Condenado assassino de Monsenhor Romero
O primeiro envolvido com a morte do monsenhor Oscar Romero, ex-arcebispo de San Salvador, foi a juízo este final de semana em Fresno, Califórnia. O juiz federal Oliver Wagner, da Corte Superior da cidade estadunidense, condenou o militar Álvaro Saravia por participar da conspiração para o assassinato do monsenhor Romero em março de 1980, quando El Salvador vivia em guerra civil e forte repressão do Estado.
Saravia deve pagar 10 milhões de dólares por integrar o grupo que planejou a eliminação do líder religioso. No entanto, o autor do disparo que vitimou Romero e outros culpados pelo crime continuam livres. “Demandamos que o Procurador Geral da República cumpra com seu dever constitucional e abra a investigação do caso do Monsenhor Romero em El Salvador”, reclama o Movimento Cidadão pela Vida com Justiça Social.
A organização salvadorenha de direitos humanos pede ao presidente Elías Antonio Saca que aproveite o movimento iniciado pela justiça estadunidense para promover a reparação dos crimes ocorridos durante os anos de violência. “Ainda gozam de impunidade os responsáveis por milhares de assassinatos e desaparecimentos forçadas cometidas pelos Esquadrões da Morte, criados por Roberto Daubuisson nos anos oitenta”. Daubuisson também é fundador do partido que atualmente governa o país, o ARENA.
No entanto, Saca atua como principal dirigente do partido oficial ARENA, há quinze anos no poder, comprometendo a resolução de casos como o do monsenhor Romero. “As autoridades neste país não tomam nenhum tipo de medida para garantir que se conheça a verdade sobre estes crimes e se puna os responsáveis já que o esclarecimento destes fatos é vital para obter um clima de reconciliação nacional”, denuncia o Movimento Cidadão pela Vida com Justiça Social.
A entidade pede como passo inicial para a reconciliação, que “a Assembléia Legislativa derrogue a nefasta Lei de Anistia, que apenas favorece a impunidade”.