19/12/2005

Entidades do campo fazem avaliação negativa da questão agrária em 2005

Para o Fórum pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, composto por 45 entidades, o ano de 2005 foi de perdas para os trabalhadores rurais e a reforma agrária. A avaliação está no documento O campo exige mudanças para resolver os problemas do povo, divulgado hoje (19), às 10 horas,  na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em Brasília, Distrito Federal. (Documento em anexo)


 


CPT divulga dados parciais


 


Cresce o número de assassinatos no campo


 


Trinta e sete trabalhadores rurais foram mortos de janeiro a novembro deste ano. O dado foi registrado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Em 2005 ocorreram dois assassinatos a mais do que em igual período de 2004, quando se registrou a morte de 35 pessoas em conflitos no campo.


 


No Pará ocorreu o maior número de assassinatos, 16 dos 37 registrados. O Estado continua sendo o mais violento em números absolutos. Já no Mato Grosso foram registrados 5 assassinatos e em Pernambuco 4.


 


Além da violência física os trabalhadores rurais vêm sofrendo a ação do Congresso e da mídia. No relatório da CPMI da Terra, apresentado pelo dep. Abelardo Lupion, a luta legítima dos sem-terra foi transformada em crime hediondo e ato terrorista. As vítimas da violência (os trabalhadores rurais) passam a ser os responsáveis por ela. E não pára por aí, os sem-terra também não têm trégua da mídia. A Gazeta do Paraná, na edição de 16/12/2005, publicou numa de suas colunas a seguinte nota: “O  Bandidinho  – O Estado do Pará é o que mais reage contra os bandoleiros do MST que invadem, quebram, aniquilam, matam. Aquele estado, entre os vinte e oito jagunços mortos, denominados ‘sem terra’, é responsável por catorze.” Além de qualificar os sem-terra como “bandoleiros”, a nota é um claro incentivo à violência.


 


O ano de 2006 passa para a história da luta no campo, como o ano em que a reforma agrária não deu nenhum passo significativo e em que a esperança dos trabalhadores foi sendo paulatinamente desconstruída pela omissão do governo.


 


Informações: Antônio Canuto ou Maristela Vitória fone 62 4008-6400/6412/6406, assessoria de comunicação da CPT


 


Assessoria de Comunicação


Comissão Pastoral da Terra


Secretaria Nacional – Goiânia, Goiás.


Fone 62 4008-6406 ou 4008-6466


www.cptnacional.org.br


 

Fonte: CPT - Nacional
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