Povos indígenas do MT bloquearam ponte sobre o rio Juruena
Os Povos Indígenas Enawene Nawe, Rikbaktsa, Cinta larga, Arara, Mynky, Irantxe, Kayabi, Apiaka e Munduruku bloquearam novamente a ponte sobre o rio Juruena que interliga os municípios de Juína e Brasnorte, no estado do Mato Grosso, na rodovia MT 170.
Segue texto na íntegra do Manifesto que eles lançaram ontem, dia 18 de maio, com uma veemente demanda para que as autoridades governamentais contemplem as suas reivindicações.
MANIFESTO DOS POVOS INDIGENAS DO NOROESTE DE MATO GROSSO
Mandamos documentos pra todas as autoridades resolver nossos problemas, mas ninguém resolveu e não atendeu nada, só enrolam, os nossos problemas são:
1) – falta de atendimento e assistência de saúde nas aldeias, nos pólos de saúde e casa de saúde indígenas da região;
2) – também resolver os problemas das PCHs que estão construindo no alto juruena, o juiz já mandou paralisar as obras e até agora não pararam, e nós estamos sendo prejudicados e impactados e não recompensaram os prejuízos causados nas nossas comunidades,
3) – resolver o problema da compensação dos impactos causados pela PCH Juína / Rede Cemat (Cinta-larga);
4) – fazer estudo de impactos ambiental e compensar os Araras e Cinta-Larga sobre os prejuízos da construção da hidrelétrica Dardanelo em Aripuanã que já está em construção,
5) – queremos que as prefeituras aplique 40% dos recursos do ICMS Ecológico diretamente nas aldeias.
Por isso nós queremos que venham aqui atender as nossas reivindicações as autoridades seguintes: presidente da Funasa, empreendedores das empresas de energia citada acima, Sema (secretario), Ibama, Funai (setor de meio ambiente), Ministério Público Federal de Mt e Procurador (advogado) da Funai, Governo do Estado de Mt, Prefeitos de Sapezal, Comodoro, Juina, Aripuana, Juara, Brasnorte e Cotriguaçu.
Hoje é dia 18 de maio de 2008, e se em oito dias não atenderem nossas solicitações nós iremos derrubar e botar fogo nas torres de energia que passa pelo rio juruena e que abastece as cidades.
Povos Indígenas Enawene Nawe, Rikbaktsa, Cinta larga, Arara, Mynky, Irantxe, Kayabi, Apiaka e Munduruku