Indígenas Apolima Arara ocupam sede do Ibama no Acre
Desde o dia 18 de novembro, indígenas Apolima-Arara tentaram, sem êxito, uma solução para o conflito existente na Terra Indígena do Arara do Amônia, em Marechal Thaumaturgo, causado por autorizações emitidas pelo Ibama para retirada de madeira e construção de casas para os não-índios, ocupantes da terra indígena.
A construção das casas é fruto de um convênio entre o Ibama e o Incra, que fizeram o convênio sabendo tratar-se de terra indígena, mas sem que tenham considerado o laudo de identificação da Funai.
Ontem à tarde, o superintendente do Ibama declarou que não impediria a retirada de madeira e chegou a pedir para os índios esperarem mais um mês acampados na sede da Organizações dos povos indígenas do Rio Juruá. A partir daí, a situação chegou ao limite e, hoje (15/12) pela manhã, os índios ocuparam a sede do Ibama em Cruzeiro do Sul.
Os índios dizem que vão esperar lá até que tenham uma solução definitiva para o impasse. Afirmam que qualquer coisa que aconteça será de responsabilidade do Ibama e do Incra.
Lamentamos profundamente que a situação tenha chegado a esse ponto e já não temos mais o que fazer, infelizmente. A omissão e o não cumprimento de acordos, por parte das autoridades, não nos permite mais acreditar que resolverão o problema.
Só podemos rezar e torcer para que o conflito não piore ainda mais.
Lindomar Padilha
Cimi – Regional Amazônia Ocidental – Equipe Cruzeiro do Sul (AC)