27/09/2004

Uma história de genocídio


Ao longo de todos estes séculos, a população americana assistiu ao extermínio dos povos indígenas. Estima-se que por volta de 1500 havia 80 milhões de habitantes indígenas falando 2 mil línguas diferentes. Desta população original, cerca de 70 milhões foram dizimados nos primeiros cem anos de colonização européia, a partir dos dados levantados pelo pesquisador Tzevetan Todorov. Caracterizou-se, desta forma, o maior genocídio da história onde foram utilizadas algumas táticas ainda comuns nos dias de hoje: epidemias, fome, deslocamentos, confinamentos, guerras e trabalhos forçados. O exemplo do México é emblemático: de 25 milhões de índios, a população caiu para 1 milhão e 250 mil pessoas. Dos 9 milhões de indígenas que habitavam o império Inca (Peru, Equador, Bolívia e Norte do Chile), 6 milhões e 400 mil foram dizimados num período de cem anos.


 


O extermínio dos povos indígenas revela uma violência de aspecto silencioso. Estigmatizados como selvagens, os índios são assassinados, explorados, enganados e perseguidos. É uma violência que esconde o preconceito de um país que não assume sua plurietnicidade e não aceita que as pessoas possam viver com costumes e culturas diferenciados dentro do mesmo país. O Estado Brasileiro resiste em pagar a dívida histórica com sua população originária, devolvendo seus territórios roubados. O argumento mais forte para reforçar esta discriminação é a afirmação de que no Brasil há “muita terra para pouco índio” chavão que omite as extremas desigualdades sociais no campo.

Fonte: Cimi
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