OAB-PA dará Prêmio de direitos humanos a cacique de Santarém
O indígena Odair José Borari, cacique da Aldeia de Novo Lugar, em Santarém, oeste do Pará, será agraciado na próxima segunda-feira (10) com o prêmio José Carlos Castro de Direitos Humanos, oferecido pela Secional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Pará. A freira norte-americana Dorothy Stang, assassinada por madeireiros em Anapu, o padre Edilberto Sena e o bispo do Xingu dom Erwin Krautler já receberam a premiação. Os vencedores têm em comum a luta em defesa do meio ambiente e em favor da reforma agrária. O prêmio é entregue tradicionalmente no dia 10 de dezembro, aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Odair Borari foi reconhecido por seu trabalho em defesa de uma área habitada por comunidades indígenas na gleba Nova Olinda, área de 206 mil hectares onde vivem 14 comunidades de ribeirinhos e três comunidades indígenas ainda não reconhecidas pelo Governo Federal. Seus habitantes vivem exclusivamente de caça, pesca e agroextrativismo. A gleba pertence ao Estado, mas os grileiros e madeireiros agem como se fossem os verdadeiros proprietários.
Devido às constantes ameaças de morte, tendo sofrido dois atentados em 2007, o cacique foi integrado no dia 10 de setembro ao Programa Estadual de Proteção para Defensores dos Direitos Humanos (PPDDH). A escolha do cacique para receber o prêmio da OAB-PA foi de uma comissão julgadora composta pela presidente da entidade, Ângela Serra Sales, dirigentes da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PA e conselheiros, além de representantes da Comissão Pastoral da Terra, Igreja Católica e Ministério Público Federal.