04/04/2005

A morte do Papa e dos Guarani, por Egon D. Heck

“Santo Padre…


Leve nossa voz


Para que nossa esperança


Encontre repercussão no mundo”.


Falava Marçal Tupã’y Guarani,


Olhando nos olhos compassivos


De João Paulo II,


Naquela noite tropical de Manaus,


De um julho inesquecível de 1980.


Seis tiros assassinos tiraram


A vida de Marçal, três anos depois


Na Terra Indígena Ñande Ru Marangatu,


Recentemente homologada.


 


Muitas luas se passaram,


O sofrimento do povo Guarani


Foi aumentando,


Os guerreiros, mulheres e crianças


Partiram para retomada de suas terras!


Foram duramente reprimidos,


Muitos morreram,


Freqüentemente foram expulsos,


Mas não desistiram da mãe terra!


 


A fome cresceu,


As doenças se multiplicaram,


O futuro fugiu do horizonte


Muitos jovens tiraram-se a vida


Muitas crianças não suportaram


E a morte tornou-se companheira,


No sofrido caminhar desse povo!


 


O mundo se comoveu,


Tupã armou de esperança


Seu povo,


Preparando um grande encontro,


Dos guerreiros e das crianças inocentes


Com a santidade serena


De João Paulo II,


No grande abraço desta


E da outra vida!


 


Campo Grande, 3 de abril de 2005.


 


Egon D. Heck


 

Fonte: Cimi - Regional Mato Grosso do Sul
Share this: