24/06/2022

Após retomada de Guapoy, em Amambai (MS), indígenas são atacados por policiais e fazendeiros

Policiais militares e fazendeiros invadiram a área, na manhã desta sexta-feira (24/6), no intuito de expulsar, através do uso da força, os indígenas – mesmo não havendo ordem judicial

Povo Guarani Kaiowá sofre ataques após retomarem território Guapoy, em Amambai (MS). Foto: povos Guarani Kaiowá

Por Assessoria de Comunicação do Cimi

Após indígenas dos povos Guarani Kaiowá retomarem, novamente, parte do território de Guapoy, no município de Amambai (MS), policiais militares e fazendeiros invadiram a área, na manhã desta sexta-feira (24/6), no intuito de expulsar, através do uso da força, os indígenas – mesmo não havendo ordem judicial. A retomada foi realizada na tarde de ontem (23/6).

Até o momento, há relatos de que os policiais dispararam tiros de bala de borracha contra os indígenas, deixando ao menos seis feridos – dois deles foram deslocados para a capital do estado, Campo Grande (MS). Também há informações de que haveria policiais feridos.

Apesar de estar circulando relatos de que há dois indígenas mortos, ainda não há uma confirmação.

Na noite dessa quinta-feira (23), o clima já era de tensão e a ação da polícia e fazendeiros se premeditava. Diante das informações dos feridos, do contingente populacional local e do histórico de violência na região, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) teme que a situação evolua rapidamente para um novo episódio de massacre contra os Guarani Kaiowá, como o ocorrido em 2016, em Caarapó (MS).

A reserva de Amambai é a segunda maior do estado de Mato Grosso do Sul em termos populacionais, com quase 10 mil indígenas.

Para os Guarani Kaiowá, Guapoy é parte de um território tradicional que lhes foi roubado – quando houve a subtração de parte da reserva de Amambai. Os indígenas clamam atenção, exigem proteção às suas vidas e seus direitos.

O Ministério Público Federal confirmou, na tarde desta sexta-feira (24/6), que a Polícia Federal irá se deslocar até Guapoy.

Além de seguir acompanhando o caso, o Cimi pede, com urgência, o envolvimento de órgãos federais, bem como do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), a fim de controlar a situação e investigar os episódios.

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