14/12/2007

CNBB propõe jejum em solidariedade a frei Cappio e em defesa do São Francisco

O Conselho Episcopal de Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), composto pela presidência da CNBB e pelos presidentes das comissões episcopais pastorais, divulgou quarta-feira (12) uma nota de solidariedade ao frei Dom Luiz Cappio, bispo de Barra (BA), que completa hoje 18 dias de jejum contra a transposição do Rio São Francisco. Na nota foi feito o convite a todas “as pessoas de boa vontade a se unirem em jejum e oração a Dom Luiz Cappio, por sua vida, sua saúde e em solidariedade à causa por ele defendida”.


 


Entidades como Cáritas Brasileira, Via Campesina, Comissão Pastoral da Terra, Pastorais Sociais e partidos políticos, atendendo ao chamado da CNBB, definiram o dia 17 de dezembro, 2ª feira, como Dia Nacional de Vigília e Jejum Solidário. O ato será realizado em todas as capitais do país, além das principais cidades brasileiras, com milhares de pessoas em jejum. “Esse ato vem justamente para mostrar o que é democracia, qual é a verdadeira vontade popular. Não é apenas um ato de solidariedade ao frei, mas um ato de repulsa e protesto em relação à forma como o governo vem tratando não apenas o projeto de transposição, mas tantos outros que terão impactos ambientais e sociais negativos”, avaliou Luiz Cláudio Mandela, assessor nacional da Cáritas Brasileira.


 


Desde o começo do jejum de Dom Cappio (27/11), diversas pessoas aderiram a períodos de jejuns solidários, organizaram atos e manifestaram seu apoio por meio de mensagens e cartas à presidência da República.


 


Nota do Consep – O documento ressalta o gesto profético de Dom Luiz e explicita o embate entre dois modelos opostos de desenvolvimento: “de um lado, o modelo participativo e sustentável, que valoriza a agricultura familiar e a preservação da natureza; e de outro, o que privilegia o agro e hidronegócio, com sérios prejuízos ambientais e sociais, pois explora o povo e destrói os rios e as florestas”.


 


A nota reafirma a posição da CNBB sobre a necessidade de ampliar o diálogo sobre o projeto de transposição das águas do Rio São Francisco. “O governo democrático tem a responsabilidade de interpretar as aspirações da sociedade civil, em vista do bem comum, de oferecer aos cidadãos a possibilidade efetiva de participar nas decisões, de acatar e de respeitar as determinações judiciais, em clima pacífico”, referindo-se às liminares concedidas pela Justiça Federal, no começo desta semana, para a paralisação imediata das obras.


 


Para o Conselho da CNBB, o governo deveria considerar outras propostas alternativas, que beneficiariam o triplo de pessoas pela metade do custo do projeto de transposição, respeitando o meio-ambiente e a população envolvida. Destaque para as 530 obras apresentadas pela Agência Nacional de Águas (Atlas do Nordeste), e as ações desenvolvidas pela Articulação do Semi-Árido, com a construção de um milhão de cisternas para captação da água de chuva.


 


Contatos para entrevista:


Luiz Cláudio Mandela (Cáritas): 61. 8134.7190


Marina dos Santos (MST): 61. 8464.6176


Alexandre Gonçalves (CPT): (38) 9193.3693


Silvano Silvero da Silva (Pastoral da Juventude): (61) 2103.8341


 


Assessoria de Comunicação:


Renina Valejo (Cáritas) – 61. 3214.5422 e 8186.6789.


Maria Mello (MST) – 61. 8464.6176


Marcy Picanço (Cimi) – (61) 2106.1650/ 9979.7059


Cristiane Passos – CPT: (62) 8111.2890


Clarice Maia – Articulação São Francisco Vivo: (71) 9236.9841


 


Contatos em Sobradinho:


Ruben Siqueira – Comissão Pastoral da Terra: (71) 92086548


Alzení Thomaz – Conselho Pastoral dos Pescadores (75) 9136102


Maria Oberhofer – IRPAA: (74) 91156977


 

Fonte: CNBB
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