07/11/2006

Caso Cañas: jurados ouvem testemunhas nesta terça-feira

Começará com o interrogatório das testemunhas o segundo dia do julgamento do segundo réu acusado de participar da morte do missionário do Cimi, Vicente Cañas Costa. Estão arroladas 5 testemunhas de acusação, outras 5 de defesa e uma testemunha convocada pelo juiz.


 


O julgamento está marcado para recomeçar às 9 da manhã (10h no horário de Brasília), no auditório da Justiça Federal de Cuiabá, MT. Os trabalhos são coordenados pelo Juiz Federal Jéferson Schneider. O caso foi federalizado a pedido da acusação, pelo fato de que Vicente Cañas trabalhava, na época de sua morte, para a Fundação Nacional do Índio (Funai), no GT de identificação da terra Enawenê-Nawê.


 


Na entrada do prédio da Justiça Federal, segue montado um espaço com cartazes pedindo justiça, além de quadros com fotografias de Vicente Cañas, velas e de objetos confeccionados por diversos povos indígenas. Segue programada, para a manhã, uma pequena celebração antes do início dos trabalhos do julgamento.


 


Nesta segunda-feira, 6, primeiro dia do julgamento, foi realizado o sorteio dos sete jurados que compõem o júri popular. Depois, aconteceu o interrogatório do réu José Vicente da Silva, seguido pela leitura das partes do processo indicadas pelos advogados. Ao final, foram ouvidas fitas com gravações de depoimentos de dois indígenas do povo Rikbatsa, que foras as primeiras pessoas  que receberam informações sobre possíveis responsáveis pelo assassinato de Cañas. Os indígenas fazem parte do grupo de testemunhas que serão ouvidas na manhã de hoje, ao lado de antropólogos, missionários e do ex-deputado Gilney Vianna.


 


Este é o segundo julgamento relacionado ao caso. O primeiro júri popular ocorreu também em Cuiabá, entre o dia 24 de outubro e a madrugada do dia 29. Os jurados definiram por 5 votos a 2 que houve assassinato, mas inocentaram o réu Ronaldo Antônio Osmar, ex-delegado da cidade de Juína. O procurador Mario Lucio Avelar, do Ministério Público Federal em Cuiabá, responsável pela acusação neste caso, recorreu da sentença ao Tribunal Regional Federal, em Brasília.


 


Vicente Cañas foi assassinado em 1987 porque lutava pela demarcação da terra Enawenê-Nawê e trabalhava pela saúde deste povo, que vive em região que, na época, começava a ser valorizada pela chegada da colonização e da qual era retirada madeira.


 


Priscila D. de Carvalho


Cimi – Assessoria de Comunicação


(61) 2106 1650/ 9979 6912


 

Fonte: Cimi - Assessoria de Comunicação
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