10/12/2007

Em Rondônia, trabalhadores marcham contra a privatização do Rio Madeira

No dia do leilão da UHE Santo Antônio, a primeira hidrelétrica do Complexo Rio Madeira, cerca de mil integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Via Campesina, entidades urbanas e da Bolívia fazem uma grande marcha pelas ruas de Porto Velho. O protesto é contra a venda da concessão do aproveitamento energético da hidrelétrica que acontece hoje na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a portas fechadas.


 


A marcha vai seguir pela Avenida Carlos Gomes, passando pelo Palácio do Governo, e vai até a praça Jonas das Pedrosas, na Avenida 7 de setembro, centro comercial de Porto Velho, onde acontece um grande ato político. Atos como este acontecem em vários estados do país. Em Brasília, cerca de 300 integrantes da Via Campesina ocuparam a ANEEL para impedir a realização do leilão.


 


Os manifestantes estão concentrados na Igreja Nossa Senhora das Graças, onde cerca de 100 militantes da Via Campesina fizeram um estudo sobre o modelo energético brasileiro e os impactos das grandes hidrelétricas nos últimos dois dias. Ontem, estes militantes saíram nas ruas para conversar com a população. “O povo estava alheio ao debate da energia. Agora, estamos percebendo a adesão e a solidariedade dos trabalhadores e trabalhadoras contra a privatização dos rios” afirmou Josivaldo Oliveira, da Coordenação Nacional do MAB.


 


Na disputa pela hidrelétrica de Santo Antônio, estão três consórcios formados por corporações transnacionais, como Votorantim, Suez Energy e Endesa. Segundo cálculos do movimento, baseado no preço da energia no mercado internacional, os donos das barragens de Santo Antônio e Jirau vão faturar em média R$  525.000 mil por hora, com a venda da energia proveniente dessas barragens. O movimento calcula ainda que mais de 10 mil famílias sejam atingidas pelo conjunto das obras do Complexo.


 


Para impedir que o Rio Madeira seja vendido e a Amazônia saqueada, o Movimento dos Atingidos por Barragens, em parceria com várias entidades e movimentos sociais, lança a campanha “levante contra a venda do Rio Madeira. Em defesa das comunidades atingidas e da Amazônia”. Materiais como cartazes, folders e panfletos foram feitos para servir de subsídio no debate com a sociedade. Mais informações no site: www.mabnacional.org.br


 


Entenda o que é o Complexo Rio Madeira


 






















O que é o “Complexo do Rio Madeira”


O plano prevê a construção das hidrelétricas de Santo Antônio, Jirau, Guajará e Cachoera Esperança; a construção de eclusas, hidrovias e de uma grande linha de transmissão de energia que vai de Porto Velho até São Paulo.


Os custos totais do Complexo do Rio Madeira


Estima-se que seja necessário R$  43 bilhões. Somente as duas hidrelétricas (Santo Antônio e Jirau) mais as eclusas custarão R$  28 bilhões.


Rondônia possui uma população em torno de 1,5 milhões de pessoas. Só os R$  28 bilhões destinados a construção das duas hidrelétricas equivalem a um investimento de R$  18.500,00 por habitante de Rondônia.


Área inundada


Serão inundados mais de 500 quilômetros quadrados de terras (mais de 50 mil hectares)


Número de atingidos


As hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau vão afetar mais de 50 povoados (comunidades) e atingirão de forma direta cerca de 5.000 famílias.


Capacidade de geração de energia


Somente as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau terão uma potência de 6.500 MWh. Algo em torno de 4.000 MWh médios de energia firme.


Faturamento com a venda da energia gerada nas duas primeiras hidrelétricas


Os donos das barragens vão faturar em média:


· Por Hora: mais de 500 mil reais


· Por dia: mais de 8,5 milhões de reais


· Por ano: mais de 03 bilhões de reais.


 


Informações à imprensa:


 


Josivaldo – (69) 9218 6755


Sílvia – (61) 8114-0434


Setor de Comunicação
Movimento dos Atingidos por Barragens
fone/fax: (61) 3386-1938
www.mabnacional.org.br


 

Fonte: MAB
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