Indígenas equatorianos depõem prefeito
Indígenas equatorianos depõem prefeito
Agência Adital
O município de Saraguro, situado na região sul do Equador, continua ocupado por conselhos indígenas que, cansados de denunciar as supostas irregularidades cometidas pelo prefeito Oswaldo Torres, tomaram a administração há nove dias. Hoje, autoridades governamentais e representações indígenas estiveram reunidas para tratar o assunto.
De acordo com o presidente da Federação Equatoriana de Indígenas Evangélicos (Feine), Marco Murillo, é urgente que se busque uma saída e uma penalidade para os corruptos. Entre as denúncias contra o prefeito estão a venda fraudulenta de propriedades municipais, o abuso da autoridade, ameaças aos conselheiros e represálias para aprovar ações obscuras contra os interesses do povo.
Oswaldo Torres chegou ao poder como representante do Movimento Pachakutik e, depois das denúncias, concordou em assinar atas de compromisso com o objetivo de outorgar ao município a oportunidade de retificar suas atitudes. “Mas isso foi apenas uma estratégia para acalmar os reclames do povo”, afirma um documento da Feine.
Segundo acrescenta o documento, a ação de intervenção independente no município conta com o esforço conjunto de diversas entidades como a Feine, Corpuquis, Seguro Social Camponês, Confederação Nacional de Organizações Camponesas Indígenas e Negras (Fenocin), entre outros movimentos e fundações socais.
As entidades pedem, todavia, uma atenção especial para a situação. “As ações que ocorreram já são de domínio público com respeito à tomada do município, que foi feita há nove dias; além disso, ontem, dia 11, aconteceu uma tentativa de desalojamento, inclusive com feridos, fato que agrava a situação dos moradores do local”, indica o documento.
O conselho pede uma ação especial do governo equatoriano para a investigação das denúncias formuladas contra o prefeito de Saraguro. Além disso que, quando comprovados os fatos, se puna com o rigor da lei nos casos de infrações públicas.