Indígenas da Raposa Serra do Sol preparam protestos contra arrozeiros
O Conselho Indígena de Roraima anunciou que pretende fechar as rodovias de acesso à terra indígena Raposa Serra do Sol com o objetivo de pressionar o governo federal a proceder a imediata retirada dos arrozeiros que insistem em permanecer na área demarcada há dois anos.
O vice-coordenador do Conselho Indígena de Roraima, Terêncio Wapichana, informa que em assembléia geral as comunidades indígenas da Raposa Serra do Sol decidiram fechar a rodovia na entrada do Surumu e também retomar fazendas e aumentar a vigilância para impedir a entrada de não-índios.
A assembléia dos coordenadores regionais do CIR se manifestou em relação à Liminar do Supremo Tribunal Federal concedida aos rizicultores para que permaneçam na área até o julgamento final da Reclamações 3331 e 3813, respectivamente propostas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela União contra decisão da Justiça Federal do Estado de Roraima. (ver documento abaixo)
Uma comissão do Conselho Indígena, liderada pelo coordenador Dionito Macuxi, mais a advogada Joênia Wapichana e o coordenador de saúde, Clóvis Ambrósio, está em Brasília desde quarta-feira,9/5, para cobrar do governo federal a indenização e retirada de todos os ocupantes não índios da Raposa Serra do Sol.
A comissão vai se reunir com representantes da Casa Civil da Presidência da República, Advocacia Geral da União, Funai e Ministério Público Federal.
A terra Raposa Serra do Sol foi demarcada e homologada pelo presidente Lula 15 de abril de 2005. No decreto presidencial ficou definido o prazo de uma para a retirada dos invasores.
Passados dois anos da demarcação e homologação, a área continua invadida por cerca de sessenta famílias de pequenos produtores, mais sete ‘latifundiários’ que cultivam arroz irrigado dentro do território macuxi, wapichana, ingarikó e taurepang.