13/08/2007

Quilombolas do Espírito Santo são expulsos novamente de sua terra por ação da Aracruz Celulose


No 20º dia de retomada das terras quilombolas em Linharinho, o Batalhão de Missões Especiais efetivou a ação de despejo das famílias quilombolas lá acampadas. Já no terceiro dia a Aracruz Celulose conseguiu uma liminar de reintegração de posse expedida por juiz de São Mateus, rejeitada pelos quilombolas, criticada pelos apoiadores e questionada por advogados.


 


Desde o dia 23 de julho, a medida que os quilombolas iam cortando o eucalipto, plantios de mata atlântica, sementes de milho, feijão, abóbora, côco, banana iam ganhando espaço na terra identificada como quilombola. Também casas de estuque estavam sendo construídas com a contribuição de outras comunidades quilombolas do Sapê do Norte.


 


Apesar de Linharinho ter tido o direito reconhecido na Portaria publicada no Diário Oficial da União por 9.542,47  hectares de terra , a Aracruz Celulose contou com todo apoio da Polícia de Paulo Hartung para fazer valer liminar de posse. No dia 11 de agosto, sábado, pela manhã mais de 100 policiais fortemente armados e protegidos com colete a prova de balas estiveram no local para fazer o despejo. Rejeitando novamente a liminar, os quilombolas se negaram a assinar o documento expedido por juiz substituto da Vara federal de São Mateus, Leonardo Marques Lessa, e evitaram o enfrentamento físico ao Batalhão. A polícia junto com  homens da Aracruz Celulose desfizeram as construções e apreenderam todos os materiais e pertences dos quilombolas que estavam na área.


 

Os quilombolas afirmam: “não desistiremos de lutar por nossos direitos!”   

Fonte: Rede Alerta Contra o Deserto Verde
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