Dom Luiz Flávio Cappio se reúne com movimentos sociais, especialistas e ONGs para debater proposta para o semi-árido
O fim da greve de fome de Dom Frei Luiz Flávio Cappio contra o projeto de transposição do rio São Francisco se deu em função do compromisso assumido pelo Governo de abrir “ampla discussão, participativa, verdadeira e transparente, até que se construa um Plano de Desenvolvimento Sustentável, baseado na convivência com todo o Semi-Árido, para o bem de sua população, priorizando os mais pobres”.
Tomando a iniciativa deste diálogo, D. Luiz convocou movimentos sociais, estudiosos e ONGs para juntos colocarem suas capacidades e conhecimentos a serviço da construção de uma proposta a ser encaminhada ao Governo e ao conjunto da sociedade brasileira. Este encontro, que tem o caráter de uma oficina de trabalho, será o momento de consolidar estes apontamentos.
Os participantes do encontro terão como tarefa central debater e elaborar propostas abordando os seguintes tópicos:
ü Quais as ações necessárias para garantir água ao conjunto das populações do semi-árido, com prioridade aos mais pobres
ü Partindo do pressuposto de que disponibilidade de água, por si só, não gera desenvolvimento, que ações são necessárias para garantir o desenvolvimento do semi-árido de forma inclusiva e sustentável.
Segundo D. Luiz: “Não temos a pretensão de ter respostas acabadas, mas queremos apontar caminhos. O que vai acabar definitivamente com o sofrimento do povo sertanejo e com a usura da indústria da seca é a convivência com o semi-árido. Muitas iniciativas já existem e as ações da ASA são exemplos vivos de que é possível viver com dignidade no nordeste”.
Para Adriano Martins a centralidade dada ao tema da transposição atrapalha um debate mais profundo sobre as possibilidades de desenvolvimento no semi-árido:”Não basta sermos contra a transposição, temos que pensar o semi-árido brasileiro como um todo. Queremos possibilitar um encontro que envolva representantes do conjunto das forças sociais que estão construindo, com seus estudos e suas ações, propostas para o verdadeiro desenvolvimento no semi-árido brasileiro, inclusivo e sustentável”.
As propostas debatidas neste encontro, que terão por base as várias iniciativas e elaborações já existentes, deverão compor um elenco orgânico de ações prioritárias a ser apresentado ao Governo, ao Parlamento e à mídia.
Participarão do encontro representantes das ONGs que compõem a ASA (Articulação do Semi-Árido), movimentos sociais que compõem a Via Campesina (MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens, MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores, entre outros), representantes de comunidades tradicionais e especialistas ligados à temática, como João Suassuna (engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco – PE), João Abner (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Manoel Bonfim Ribeiro (Engenheiro, que já exerceu os cargos de Diretor do DNOCs, da CODEVASF, do CEEIVASF e consultor da Secretaria de Recursos Hídricos do MMA), Paulo Nogueira Batista Jr. (Economista), Henrique Cortez, Roberto Malvezzi, Marco Antônio Teixeira Coelho (USP) e Nancy Mangabeira Unger (UFBA). O Geógrafo e professor Aziz Ab’Saber (USP) estando impossibilitado de vir, enviará sua contribuição.
D. Luiz solicitou uma audiência com o Presidente Lula, que deverá acontecer na tarde do dia 15, quando uma comissão de representantes irão encaminhas as propostas debatidas no encontro.
DATA: 14 e 15 de dezembro de 2005
LOCAL: Colégio das Irmãs Salesianas,
ENDEREÇO: SGAN 911, LOTE C/D Asa Norte, BRASÍLIA
TELEFONE PARA CONTATO: (61) 91216043 com Adriano Martins