presidente gerou uma polarização em Honduras. Enquanto ele, apoiado por movimentos e organizações sociais, quer a enquete popular; opositores são contrários à consulta, pois consideram que a intenção de Zelaya é reformar a Carta Magna com o objetivo de permitir a reeleição presidencial.
A tensão entre os grupos foi intensificada quando as Forças Armadas negaram-se a distribuir as urnas da consulta. Em resposta, o presidente hondurenho destituiu do cargo o chefe militar do Estado Maior, general Romeo Vásquez. Entretanto, a Corte Suprema da Justiça e o Congresso Nacional já anularam a decisão do primeiro mandatário e pediram a restituição do militar.
Na tarde de ontem, Zelaya, com a ajuda de vários cidadãos do país, foram à sede das Forças Armadas para garantir a enquete do próximo domingo. Na ocasião, sociedade e presidente resgataram as urnas que haviam sido retiradas contra a ordem de Zelaya.
Em entrevista à TeleSul, o dirigente camponês, Rafael Alegría, informou que movimentos sociais apóiam o presidente e estão dispostos a garantir a enquete. “Milhares de compatriotas hondurenhos trasladaram-se para resgatar as urnas, que estava previsto que as Forças Armadas levariam às comunidades e, ante sua negativa, o povo está disposto a buscá-las e distribuí-las para que aconteça a consulta popular no próximo domingo”, afirma.
OEA
O assunto também chegou à Organização dos Estados Americanos e à Organização das Nações Unidas, que estudam possibilidades de enviar representações para acompanhar o pleito. Manuel Zelaya recebeu apoio, também, de presidentes de diversos países. Da Bolívia, Evo Morales enfatizou apoio ao mandatário hondurenho e contra a tentativa de golpe. Hugo Chávez, da Venezuela; Rafael Correa, do Equador; e Daniel Ortega, da Nicarágua, também manifestaram apoio a Zelaya.
Em comunicado, a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), lançou um comunicado para condenar a tentativa de golpe de estado contra o presidente de Honduras. “Recalcamos que este golpe de Estado em curso está dirigido a obstacularizar a realização da consulta popular democrática convocada para definir se o povo está de acordo com a convocatória para uma Assembléia Constituinte. Condenamos esta ação golpista contra a genuína aspiração da cidadania hondurenha”, expressa o comunicado.