Resposta da Funasa sobre denúncias de morte de duas crianças do povo Pirahã (Amazonas)
Sobre denúncias feitas pelo coordenador-geral da Organização dos Povos Indígenas Tora, Tenharim, Mura e Parintintin (Opittamp), Elton Rodrigues Paes, e publicadas pelo site do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), no último dia
1. No começo deste mês, enviou para o município de Manicoré, região do Rio Maici, mais uma equipe de saúde, formada por um enfermeiro, três técnicos de enfermagem e dois técnicos laboratoriais a fim de diagnosticar o quadro da região e reforçar o atendimento por 20 dias. A saída da equipe será feita apenas com a chegada de outra ao local;
2. Agora, o município de Manicoré tem três equipes de saúde atendendo simultaneamente em diferentes localidades (Bora do Javari, Ponta Natal e rio Maici);
3. Ainda no começo do mês, a Funasa enviou para a região medicamentos e alimentos para atender as comunidades. Além disso, mandou um motor para lancha de ferro e enviará outro nos próximos dias. A medida vai aumentar a eficácia no transporte de equipes de saúde e indígenas;
4. É importante lembrar que a mais recente remessa de medicamentos para a farmácia básica dos indígenas Guajajara foi entregue no dia 27 de outubro e não há, portanto, falta de medicamentos no momento;
5. Em relação ao convênio com a Coaib (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), a Funasa informa que o mesmo não foi renovado por não ter atendido satisfatoriamente à parceria. Entretanto, novo convênio já foi firmado com a organização Saúde Sem Fronteira e os problemas da parceria anterior já estão sendo sanados.
Atenciosamente,
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Nota da assessoria de comunicação do Cimi
A iniciativa da Funasa chega um pouco tarde às comunidades do rio Maici, no município de Humaitá (AM), onde duas crianças morreram no início janeiro. Se a equipe estivesse no local desde as primeiras reclamações feitas pelo indígenas – como afirma a nota divulgada pela Assessoria de Imprensa da Funasa-, estes e outros problemas poderiam ter sido evitados.
Em meados de maio do ano passado os indígenas daquela região souberam que a Coiab não quis mais renovar o convênio e que a nova conveniada seria a organização Saúde Sem Fronteiras. No entanto, até a presente data a referida ONG não apresentou sua proposta de atendimento aos indígenas de Manicoré e Humaitá.
Se as equipes deslocadas para a área não prestarem um atendimento eficiente, o problema poderá aumentar ainda mais, pois há muitos indígenas acometidos de malária e com suspeita de tuberculose. Esse é o maior temor da Organização dos Povos Indígenas Tora, Tenharim, Apurinã, Mura e Parintitim – Opittamp.