27/12/2022

Comunidade Pataxó é invadida por homens armados e encapuzados

Lideranças Pataxó da aldeia “Quero Ver”, no Extremo Sul da Bahia, denunciam violência praticada por grupo de pistoleiros

Crédito: Vídeo da Comunidade Pataxó

Crédito: Vídeo da Comunidade Pataxó

Por Assessoria de Comunicação do Cimi

Na madrugada desta terça-feira (27), a comunidade Pataxó da aldeia “Quero Ver” localizada no território Barra Velha, no extremo sul da Bahia foi invadida por um grupo de homens armados, que apesar de se identificarem como policiais, estavam encapuzados e sem nenhuma documentação. Membros da comunidade relataram ameaças de expulsão e atos de violência física e psicológica por parte pistoleiros a mando de empresários locais.

A área onde está situada a aldeia fica no distrito de Corumbau, município de Prado, no extremo sul da Bahia e é ocupada pelos Pataxó desde 8 de janeiro do ano passado. A região é requisitada por empresários do ramo turístico e imobiliário, que buscam avançar sobre a terra indígena para explorar a região.

“Os caras [os empresários] aqui são muito poderosos em questão de dinheiro, por isso que eles querem matar a gente”

Segundo Putumuju Pataxó, liderança da aldeia “Quero Ver”, essas ameaças ocorrem desde 1970, pois a área onde estão “é a área mais cobiçada e mais cara” da região. “Nós estamos no miolo de Corumbau. Os caras [os empresários] aqui são muito poderosos em questão de dinheiro, por isso que eles querem matar a gente”, denuncia Putumuju.

A Justiça Federal com sede em Teixeira de Freitas (BA) já se manifestou favorável a reivindicação territorial dos Pataxó, quando suspendeu a reintegração de posse que pretendia retirar as famílias da área em disputa.

” O grupo armado segue no território Pataxó e promete fazer novas investidas contra a comunidade”

As lideranças já acionaram a Polícia Federal e a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do estado da Bahia, mas ainda não receberam apoio para solucionar a situação de conflito. O grupo armado segue no território Pataxó e promete fazer novas investidas contra a comunidade. Os Pataxó, por sua vez, seguem resistentes no território, ainda que amedrontados pelo cerco armado.

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