Nota sobre a decisão do STF e o estado de saúde de Dom Luiz
Hoje (19), pouco depois de tomar conhecimento do resultado do julgamento pelo STF de ações contra a transposição de águas do Rio São Francisco, Dom Luiz Cappio externou que não estava bem e sentia “um desalento muito grande”. Em seguida, por volta das 14 hs, deixou a reunião em que esta nota era preparada e, ao se dirigir para seu quarto na Capela de São Francisco teve um desmaio.
De fato, ele alimentava esperanças de que a Justiça prevalecesse finalmente. Classificou o Supremo Tribunal Federal como “o último refúgio da cidadania”, lamentando que também este tenha se curvado à pressão dos fortes. Comentou que se repetia o mesmo acontecido no ano passado: uma decisão tão importante como essa, sobre o maior, mais caro, polêmico e conflitivo projeto do Brasil atual, foi tomada no último dia do ano de exercício do Judiciário, com ausência de membros e num comportamento que não considerou o mérito das inúmeras questões sociais, econômicas e ambientais levantadas, antes fez vista grossa ao oceano de ilegalidades cometidas, apegado a formalidades vazias. Tudo apenas para justificar uma obra falaciosa da qual, se for concretizada, o País futuramente irá se arrepender.
D. Luiz voltou à consciência, mas era mais lenta que o esperado a recuperação do seu quadro geral. Diante disso e do risco de possíveis seqüelas, seu médio Dr. Frei Klaus Finkam, em consonância com seus familiares e representantes dos movimentos sociais, decidiu removê-lo para o hospital. E às 18,40 hs, após ter recebido aplicação de soro por via indovenosa, ele foi levado em ambulância para o Hospital Memorial, em Petrolina-PE. As últimas notícias são de que ele passa bem, sem riscos maiores de vida.
Não é verdade que ele tenha encerrado seu jejum. Sobre isso ele mesmo vai dizer, quando tiver recuperado suficientes forças.
Enquanto isso, por seu lado, o Governo Federal, sobre o respaldo que lhe deu o STF, comunicou que estão fechadas as negociações que mal haviam se iniciado.
Sobradinho-BA / Petrolina-PE, 19 de dezembro de 2007