Informe nº. 815: Invasores matam menina Guajajara de seis anos no Maranhão
No dia 5 de maio, dois homens mataram uma menina de seis anos do povo Guajajara. De moto, eles invadiram a aldeia Anajá, na terra indígena Araribóia, próxima ao município de Arame, no centro-oeste do Maranhão. Os criminosos atiraram contra uma família que estava num centro comunitário, na correria, a menina M.S. levou um tiro na cabeça e morreu na hora.
Segundo os Guajajara, os assassinos, moradores da região, seriam os mesmos que, no início de 2007, assassinaram Timóteo Guajajara. É sempre tensa a relação entre os Guajajara e os moradores de Arame e dos povoados da região. Com medo, muitas famílias indígenas se mudaram para o interior da terra indígena para ficar longe da estrada que limita a terra indígena.
A região de Arame concentra a maioria dos casos de violência contra os povos indígenas no Maranhão. Em 2007 cinco indígenas foram assassinados nesta área. Além disso, a aldeia Cururu foi invadida por comerciantes e moradores da área urbana de Arame. Eles queimaram casas, destruíram parte da aldeia e feriram dois indígenas com tiros.
“Há um preconceito e uma raiva muito forte contra os indígenas, pois a cidade fica rodeada de terras demarcadas. Além disso, a exploração de madeira na região fez aumentar a população dos povoados vizinhos à terra indígena”, explica Rosimeire Diniz, coordenadora do Cimi no Maranhão. Segundo os missionários que atuam na área, é comum pessoas passarem de carro ou moto atirando nos indígenas.
Hoje, a Polícia Federal foi à terra Araribóia coletar informações sobre o crime para abrir o inquérito. Ontem, a menina foi enterrada e não há nenhum clima de comoção
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PF prende arrozeiro de Roraima por tentativa de assassinato de indígenas
No dia 6 de maio, a Polícia Federal prendeu, em flagrante, o arrozeiro Paulo César Quartiero por armazenar explosivos sem autorização, formar uma quadrilha e tentar matar indígenas na terra Raposa Serra do Sol, noroeste de Roraima. Um dia antes (5/5), empregados de Quartiero atiraram e lançaram bombas contra indígenas que construíam barracões, deixando 10 pessoas feridas.
A prisão de Quartiero ocorreu durante a ida do Ministro da Justiça, Tarso Genro, a Roraima para tentar controlar a tensão na região. Na ocasião, foram presos o filho e 10 empregados do arrozeiro. Genro também determinou o deslocamento de 300 policiais para a terra indígena. Quartiero está preso na Carceragem da Polícia Federal, em Brasília, tem foro privilegiado e só prestará depoimento ao Tribunal Regional Federal (TRF1).
Há vários dias os indígenas que vivem
Em 9 de abril deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a suspensão da operação, que só poderá ser retomada depois que o STF deve julgar o mérito de uma Ação Popular que pede a nulidade da Portaria n. 534, de abril de 2005, que declarou a área como terra indígena. Esta Ação deve ser julgada até o fim de maio.
Brasília, 8 de maio de 2008.
Cimi – Conselho Indigenista Missionário