Manifesto em solidariedade ao povo Arara da Cachoeira Seca
O Conselho Indigenista Missionário – Cimi, a Prelazia do Xingu e a Comissão Pastoral da Terra – CPT, na ocasião do Encontro em Solidariedade ao Povo Arara de Cachoeira Seca, realizado de 02 a 04 de maio, em Altamira – PA, vêm a publico manifestar apoio à luta do Povo Indígena Arara ou Ugorogmo, da Terra Indígena Cachoeira Seca pela demarcação do seu território tradicional.
O Povo Arara há mais de trinta anos vem sofrendo dizimações e ameaças à sua integridade física e cultural, configurando nos dias atuais a real situação de genocídio. Após anos de massacre o Povo Arara ainda não possui o seu território demarcado e um terço está invadido por pequenos agricultores, fazendeiros, grileiros e madeireiros.
É urgente que o governo brasileiro conclua a demarcação desta terra integralmente e proceda a retirada de todos os ocupantes não-índios garantindo uma vida mais segura ao Povo Arara de Cachoeira Seca.
Não se admite que esta terra tradicional do Povo Arara seja reduzida nos seus limites para que estes ocupantes não-índios continuem vivendo no seu interior. É necessário que o governo brasileiro assegure outras terras para as centenas de famílias de agricultores que devem sair do território indígena, com condições dignas, bem como indenizações das benfeitorias e o ressarcimento pelo dano moral de terem sido colocadas pelo governo numa terra indígena.
A solução para a Terra Indígena Cachoeira Seca demandará um esforço conjunto dos órgãos governamentais, tais como, Ministério da Justiça, Funai, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Incra, Ministério do Meio Ambiente, Ibama e Polícia Federal acompanhado pelo Ministério Público Federal, que devem iniciar desde já ações que coíbam a continuidade das invasões e da exploração ilegal de madeira.
Ao Povo Arara de Cachoeira Seca e aos outros Povos Indígenas que lutam pela regularização de suas terras pedimos que não desanimem e continuem lutando pelos direitos, fazendo com que o governo brasileiro cumpra o que está estabelecido na Constituição Federal e demarque os territórios indígenas. O Cimi, a Prelazia do Xingu e a CPT reiteram o apoio a justa luta pela Terra e pela Paz.
Altamira – Pará, 04 de maio de 2006.
CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO – CIMI
COMISSÃO PASTORAL DA TERRA – CPT
PRELAZIA DO XINGU