Transposição: Manifestantes desocupam fazenda e permanecem na região
Com a presença de policiais fortemente armados foi desfeito hoje (04) acampamento na fazenda ocupada há mais de uma semana, na área inicial do eixo norte do projeto de transposição do rio São Francisco, em Cabrobó (PE). Os manifestantes marcharam por 13 quilômetros e se instalaram em um assentamento. Foi decidida a permanência na região e a continuidade de ações.
Os agentes da policia federal, reforçados pelo batalhão de choque da polícia militar chegaram ao local no início da manhã. Eles estavam acompanhados por um agente da Funai e pelo oficial de justiça. De uma só vez aconteceram a intimação, o despejo e a reintegração da área. Os trabalhadores negociaram a saída pacífica, no sentido de evitar conflitos, dessa forma foi dado um tempo para a organização da retirada.
O grupo seguiu em marcha por cerca de 13 quilômetros até o assentamento Jibóia, de trabalhadores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que dista cerca de dois quilômetros da sede de Cabrobó (PE).
As organizações sociais, movimentos populares, povos e comunidades tradicionais decidiram permanecer na área. Eles avaliam de forma positiva o resultado da ocupação e afirmam que possíveis ações a serem desencadeadas terão o mesmo objetivo, o de barrar as obras do projeto de transposição até que este seja arquivado definitivamente.
Continua ainda a luta pela demarcação do território, com a retomada das terras pelo povo indígena Truká. Segundo informações da assessoria de comunicação do Cimi, hoje pela manhã, a liderança Edilene Truká se reuniu com o presidente da Funai e representantes do Cimi, Coiab e do CTI, além de entidades do Fórum de Defesa dos Direitos Indígenas. Foi evidenciada a negligência da Funai no sentido da demarcação do território daquele povo.