24/10/2022

Em nota, instituições vinculadas à Igreja Católica repudiam ações do atual governo

Organismos, pastorais e instituições demonstraram preocupação com o presente e o futuro do país e também criticaram a postura do atual governo

Marcha “Basta de Violência”, durante o ATL 2022. Foto: Hellen Loures/Cimi

Por Assessoria de Comunicação do Cimi

Organismos, pastorais e instituições vinculadas ou relacionadas à Igreja Católica se posicionaram, por meio de nota, a respeito do segundo turno eleitoral. Em texto, as instituições demonstraram preocupação com o presente e o futuro do país e também repudiaram as ações do atual governo.

“As ações do atual presidente em favor das armas de fogo, que incentiva a violência; a sua prática constante de propagar mentiras e disseminar o ódio; a manipulação que faz das religiões como forma de poder; a sua política de destruição ambiental; […]; por suas más atitudes no trato das questões relativas às juventudes, às mulheres, aos negros, às pessoas LGBTQIA+ e aos Povos Originários e Comunidades Tradicionais; enfim, todos esses seus atos nos impelem a nos posicionarmos contrários à sua reeleição, para sermos coerentes com a Doutrina Social da Igreja Católica e com o Evangelho de Jesus”, afirma um trecho da nota.

Em seguida, as instituições se solidarizaram com todas as pessoas atingidas pelo desemprego, pelos baixos salários, pela alta dos preços das comidas e pela negligência do governo federal perante a pandemia de Covid-19.

 

Confira a íntegra da nota abaixo (ou clique aqui):

PROFECIA E ESPERANÇA

“Somos chamados a amar a todos, sem exceção, mas amar um opressor não significa consentir que continue a ser tal; nem levá-lo a pensar que é aceitável o que faz. Pelo contrário, amá-lo corretamente é procurar, de várias maneiras, que deixe de oprimir, tirar-lhe o poder que não sabe usar e que o desfigura como ser humano. Perdoar não significa permitir que continue a espezinhar a própria dignidade e a do outro, ou deixar que um criminoso continue a fazer mal. Quem sofre injustiça tem que defender vigorosamente os seus direitos e os da sua família, precisamente porque deve guardar a dignidade que lhes foi dada, uma dignidade que Deus ama”. (Encíclica Fratelli Tutti, do Papa Francisco, nº 241)

 

Nós, organismos, pastorais e instituições vinculadas ou relacionadas à Igreja Católica, vimos a público com profecia e esperança para nos manifestarmos quanto ao segundo turno eleitoral. Fazemos isso de maneira serena e vigilante, porque estamos preocupados com o presente e com o futuro de nosso País, com o que desejamos para nossas crianças, adolescentes, jovens, pessoas adultas e idosas.

As ações do atual presidente em favor das armas de fogo, que incentiva a violência; a sua prática constante de propagar mentiras e disseminar o ódio; a manipulação que faz das religiões como forma de poder; a sua política de destruição ambiental; as suas ações que elevaram às quase 700 mil mortes e à desproteção da vida na pandemia; a sua orientação econômica que tem gerado a fome e a miséria de nosso povo; a sua constante pregação contra as instituições do Estado Democrático de Direito; por suas más atitudes no trato das questões relativas às juventudes, às mulheres, aos negros, às pessoas LGBTQIA+ e aos Povos Originários e Comunidades Tradicionais; enfim, todos esses seus atos nos impelem a nos posicionarmos contrários à sua reeleição, para sermos coerentes com a Doutrina Social da Igreja Católica e com o Evangelho de Jesus.

Às irmãs e aos irmãos brasileiros, atingidos pelo desemprego; pelos baixos salários; pela inflação e alta dos preços, principalmente da comida; descuidados pelo governo federal na pandemia com a demora da compra de vacinas: têm a nossa solidariedade ativa! Estamos juntos na caminhada para modificar esse estado de coisas, esperançosos e esperançosas de que a democracia e nosso voto possam contribuir para modificar essa realidade, voltando a ter justiça e paz para as famílias e comunidades de nosso país.

Temos a firmeza e a tranquilidade de nos posicionarmos em favor da eleição do ex-presidente Lula porque vivenciamos no seu anterior governo uma situação de paz, liberdade religiosa, respeito à democracia e compromisso social que precisamos reconquistar.

Estamos em profunda comunhão com o Papa Francisco e com os Bispos da Igreja Católica no Brasil, pedindo a intercessão maternal de Nossa Senhora de Aparecida, para que sobre todas e todos venham a luz e o discernimento do divino Espírito, a fim de que nos comprometamos a fortalecer a democracia, os direitos humanos e a preservação ambiental neste abençoado Brasil.

Brasília 21 de outubro de 2022

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