Via Campesina realiza sua 5ª Conferência Internacional
A Via Campesina, movimento que agrega e representa milhões de camponeses em todo o mundo, celebrará sua V Conferência Internacional em Maputo (Moçambique), entre os dias 16 e 23 de outubro. Mais de 500 lideranças camponesas de mais de 70 países estarão reunidas para discutir alternativas à crise alimentar, e outras questões que estão no topo da agenda global. A conferência reserva espaço ainda para dois momentos importantes: a Assembléia de Jovens Camponeses, nos dias 16 e 17, e a Assembléia das Mulheres Camponesas, nos dias 17 e 18.
Os trabalhadores rurais organizados na Via Campesina vêm lutando há muitos anos por um modelo de produção agrícola baseado em pequena agricultura sustentável, opondo-se ao modelo orientado à exportação, que causa a destruição dos meios de sustento das comunidades rurais e do meio ambiente. A atual crise deixa claro que um sistema alimentar baseado na exportação e na chamada “revolução verde” não é seguro, além de gerar fome e pobreza.
Desde sua criação, há 15 anos, a Via Campesina se transformou na primeira e mais importante rede mundial de agricultores, camponeses e pequenos produtores de alimentos, cuja voz está cada vez mais presente na opinião pública internacional e em fóruns como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Conselho de Direitos Humanos em Genebra.
A Conferência Internacional é o principal evento da organização e acontece a cada quatro anos. É um espaço onde se adota, de forma coletiva, as grandes decisões políticas e de organização. Os delegados irão analisar a situação atual e debater as futuras linhas de ação. A entidade anfitriã do evento é a UNAC – União Nacional dos Campesinos de Moçambique.
No Brasil, participam da Via Campesina oito movimentos sociais. A saber, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB), Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Representantes de cada uma dessas organizações estarão em Maputo.