16/06/2025

Em sua 46ª Assembleia, Cimi Regional Maranhão reafirma compromisso com a luta dos povos indígenas e o Bem Viver

Com o tema “Povos indígenas e seus territórios: esperança para o Bem Viver” o encontro foi realizado na primeira semana de junho na capital, São Luís (MA)

46ª Assembleia do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Maranhão, 02 a 05 de junho de 2025. Foto: Fábio Reis / Cimi Regional Maranhão

46ª Assembleia do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Maranhão, 02 a 05 de junho de 2025. Foto: Fábio Reis / Cimi Regional Maranhão

Por Assessoria de Comunicação do Cimi

Em sua 46ª Assembleia, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Maranhão tornaram público uma carta onde reafirma seu compromisso junto a luta dos povos indígenas.  “Alimentado pela força do Evangelho e pela espiritualidade, e pelos projetos de vida dos povos indígenas que inspiram a sua caminhada”, reafirmam seu compromisso em defesa da causa indígena, apoiando a luta dos povos pelo esperançar e pelo Bem Viver.

Na oportunidade também denunciam a gravidade das leis 14.701 e 2159, ambas de 2023, a Mesa de Conciliação que tem criado empecilhos para demarcação das terras indígenas, e o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 717/2024 que suspendeu as demarcações das terras indígenas Toldo Imbu e Morro dos Cavalos e modifica o artigo 2 do Decreto 1775/1996. Medidas estas que “representam a continuidade dos ataques, dos projetos de morte daqueles que sempre legislaram em causa própria para manter seus privilégios”, aponta o documento final da 46ª Assembleia do Cimi Regional Maranhão.

“Alimentado pela força do Evangelho e pela espiritualidade, e pelos projetos de vida dos povos indígenas que inspiram a sua caminhada”

46ª Assembleia do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Maranhão, 02 a 05 de junho de 2025. Foto: Cimi Regional Maranhão

46ª Assembleia do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Maranhão, 02 a 05 de junho de 2025. Foto: Cimi Regional Maranhão

Com o tema “Povos indígenas e seus territórios: esperança para o Bem Viver” o encontro foi realizado na primeira semana de junho, nos dias 02 a 05, na casa de retiro Oásis, em São Luís (MA). Além dos missionários e missionários da entidade no regional, a assembleia contou com a presença de colaboradores, convidados e lideranças indígenas dos povos Tremembé de Raposa e Engenho. Luis Ventura Fernández, secretário executivo do Cimi, também participou.

Entre os objetivos estiveram a avaliação da caminhada do Cimi e do Regional Maranhão juntos aos povos. Projetar as ações para os próximos anos, ouvindo os povos que o regional acompanha. Bem como, anunciar que o Bem Viver está nos territórios e na vida dos povos indígenas, que são esperança que alimenta a luta e a resistência pela garantia dos direitos originários.

“Os territórios livres, regularizados e protegidos se traduzem em abundância de comida, em alegria, na relação com a Mãe Terra”

46ª Assembleia do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Maranhão, 02 a 05 de junho de 2025. Foto: Andressa Algave / Cimi Regional Maranhão

46ª Assembleia do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Maranhão, 02 a 05 de junho de 2025. Foto: Andressa Algave / Cimi Regional Maranhão

“Os territórios livres, regularizados e protegidos se traduzem em abundância de comida, em alegria no encontro com o outro, com a outra, na relação com a Mãe Terra”, afirma a nota divulgada no último dia do evento.

Confira a nota na íntegra:

Povos Indígenas e seus territórios esperança para o Bem Viver

46ª Assembleia do Cimi Regional do Maranhão – 2025

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Maranhão, reunido em sua 46ª Assembleia refletindo sobre o tema “Povos indígenas e seus territórios: esperança para o Bem Viver”, na casa de retiro Oásis, em São Luís (MA), avaliando a sua caminhada e projetando suas ações para os próximos anos, ouvindo os povos que acompanha, anuncia que o Bem Viver está nos territórios e na vida dos povos indígenas, que são esperança que alimenta a luta e a resistência pela garantia dos direitos originários. Os territórios livres, regularizados e protegidos se traduzem em abundância de comida, em alegria no encontro com o outro, com a outra, na relação com a Mãe Terra.

No entanto, estamos diante de tempos de retrocessos, negação de todas as formas de vida e a cada dia os direitos dos povos indígenas estão sendo desconfigurados. Denunciamos que a Lei 14.701/2023, a Mesa de Conciliação (negociação), a instituição da indenização por terra nua, o PL 2159/2023 que acabou com o licenciamento ambiental, e o Projeto de Decreto legislativo (PDL) 717/2024 que suspendeu as demarcações das terras indígenas Toldo Imbu e Morro dos Cavalos e modificou o artigo 2 do Decreto 1775/1996, representam a continuidade dos ataques, dos projetos de morte daqueles que sempre legislaram em causa própria para manter seus privilégios.

Enquanto o direito indígena é desconfigurado, os territórios indígenas continuam sendo invadidos, saqueados, contaminados pelo uso indiscriminado de agrotóxicos como prática do MATOPIBA e a Mãe Terra geme em dores de parto. No Cerrado maranhense, na terra Indígena Porquinhos, em 2024, foram 6.208 hectares que desapareceram para dar lugar à soja e à criação de gado. Na Amazônia maranhense, o desmatamento e a mineração avançam sobre o território do povo Ka’apor. Esse modelo de produção econômica impacta, sobremaneira, a organização social e a soberania alimentar dos povos que habitam nesses biomas.

Diante desses projetos de morte que atentam contra a vida dos povos, o Cimi Maranhão, alimentado pela força do Evangelho e pela espiritualidade, e pelos projetos de vida dos povos indígenas que inspiram a sua caminhada, reafirma o seu compromisso em defesa da causa indígena, apoiando a luta dos povos pelo esperançar e pelo Bem Viver para todos e para sempre.

Quanto mais difícil é o tempo, mais forte deve ser nossa esperança!

São Luís, 05 de junho de 2025.

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