Indígena Brasileira participa de encontro de defensoras dos direitos humanos no Sri Lanka
A Consulta terá participação de Hina Jilani, Representante da Secretaria Geral sobre Defensores dos Direitos Humanos da ONU, que vem ao Brasil em 14 de dezembro. Jilani levantou que, em 2002, 70 dos 161 apelos urgentes que ela enviou aos governos eram sobre mulheres defensoras dos direitos humanos ou de suas organizações. Elas se deparam com desafios maiores quando atuam em espaços dominados por homens, são muitas vezes estigmatizadas e às vezes tornam-se vitimas de violações pelo fato de serem mulheres.
Para Edilene Truká, também chamada de Pretinha, as mulheres indígenas que atuam na luta para a defesa de seus territórios sofrem preconceito mais forte do que os homens. “Quando a mulher tem este novo papel na sociedade, ela passa a ser ameaçada, porque fica mais visível. As investidas são mais fortes. Somos vistas como mais fracas e como se fosse mais fácil acabar com a gente”. Ela lembra o exemplo de Lourdes Cirilo, do povo Truká, que liderou as retomadas de terras de seu povo em 1995, foi ameaçada diversas vezes e teve que sair de sua terra. Hoje, ela vive fora da Ilha de Assunção, território Truká. Também em Pernambuco, Zenilda Xukuru é freqüentemente ameaçada por sua atuação na luta de seu povo.
Pretinha vai aproveitar a oportunidade de contato com relatores da ONU para novas denúncias contra o governo Brasileiro, que “ainda não fez nada para a punição dos assassinos de Dena e Jorge”. Os dois indígenas Truká foram assassinados por policiais militares de Pernambuco, dentro da terra indígena deste povo, em julho de 2005. Logo depois, Pretinha Truká esteve na ONU em Genebra e denunciou o estado brasileiro pela morte dos índios e pela forma obscura como o inquérito estava sendo conduzido pela polícia.