08/03/2008

Guianenses acusados de destruir casas de indígenas

Pacaraima (RR) – Seis casas de indígenas foram destruídas nesta madrugada, 08/03, na comunidade de Mutum, no interior da terra indígena Raposa Serra do Sol, na fronteira com a Guiana, em Roraima . A denúncia foi feita pelo Conselho Indígena de Roraima – CIR, que enviou para o local 20 participantes de uma assembléia desde a última quarta-feira na comunidade de Surumu, distante 200 quilômetros de Boa Vista, a capital do Estado.


 


Segundo os indígenas, na madrugada de segunda-feira, 03/03, outras três casas haviam sido destruídas. Na ação de hoje, os indígenas conseguiram  deter dois   homens que participaram da destruição. Eles são de origem guianense e teriam dito que trabalham para um garimpeiro de nome Pedro Gaúcho. A comunidade de Mutum fica localizada ns fronteira com a Guiana e, durante muitos anos, foi ponto de atração de garimpeiros que agiam ilegalmente na terra indígena Raposa Serra do Sol.


 


Os indígenas não souberam informar se haviam pessoas feridas. Os líderes do CIR  nas primeiras horas de hoje enviaram 20 participantes de uma assembléia para o local da destruição das casas a fim de levantar os danos e conduzir os acusados até o distrito policial mais próximo.


 


Na comunidade de Surumu acontece a 37ª Assembléia dos Povos Indígenas  de Roraima onde se discutem vários assuntos, entre eles a desintrusão – retirada de moradores não-indígenas-,  e vigilância da terra indígena Raposa Serra do Sol. A terra foi homologada pelo presidente Lula em abril de 2005 e, no prazo de um ano, todos os ocupantes não-indígenas deveriam ser retirados. Próximo de completar três anos do prazo, alguns posseiros permanecem no local e resistem em sair apoiados por políticos e grandes rizicultores.


 


A desintrusão vem sendo anunciada pelas autoridades, porém tem sido protelada. Os indígenas aguardam por essa providência e nela depositam esperança para cessar os conflitos.


 

Fonte: J. Rosha - Cimi Regional Norte I
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