07/05/2008

Dom Erwin fala sobre ameaças de morte que vem recebendo


O presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e bispo da Prelazia do Xingu, Dom Erwin Krautler, falou ontem (6) sobre as ameaças de morte que vem recebendo. Ele participou de audiência pública, na Comissão Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados, em Brasília.


 


O bispo explicou que as ameaças são decorrentes da insatisfação de fazendeiros, madeireiros e políticos do Pará às denúncias que vem fazendo. Ele identifica três causas que podem ser apontadas como principais: sua posição contrária à construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu; a denúncia contra a rede de exploração sexual de meninas no município de Altamira (PA); e a pressão que ele vem fazendo para que se aprofundem as investigações do assassinato da missionária Dorothy Stang, morta em 2005.


 


“Nós exigimos justiça aos responsáveis pela morte de Irmã Dorothy na forma da lei”, declarou o bispo. Porém, ainda tarde de ontem, o acusado de ser o mandante da morte de Dorothy, o fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura (o Bida) e condenado em um primeiro julgamento, foi absolvido. No mesmo julgamento, que durou dois dias, Rayfran das Neves Sales, acusado de ser o autor dos disparos, foi condenado a 28 anos de prisão em regime fechado.


 


Ainda participaram da audiência pública na Câmara Dom José Luís Azcona, bispo de Marajó (PA), e Dom Flávio Giovenale, bispo de Abaetetuba (PA). Assim com Dom Erwin, eles também têm enfrentado ameaças de morte por denunciarem crimes em suas regiões. Segundo Azcona existe uma lista pública de 300 pessoas marcadas para morrer no estado do Pará. “Em Marajó, há 300 km de água [com acesso ao oceano] que não tem um só barco da Marinha fiscalizando. Por ali passa narcotráfico, tráfico de armas, biopirataria, barcos estrangeiros, prostituição infantil… “, declarou.


 


Os bispos exigiram a responsabilidade das autoridades policiais, do Ministério Público e da Justiça para que investiguem as denúncias e solucionem as graves violações aos direitos humanos e ambientais no estado do Pará.

Fonte: Cimi
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