12/07/2004

Bolívia – Barreiras culturais agravam mortalidade materna entre indígenas



A mortalidade infantil e materna, que ainda alcança níveis alarmantes na região, atinge com mais intensidade as áreas com grande população indígena da América Latina e Caribe, de acordo com a Organização Panamericana de Saúde (OPS). Bolívia, Honduras e Guatemala são apresentados como casos exemplares das “enormes diferenças regionais” que dividem os países latino-americanos entre indígenas e não indígenas, no que diz respeito à assistência médica.
Por exemplo, enquanto, em nível nacional, a mortalidade materna na Bolívia é de 390 por cada 100 mil nascidos vivos, no departamento de Potosí, com maior população indígena, o número se eleva para 496 por 100 mil. Em Honduras, a taxa de mortalidade materna oscila entre 190 e 255 por 100 mil nascidos vivos nos departamentos indígenas, ao passo que a média nacional é de 147. Na Guatemala, a taxa de mortalidade materna entre a população indígena é 83% maior que o índice nacional.
A explicação para esse fenômeno, que indica o aumento da morte de mães indígenas por falta de acompanhamento durante a gestação e o parto, segundo a OPS, reside em “barreiras culturais que muitas vezes impedem que os serviços de saúde cheguem a esses povos”. Quer dizer, a falta de assistência médica adequada às necessidades desses grupos, como hospitais nas comunidades autóctones ou médicos conhecendo a linguagem e os costumes da população que atende, os deixa isolados com os problemas evitáveis, caso fosse prestada assistência apropriada.
Para minorar esse quadro, a OPS e outros organismos internacionais estão trabalhando intensamente em programas comunitários em locais como o departamento de Potosí, na Bolívia, envolvendo parteiras e líderes de saúde comunitários, para que proveja melhorias nas condições sanitárias durante o parto e para que se identifiquem a tempo, a fim de oferecer os serviços médicos requeridos, os casos de risco.

Fonte: Adital
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