Maninha Xukuru-Kariri faleceu na manhã desta quarta-feira, em Alagoas
O Cimi soube com pesar do falecimento de Maninha Xukuru-Kariri na manhã desta quarta-feira, 11, às 9h30, em Palmeira dos Índios, Alagoas. As informações que temos até o momento são de que a liderança estava com problemas respiratórios, teve uma parada cardíaca e não foi atendida a tempo no hospital daquela cidade. Maninha participou da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo desde as primeiras reuniões para a criação da entidade. Ela foi a primeira mulher a fazer parte da coordenação da Apoinme, e esteve na entidade por 16 anos. Em 2005, ela se afastou da coordenação, mas foi convidada a continuar próxima, assessorando a atuação da Articulação. Maninha foi especialmente homenageada na 6a. Assembléia da Apoinme, em junho de 2005. Lá, Girleno Xocó companheiro de luta durante anos, falou da importância de Maninha para as lutas dos povos do Nordeste e do Leste do país. Contou que ela esteve sempre presente: nas reuniões que duravam dias, nas retomadas de terras, na organização dos povos. “No meio daquele monte de homens, ela dizia: ‘respeito é bom e eu gosto´. E todos nós aprendemos muito com isso”, afirmou Girleno. Maninha esteve entre as 52 brasileiras indicadas pelo Projeto “1000 Mulheres Para o Prêmio Nobel da Paz de 2005”. “A sociedade tenta negar suas origens indígenas. Eles tomaram nossas terras, nossas línguas e nossas crenças. Hoje, nós sabemos quem nós somos, quais são os nossos direitos e a posição que queremos ocupar na história”, disse, ao ser indicada ao prêmio. Lembraremos de Maninha como uma grande mulher lutadora, preocupada com a vida dos povos, engajada em todos os aspectos da luta, atuante na conquista da terra, da educação, da saúde. A morte de Maninha é uma perda irreparável para o movimento indígena e para os movimentos sociais. Cimi – Conselho Indigenista Missionário