28/12/2005

Morte no MS: seguranças acusados pelo assassinato apresentam-se à PF

Os quatro seguranças particulares da Gaspem Segurança Ltda: Austrílio Ferreira, Edimar Alves, Flávio Ribas e João Carlos Gimenes, contratados por fazendeiros de Antônio João e acusados de envolvimento no assassinato de um índio caiuá-guarani,  devem se apresentar hoje na delegacia da Polícia Federal, em Ponta Porã. A delegada Penélope Automar assume a investigação do caso.


Aurelino Arce, proprietário da empresa Gaspem Segurança, sediada em Dourados, os produtores rurais Dácio Queiroz, Pio Queiroz e Pio Silva, prestaram depoimento ontem à PF.


Os seguranças são acusados de envolvimento com o assassinato do indígena Dorvalino Rocha, 39 anos, ocorrido dia 24, em frente a uma fazenda no território de Nhanderu Marangatu. João Carlos Gimenes é apontado como o autor do disparo que matou o índio. Ele teria usado um revólver calibre 38, propriedade da empresa Gaspem.

Segundo testemunhas, eles estavam na viatura da empresa Gaspem Segurança no sábado, véspera de Natal, quando Dorvalino foi morto na MS-384, em frente à entrada da fazenda Fronteira em Antônio João.


A “guerra” em Nhanderu Marangatu, região de fronteira com o Paraguai, começou quando 500 famílias guarani-caiuá foram retirados da área por ordem judicial de suspensão de homologação de território indígena e reintegração de posse aos fazendeiros com propriedades dentro da área demarcada.


Os donos das fazendas Fronteira, Pequiri, Santa Creuza, Ita Brasília e Morro Alto conseguiram na justiça decisões suspendendo temporariamente a homologação da terra indígena e, em seguida, ordem para retirar os índios da terra.


A Gaspem teria sido contratada para disponibilizar equipe de oito seguranças ao preço de R$     400/dia, pelos fazendeiros de Antônio João que disputam com os índios a posse de 9,3 mil hectares da área  reconhecida e homologada pela União como terra indígena.

Fonte: Dourados Agora
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