26/10/2005

Vivemos uma crise política e ideológica grave no país

Esse foi o debate que aconteceu nesta manhã de quarta-feira (26) no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, na abertura dos trabalhos da Assembléia Popular: Mutirão por um novo Brasil. Os três expositores: Dom Demétrio Valentini, presidente da Cáritas Brasileira; a economista Sandra Quintela, da Rede Jubileu Sul/Brasil; e João Pedro Stédile, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), alertaram para a grave crise política, ideológica e econômica que vive o país e traçaram os desafios desta Assembléia para mudar esse quadro.


 


Dom Demétrio Valentini questionou “que democracia é essa que se preocupa em pagar a dívida externa e privatizar os serviços públicos, e esquece de políticas públicas para o povo”. O bispo acredita que a Assembléia é um momento importante para compreender a realidade e fortalecer os movimentos sociais.


 


A economista Sandra Quintela espera que essa Assembléia seja um momento do povo avançar no processo político democrático. Ela defende “a autonomia dos movimentos populares em relação aos partidos políticos, para que o povo não se torne massa de manobra de interesses econômicos”. No seu discurso ela relembrou das iniciativas populares que avançaram no processo democrático como os tribunais éticos, o plebiscito popular sobre dívida externa, no qual participaram mais de 6 milhões de pessoas; e a campanha contra o Acordo de Livre Comércio das Américas (Alca).


 


João Pedro Stédile aproveitou para traçar um histórico dos modelos econômicos adotados até hoje no país. “Da década de 90 até hoje quem governa e define os rumos do país é o capital estrangeiro”, lembra. Ele listou quem tem poder e dirige o país: primeiro, o G7 (grupo dos países mais ricos do mundo), seguidos do presidente dos EUA, George Bush; o Fundo Monetário Internacional; o presidente do Banco Central e por último o presidente Lula.


 


O líder do MST não poupou duras críticas ao governo brasileiro. “Em três anos o governo cometeu graves erros: adotou uma política neoliberal, fez alianças com partidos conservadores e foi iludido pela imprensa burguesa”, dispara. Para ele, a Assembléia terá como desafios ajudar a estimular e retomar as lutas sociais, formar novos quadros de militantes, elevar o nível de consciência política do povo, e, acima de tudo, construir um movimento social a partir dos jovens das grandes periferias do país.


 


A discussão continua pela tarde em grupos de trabalho temáticos: valores, gênero e etnia; sistema político; soberania e relações internacionais; trabalho; cidades; campo; economia; comunicação; educação e cultura; e saúde. Às 17h, na Tribuna de Honra do Ginásio Nilson Nelson, D. Luiz Cappio fala sobre transposição em entrevista coletiva. Para as 18h está prevista manifestação até a Esplanada dos Ministérios.


 


Contatos da assessoria de imprensa:


Sala de imprensa: (61) 3326.1317 e fax: (61) 3326.1292


Priscila (61) 9979 6912 e 2106 1650 – [email protected]


Renina Valejo (61) 8424 0145 e 3325 4174 – [email protected]


Cida Lima (61) 9989 6509 e 3325 4174 – [email protected]


Maria (61) 8464 6176 e 3322 5035 – [email protected]


 

Fonte: Assembléia Popular
Share this: