06/02/2009

Cimi debate projetos governamentais que ameaçam indígenas

Obras do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, do Governo Federal, podem acelerar o desaparecimento de povos indígenas isolados da Amazônia. Em meados de 2008, o antropólogo Gunter Kroemer, do Conselho Indigenista Missionário – Cimi-, alertava para a ameaça sobre povos isolados da região afetada pelas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no estado de Rondônia.
No Sul do Amazonas, de acordo com o antropólogo, há povos igualmente ameaçados, tanto por projetos governamentais como empresariais. No Pará, os indígenas do Xingu há mais de vinte anos lutam para impedir a construção da hidrelétrica de Belo Monte (antes chamada de Kararaô), e denunciam que um grande número de aldeias corre o risco de desaparecer com a inundação do lago da hidrelétrica.
Estes e outros assuntos estão na pauta XXIX Assembléia Regional do Cimi Norte I (AM/RR), que se realizará de 0-9 a 13 de fevereiro no Centro de Formação Xare, localizado no Km 22 da rodovia BR-174 (Ramal dos Padres, entrando pelo Colégio Agrícola Rainha dos Apóstolos). A assembléia tem como tema “Grandes Projetos na Amazônia e Política Indigenista”.
“A reflexão sobre esses temas ajudará os missionários a melhor qualificar sua ação junto aos povos, comunidades e organizações indígenas com os quais trabalhamos”, explica Edina Pitarelli, membro da coordenação regional da entidade. “Precisamos conhecer os impactos que tais projetos podem causar, quantos, quais e onde os indígenas estão mais vulneráveis. Conhecendo bem a realidade poderemos  apoiar de forma mais eficaz a luta dos povos indígenas na defesa e garantia dos seus direitos”, diz a coordenadora do Cimi Norte I. 
Além do debate em torno das conjunturas regional, nacional e eclesial, os missionários do Cimi Norte | discutirão também as formas de apoio aos indígenas da terra Raposa Serra do Sol, em Roraima. Ali, vários segmentos da população se mobilizam enquanto não está concluído o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal – STF, de ação impetrada por políticos locais contra a demarcação da terra. O STF iniciou o julgamento em dezembro último e ainda não marcou data para encerramento. “Essa é uma questão muito delicada para os indígenas de Roraima e de todo o Brasil. Vamos discutir a melhor maneira de apoiar os povos daquela região que aguardam com muita expectativa a conclusão do julgamento pelo STF”, anuncia a coordenadora do Cimi.

 

Contatos:
Centro de Formação Xare – (92) 9151-8752
Edina Pitarelli, Haroldo Pinto, Hidenori Mochiizawa – Coordenadores
Fonte: Cimi Norte I
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