01/09/2008

Resistência será pacífica, porém ativa!

 


 


Os Guarani Kaiowá decidem “lutar pela terra até o final”


 


A Comissão de Direitos Guarani Kaiowa de Mato Grosso do Sul realizou uma reunião, no dia 29 de agosto, em Dourados, para analisar a situação dos povos indígenas na região perante a ofensiva dos representantes do agronegócio através de ameaças, mentiras, pressão política, econômica e jurídica, contra os estudos antropológicos que visam definir os limites dos tekoha (terras tradicionais) a serem demarcados.


 


Os indígenas reafirmaram, mais uma vez, sua vontade de lutar pacificamente pelos seus direitos de recuperação das terras que foram tiradas deles de forma violenta pelos senhores do capital e do latifúndio e que hoje estão fortemente aliados e enfileirados numa nova estratégia de acumulação de lucro e riqueza que é o agronegócio. Reafirmaram a determinação de “lutar até o final pela terra”, más pacificamente sem responder às agressões dos que hoje se escudam nas mentiras para evitar as demarcações de terra.


 


Na reunião foram definidas as estratégias e considerados os apoios recebidos de representantes de vários setores da sociedade douradense. Entre eles os do Ministério Publico Federal, Comitê Regional de Defesa Popular, Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Conselho Indigenista Missionário, Funai e Sindicato de Trabalhadores da Educação. A Comissão de Direitos Guarani Kaiowa iniciou uma maior articulação com os movimentos sociais com o interesse de fazer a sociedade envolvente conhecer melhor seus legítimos direitos, hoje contemplados na Constituição Federal, nas leis internacionais e legitimados em fatos históricos recentes, inquestionáveis.


 


Unidade


Professores, capitães e lideranças religiosas resolveram trabalhar em função da necessidade de conseguir uma maior unidade entre os Guarani Kaiowa para enfrentar com as palavras, argumentos e o diálogo as atitudes soberbas, prepotentes e violentas dos fazendeiros, donos de usinas e de suas organizações.


 


Manifestaram que sem unidade e luta, as famílias indígenas e suas comunidades não poderão sobreviver e suas terras não vão dar nem para plantar um pé de milho no futuro. Também concordaram em fazer uma luta pacifica, porém ativa, sem lançar ofensas contra ninguém. Querem explicar a toda a sociedade que não foram os Kaiowa Guarani os responsáveis de todos os problemas que começaram com a invasão do território indígena, porém que estão dispostos a ajudar que ela seja compreendida e fundamentalmente resolvida. Disseram também que não vão cair no jogo da guerra, da violência e da poeira da discórdia que os fazendeiros e os representantes do agronegócio colocaram no meio da população não indígena, com a intenção de incriminar ao indígena como se fosse o principal inimigo da sociedade.


 


Fonte: Conselho Indigenista Missionário (CIMI)


Dourados, 29 de agosto de 2008

Fonte: Cimi - MS
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