14/12/2006

Aracruz Celulose provoca mais uma vez agressões e violência

Termina a ocupação do porto; índios vão a Brasília para audiência com
Ministro da Justiça
Depois da chegada de um diretor da empresa Aracruz Celulose, os mais de 1000 trabalhadores da empresa e seus terceirizados, incentivados para tirar a força os índios Tupinikim e Guarani do Portocel, deixaram o local por volta das 17 horas. A situação ficou tensa hoje, várias pessoas foram agredidas por trabalhadores e por pouco não houve um conflito maior. No alto-falante os líderes dos trabalhadores ameaçaram voltar amanhã. No final da tarde, por volta das 19 horas, depois de uma reunião com representantes da FUNAI, os índios aceitaram a proposta de uma audiência em Brasília na próxima segunda-feira com o Ministro da Justiça Márcio Thomas Bastos, e deixaram voluntariamente a área do porto.

O principal responsável pelas agressões praticadas hoje, inclusive contra um deputado estadual, Cláudio Vereza, portador de deficiência e defensor dos direitos humanos, é a própria Aracruz Celulose. É inadmissível que a empresa libere seus trabalhadores para, conforme afirmou o líder sindical Davi Gomes, retirar os índios do local, já que as polícias militar e federal não estavam fazendo isso. Responsável também é o Estado brasileiro que ficou omisso perante as agressões contra índios e apoiadores, tendo apenas alguns
poucos policiais presentes no local. Enquanto isso, o Ministro da Justiça não se pronunciou em nenhum momento sobre a emissão da portaria de demarcação das terras Tupinikim/Guarani.

Esta tarde, cerca de 60 estudantes, mobilizados pela DCE e Brigada Indígena ocuparam por algum tempo o Palácio do governo do estado do Espírito Santo, se solidarizando com os Tupinikim e Guarani e exigindo que o Estado do Espírito Santo se posicione publicamente para garantir a segurança dos indígenas e militantes no local.

Também houve uma manifestação no consulado do Brasil em Nova Yorque, e entidades em Alemanha e Noruega entregaram uma petição em apoio à demarcação das Terras Tupinikim e Guarani nas embaixadas do Brasil nesses países.

Fonte: Rede Alerta contra o Deserto Verde/ES
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