Ao Povo Xukurú de Orurubá.
Historicamente nestas terras hoje chamadas de Brasil, onde já viviam aqui numerosos povos e que desde a invasão de 1.500. Iniciou-se o processo de extermínio dos povos que aqui viviam da terra, da água, da floresta, da pesca, e de tantos outros recursos que a natureza nos oferecia. Quando os invasores aqui chegaram obrigaram homens e mulheres a serem seus escravos, as mulheres indígenas eram obrigadas a procurar ouro e quando não encontravam os invasores estrangulavam as mulheres lhe arrancavam o útero. E assim por diante mataram e não matarão boa parte de nós.
Hoje somos muitos povos que nem sabemos o que somos porque nos mataram e continuam nos matando. A principal arma do país, que continua a ser império do capital, é o extermínio do povos indígenas que por aqui resistem e outro meio é criminalizar as lideranças e seus jeitos de lutar pelo seu território.
Este estado medíocre que vive uma democracia mascarada onde os grandes saqueadores das nossas principais riquezas a terra, água, sementes e dos conhecimentos querem nos matar para continuar saqueando.
Nós e o estado brasileiro sabemos da histórica luta do Povo Xucuru de Orurubá que tem sido marcada por perseguições criminalização e mortes deste povo que tem contribuído tanto para permanência da vida na terra que se dedicam a preservar a caatinga como algo sagrado para sua continuidade e para o restante dos que por aqui habitam. O estado brasileiro tem uma divida enorme com este povo, que não fizeram outra coisa durante os últimos anos se não lutar por seu território e pela vida dos povos Xucuru de Orurubá e de suas lideranças ameaçadas pelo estado, pois nesta terra não existe punição para mandante de pistoleiro, e representantes da justiça que estão a serviço dos exploradores da terra, e cometer a injustiça de condenar a prisão ou à morte de lutadores e defensores da liberdade e do direito dos povos.
Queremos manifestar por meio das palavras acima nosso apoio incondicional a luta do povo Xucurú neste momento em que sofrem as conseqüências das arbitrariedades da justiça de Pernambuco. Definitivamente este não é o século nem o milênio de vida plena para os povos da terra, mas de sofrimento.
Somos solidários à luta por libertação dos povos, dos explorados e contra qualquer tipo de injustiça. Os fracos não lutam com dignidade, não praticam justiça, não sentem amor pelo diferente, não gostam da terra, não acreditam na vida para todos, são covardes, não agem com justiça, são serpente venenosa.
Somos fortes, venceremos!!!
Secretaria Regional Nordeste, Juazeiro da Bahia maio de 2009.
Luta Camponesa – Soberania Alimentar e Poder Popular